A Linha Vermelha ganhará um BRS (faixa seletiva) no começo de 2015, para receber parte dos coletivos que será desviada da Avenida Brasil com o início das obras do BRT Transbrasil, corredor exclusivo para ônibus que ligará Deodoro ao Caju e ao Centro. Ao falar sobre os desafios de sua pasta, o novo secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, explicou que as obras na Avenida Brasil, previstas para novembro, deverão começar em janeiro, aproveitando o período de férias.
— A implantação de um BRS na Linha Vermelha durante as obras vai melhorar o transporte público, mas vai piorar o transporte individual.
Outra medida que Picciani pretende adotar para reduzir o número de coletivos circulando na Avenida Brasil é a redução e reprogramação das linhas intermunicipais.
BOA RELAÇÃO COM PEZÃO
Para isso, Picciani — que era secretário de Habitação do estado e foi reeleito deputado estadual (PMDB) — aposta no bom relacionamento que tem com o governador Luiz Fernando Pezão.
— A obra é muito complexa e dependemos dessa interface com o governo do estado, para reduzir os transtornos provocados no trânsito com as obras do Transbrasil. Estamos montando um plano de fechamento parcial da Avenida Brasil, onde 80% das linhas que por ali passam são intermunicipais. Se não houver um acordo com o estado, para que o Detro nos ajude a reduzir essas linhas e a reprogramá-las, teremos mais dificuldades — afirmou o secretário, que também conta com a chegada dos novos trens encomendados pelo governo do estado, para desafogar o transporte rodoviário.
Segundo ele, a CET-Rio está concluindo um plano de contingência para o trânsito da cidade durante as obras que interditarão trechos das pistas centrais da Avenida Brasil.
— Não é uma operação simples. Os técnicos da CET-Rio estão muito empenhados em fazer tudo da melhor maneira, para que as inversões de pista, nos horários de pico, sejam rapidamente assimiladas. A população tem que estar consciente e precisa participar. Faremos campanha para incentivar a carona solidária e o uso do transporte público.
Para Picciani, o principal desafio será cumprir o cronograma de obras e entregar os BRTs, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Centro e outras obras nos prazos, reduzindo os transtornos para a população.
Entre os projetos e pedidos que pretende estudar está a implantação da lei 5.751/2014, de autoria dos vereadores Thiago Ribeiro (PMDB) e Carlo Caiado (DEM), que definiu critérios para a implantação do transporte hidroviário no complexo lagunar de Jacarepaguá:
— Temos esses canais na Barra e em Jacarepaguá, e não os utilizamos. O prefeito Eduardo Paes quebrou o paradigma de que o usuário utiliza um único meio de transportes de uma ponta a outra, entre a casa e o trabalho. A palavra é integração dos sistemas de transportes. Os cariocas poderão se deslocar utilizando BRT, VLT, trens, metrô, tudo isto com o bilhete único.
SEM EXPERIÊNCIA NO SETOR
Com apenas 28 anos e sem qualquer experiência no setor, o mais jovem secretário da história do Rio na área de Transportes garante ter “disposição suficiente” para dialogar com governos, parlamentares e especialistas. Assume a secretaria mantendo até mesmo um antigo titular, o ex-secretário Alexandre Sansão:
— Quero manter principalmente ele. É como um bonde a 300 quilômetros por hora que eu não posso frear para entrar. Tenho que embarcar nele mantendo a velocidade.
0 comentários:
Postar um comentário