Motoristas e cobradores de ônibus decidiram por unanimidade pela deflagração da greve, que está prevista para começar a partir das 0h desta quarta-feira (20). A decisão foi tomada depois da segunda assembleia realizada na tarde nesta terça-feira (19) na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado (Sintro).
De acordo com Geraldo Lucena, diretor do Sintro, a paralisação será de 100% da categoria; e deve permanecer assim enquanto não houver notificação da Justiça. "Nós manteremos a paralisação integral dos trabalhadores até que a Justiça nos notifique com uma proposta possível. Nós não iremos acatar propostas que façam o movimento perder a força, como aconteceu nos anos passados, em que pediram para que 80% da frota voltasse para a as ruas", declarou Lucena.
A decisão dos trabalhadores pela greve contraria a vontade do Sintro, que era a favor de acatar a proposta oferecida pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado (Sindiônibus), de um reajuste salarial de 8,5%, representando ganho real de 3,45% para a categoria. O Sintro, contudo, diz que vai apoiar a decisão da categoria pela greve. De acordo com o sindicato laboral, mais de 600 trabalhadores, entre motoristas, cobradores e fiscais apoiaram a paralisação.
Liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT)
O Tribunal deve apresentar, na manhã desta quarta-feira (20), a liminar que determina a porcentagem da frota que deve continuar em tráfego. De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, na proposta encaminhada pelo Sindiônibus, pede-se a presença de 80% dos ônibus em horários de pico e 60% no restante do dia.
Propostas anteriores sem efeito
Em nota oficial, Dimas Barreira, presidente do Sindiônibus lamentou a greve no transporte coletivo de Fortaleza, após a rejeição de uma proposta que, segundo o sindicato, traria ganhos reais para a categoria. "Informamos que com a decretação da greve, a proposta apresentada e todas as demais cláusulas já acordadas ficam sem efeito. A partir de agora todas as decisões serão tomadas pela Justiça do Trabalho", informou a nota. Para atender às necessidades de deslocamento da população durante o movimento grevista, o Sindiônibus solicitou ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) um percentual mínimo de frota de 80% no horário de pico e 60% no entrepico.
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará (SRTE-CE) afirmou que, mesmo com a deflagração da greve, continuará tentando mediar uma negociação entre os sindicatos.
Propostas
A categoria quer um aumento salarial de 15%, além de vale refeição de R$ 12 e cesta básica no valor de R$ 80. Na noite da última segunda-feira, os empresários aumentaram a oferta de reajuste de 4,88% para de 8,5%, fato que adiou o início da paralisação, programada para a madrugada de terça, mas não impediu a deflagração da greve nesta terça-feira.
Os empresários ofereceram, ainda, um aumento do valor da cesta básica de R$ 60 para R$ 70 e vale alimentação de R$ 7 para R$ 8, outras duas reivindicações dos trabalhadores. Os motoristas de ônibus recebem, hoje, R$ 1.273, e os cobradores, R$ 734. A categoria recebe, ainda, cesta básica de R$ 60 e vale refeição de R$ 7.
Entre as reivindicações que não foram atendidas pelo sindicato dos empresários estão o plano de saúde e o fim da dupla função de motorista, que atuava também como cobrador nos microônibus.
Negociações
No fim da tarde desta terça-feira, estava agendada reunião entre representantes do Sintro e do Sindiônibus com a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins; o encontro, no entanto, foi cancelado.
Até o momento, não há previsão para uma nova rodada de negociações.
Fonte: Diário do Nordeste
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