Cerca de 40 milhões de pessoas por mês utilizam ônibus coletivos como meio de transporte em Salvador. Do total, 6,8 milhões entram pela porta de desembarque, gratuitamente. Mas, de acordo com informações do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps), 20% deste número correspondem a fraude.
Com o intuito de diminuir a quantidade desses casos, a partir da próxima segunda-feira, 125 monitores estarão nas ruas, se intercalando entre uma linha e outra, para orientar os passageiros que tentarem entrar nos veículos indevidamente.
“Será um processo extremamente educativo. É uma coisa nova e acreditamos que a população vai entender a importância disso e vai nos dar resultados”, comentou o diretor executivo de transportes da Transalvador, Eládio Gomes. O órgão da prefeitura foi o responsável pelo treinamento dos monitores, que foram selecionados pela Setps. O grupo, que se capacitou para a função entre os dias 15 e 27 de abril, foi apresentado nessa quinta-feira (2/5).
Os monitores deverão se deparar com cartões de gratuidade falsificados, utilização indevida do benefício e caronas dos motoristas, que, segundo o Setps, são os três principais casos de acesso indevido ao ônibus.
De acordo com o superintendente do Setps, Horácio Brasil, os 27,2 milhões de passageiros que pagam a passagem são os principais atingidos com essas situações. “A população arca com um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões por mês. Isso porque, se não houvesse as fraudes, consequentemente a passagem seria mais barata”, justificou.
O superintendente explicou que o pagamento da passagem de ônibus em Salvador é como uma conta de condomínio, em que as despesas são somadas e divididas entre os moradores. “Então, se alguns desses moradores decidem que não vão pagar a parte deles, o valor fica maior para aqueles que querem pagar. É a mesma coisa com o valor da passagem, que já tem inclusas as despesas com combustível, acessórios, gastos administrativos e salários”, comparou Horácio Brasil.
Ele acredita que a má educação é o principal motivo para que tantas pessoas tentem burlar a lei. “O maior problema está na questão da educação. Assim, o indivíduo comete uma fraude no sistema de transporte, depois em uma farmácia e até na própria casa. Por isso acredito que a importância desta ação está na busca pela moralização do transporte público”, opinou.
Os monitores recém-formados tentarão dar conta dos 2.700 ônibus da capital baiana, que fazem 496 linhas. Se o resultado for positivo, novas turmas deverão ser formadas para aumentar a fiscalização. “Ainda não dá para dizer. Vamos esperar. Mas, se tudo correr bem, deveremos contratar mais pessoas”, informou Eládio Gomes. O diretor da Transalvador salientou que, apesar de se tratar de uma ação de cunho educativo, os fiscais vão contar com o apoio da Polícia Militar (PM) caso haja reação truculenta por parte de algum passageiro.
por Gabriel Serravalle
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