Pequenas soluções tem feito grande diferença no trânsito de Rio Branco, especialmente nas zonas de conflito – cruzamentos em geral sem sinalização e muito causadores de acidentes. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTRANS) mapeou 20 pontos de conflitos e até o final deste ano promoverá intervenções em quinze deles, reduzindo drasticamente os problemas em praticamente toda a cidade.
De outro lado, as recentes intervenções têm produzido efeitos muito positivos e, segundo a comunidade, devem ser permanentemente atualizadas para não ocorrer revezes. Entre as ações bem-sucedidas, o superintendente da RBTRANS, Nélio Anastácio, registra as mini rotatórias que se espalham pela cidade e, mais recentemente, a obra do bairro Montanhês. “Aqui melhorou muito porque o pessoal não sabia qual lado ir e um parava ´em cima´ do outro”, avaliou o comerciante Mauro Jorge, que está instalando uma pequena churrascaria em frente à rotatória da Avenida Flaviano Melo, lembrando que os conflitos eram constantes na região. O estudante Leandro Carlos observa que ainda nem todos obedecem ao desenho da rotatória, mas os problemas já não são tão constantes.
Visto isso, presume-se que as mini rotatórias apresentam muito mais vantagens e se configuram em uma intervenção simples, objetiva e eficiente para a política de mobilidade social de uma capital que não para de crescer. “Eu estou sempre por aqui, trabalho aqui e sei que nesse cruzamento ocorriam acidentes por falta de sinalização. Agora esses problemas não existem mais”, garantiu Dona Meire, líder comunitária no bairro vizinho, o Jorge Lavocat, e que mantém uma loja de confecções no Montanhês, nas proximidades da rotatória.
Outro exemplo foi apresentado pelo diretor de Trânsito da RBTRANS, engenheiro Marcos Lourenço, em relação à abertura de uma via ligando as ruas dos Engenheiros e Manaus. O acesso aberto tem cerca de 100 metros de extensão e para fazê-lo a Prefeitura adquiriu dois terrenos visando a ligação da Rua dos Engenheiros II à Rua Manaus com implantação da rede de drenagem. Essa nova rua, lembrou Lourenço, abriu importante acesso para todos os moradores da região, especialmente os do Residencial Rio Branco, na Rua dos Engenheiros, um grande condomínio com mais de dois mil moradores, aos bairros da parte alta da cidade. “Antes, para chegarem a bairros como o Xavier Maia, os moradores tinham de passar pela Isaura Parente”, lembrou Marcos Lourenço.
Esse projeto foi elaborado pela Empresa Municipal de Urbanização de Rio Branco (EMURB), foi aprovado pelos moradores antes e depois de sua inauguração, sempre acompanhado pela RBTRANS. A linha de drenagem tem 390 metros e o projeto custou cerca de R$350 mil em recursos próprios. Além de tudo, o acesso desafogou o trânsito na Rua Isaura Parente na região da sede do CREA, resultando em uma melhor fluidez nos dois sentidos da via.
REVI vem reconfigurando trânsito com resultados positivos
Todas essas mudanças fazem parte do Programa de Readequação da Malha Viária (REVI), executado pela RBTRANS. As três ruas citadas passaram de duplo sentido de circulação para sentido único de direção. “A proposta é dar maior fluidez e segurança a condutores e pedestres. Nesses pontos vinham ocorrendo muitos conflitos e acidentes de pequena monta. Com a intervenção, teremos menos conflitos”, avaliou o superintendente da autarquia responsável pelo trânsito e o transporte na capital. O REVI foi lançado no ano de 2011 e ganhou sequência na gestão do atual prefeito Marcus Alexandre.
O programa facilitou o acesso a hospitais, instituições de ensino e outros importantes pontos da capital, como o acesso ao bairro da Base no cruzamento da Avenida Floriano Peixoto com Epaminondas Jácome. A RBTRANS implantou uma mini rotatória muito bem sinalizada com tachão reflexivo determinando um novo tempo para aquela região, conhecida pelos constantes conflitos especialmente nos horários de rush. As intervenções seguirão, confirma Nélio Anastácio, nos pontos mais conhecidos, como o da Rua Silvestre Coelho nas proximidades da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Bosque, onde será também feito um deslocamento de eixo com estacionamento proibido de um lado e liberado de outro (hoje, se pode estacionar em ambas as margens).
Reforma e construção de abrigos para maior conforto e comodidade dos usuários
A gestão de Marcus Alexandre estabeleceu uma nova dinâmica na implantação e recuperação de abrigos de ônibus em Rio Branco. Os novos estão sendo construídos com colunas em concreto e telhas de plástico reciclado, e os antigos terão as colunas em parte revestidas de concreto e as telhas, que também são em madeira, serão trocadas por plástico reciclado.
De acordo com a engenheira Aline Louise, diretora de Mobilidade Urbana da RBTRANS, foram reformados 16 abrigos de ônibus nos últimos meses, em que pese, citou ela, a grande dificuldade imposta pela alagação em 2015 e o rigoroso inverno. Dois foram construídos este ano. Reformados ou implantados, os novos abrigos garantem maior comodidade ao usuário dos ônibus coletivos.
E não apenas no momento presente, mas essa política trará resultados em conforto e durabilidade para o usuário do transporte público. Não há cálculos precisos, mas é possível que os novos durem até cinquenta anos. A intensa oscilação da umidade relativa do ar, o sol e o vento colaboram com a rápida degradação da madeira reduzindo para dois ou três anos sua durabilidade. Com a concretagem, a durabilidade é muito maior.
A RBTRANS enfrenta dificuldades trazidas pela crise financeira e pelos impactos da cheia do Rio Acre, mas mesmo assim mantém intensas ações relacionadas aos abrigos de ônibus. Há frentes de trabalho por toda a cidade, mas principalmente nas regiões de maior carência.
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