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Rio Grande do Sul: Várias cidades da região dão o exemplo com suas ciclovias

sexta-feira, 4 de março de 2011

São Leopoldo - Com o atropelamento do grupo de ciclistas na capital, na última sexta, muito se falou na situação das ciclovias na região que, de modo geral, são exemplos de investimentos. Em São Leopoldo, além das duas ciclovias já existentes – nas Avenidas Mauá e Imperatriz – há projetos de mais três, conforme o assessor de Mobilidade Urbana do Município, Jiovane Veiga Pinto. Capela de Santana também projeta a sua ciclovia – está à espera da verba – e Esteio pretende criar mais que uma. Já em Sapucaia do Sul, quem precisa transitar de bicicleta pela Estrada do Horto pode contar com a ciclovia que foi inaugurada em 1999.

Conforme o diretor de Fiscalização de Trânsito de São Leopoldo, Humberto Rodrigues, a fiscalização de trânsito incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte. "O ciclista deve utilizar a via como um veículo, respeitando as regras de trânsito, entre elas trafegar pelo lado direito da via, respeitar a sinalização, não andar na contramão e nem no meio dos carros’’, ressaltou Rodrigues, lembrando que em relação aos carros, a preferência é sempre da bicicleta, pois esta é de menor porte.

Meio de transporte

O guarda municipal Antoninho Anderle circula pelas ruas diariamente e concorda que a bicicleta deve ser reconhecida como um meio de transporte, mas também que os ciclistas utilizem, sempre que possível, as ciclovias da cidade – nas Avenidas Mauá e Imperatriz.

"O ideal seria todas as ruas contarem com ciclovias, porém muitas delas são estreitas, o que dificultaria a obra. Mesmo assim, pedimos para que o ciclista, não contando com a opção da ciclovia, use a via pública e não as calçadas, pois os pedestres reclamam quando o passeio público é utilizado pelos mesmos’’, explica Anderle.

Sapiranga
A terra das bicicletas


Segundo a assessoria da prefeitura, a Secretaria de Segurança Pública e Mobilidade Urbana de Sapiranga está tratando dos últimos detalhes do projeto que prevê a ampliação dos oito quilômetros de ciclovia existente na Avenida 20 de Setembro. A via para bicicletas se tornou imprescindível para a cidade que conta com aproximadamente 40 mil veículos deste tipo. O fluxo é intenso principalmente no início da manhã e final de tarde, nas proximidades das indústrias. Além de Sapiranga, Novo Hamburgo, Rolante, Igrejinha e Três Coroas também possuem muitos ciclistas e já se preocupam em ter ciclovias seguras.

CAMPO BOM
18 km de ciclovias


Em 1977, Campo Bom se tornou a primeira cidade da América Latina a ter uma ciclovia. Atualmente, são 18 quilômetros divididos em oito trechos, sendo um na área central e outros sete nos bairros. Entretanto, a extensão poderá chegar ao dobro por causa do Plano Diretor de Mobilidade Urbana, concluído no ano passado e que traça diretrizes de mobilidade para a cidade. Desde 2009, a ciclovia vem recebendo uma série de investimentos. Além da iluminação que está quase concluída, foram plantadas cerca de mil mudas de árvores em seu trecho e o anel central foi totalmente revitalizado.

Mais três previstas para São Leopoldo

São Leopoldo conta hoje com duas ciclovias, uma na Avenida Mauá, entre as estações de trem Unisinos e São Leopoldo, criada em 2000, e outra situada em toda a extensão da Avenida Imperatriz, nos dois sentidos da via, criada em 1998. Para as próximas três já há definições. "Temos definida a extensão da ciclovia da Avenida Mauá até a nova linha do trem, em Novo Hamburgo. A entrega da obra certamente será em dezembro, data prevista para a conclusão das obras do trem. Nossa intenção ainda é fazer uma ciclovia que ligue a Avenida Unisinos com a estação Unisinos e outra que ligue a ciclovia do Horto Florestal com a Avenida João Corrêa, porém, são investimentos altos e ainda estamos planejando.’’

Como manter

Conforme Jiovane Veiga Pinto, as manutenções das ciclovias ocorrem com frequência. "Na Avenida Imperatriz a manutenção é diária, pois temos constantes casos de vândalos que quebram as placas e carros que invadem a via e acabam quebrando os tachões responsáveis por limitar o espaço. Outros reparos, como pintura e sinalização, ocorrem periodicamente, e também são feitos na ciclovia da Avenida Mauá’’, confirmou o assessor, incentivando o uso das ciclovias.

Motoristas apoiam os investimentos

Para o metroviário Henrique Braga Maciel, 52, o ideal seria construir mais ciclovias. "Os ciclistas deveriam utilizar sempre a ciclovia para trafegar e não a via pública, pois acaba ficando perigoso para o ciclista e para o motorista que já precisa de muita atenção no trânsito. Outra questão que me chama a atenção é que os ciclistas andam na contramão por uma questão de segurança, mas é justamente o contrário. Esses dias quase atropelei um ciclista, pois ele vinha em via pública, à noite e sem sinalização’’, revelou Maciel.

O motorista Luiz Carlos Alves de Oliveira também pensa que o trânsito é perigoso para os ciclistas. "Eles têm o mesmo direito que nós, motoristas. Na verdade, acho que é muito perigoso para eles trafegarem em via pública, pois a maior parte dos motoristas não os respeita, por isso defendo o uso e investimento nas ciclovias’’, disse o motorista.

Ciclistas garantem que se sentem mais seguros

Aqueles que dependem da bicicleta como meio de transporte gostariam que as cidades tivessem mais ciclovias. O catador Carlos Henrique da Silva Flores, 53, de São Leopoldo, diz que teria mais segurança se pudesse transitar somente na ciclovia. Ele, que precisa passar por ruas sem o espaço próprio para os ciclistas, conta que sofre com a falta de paciência dos motoristas no trânsito. "Tenho que dividir a via com os carros, isso é fato. Porém, muitos não respeitam’’, ressaltou Flores. O operador de máquinas, Joceli de Melo, 41 anos, garante que, sempre que pode, procura andar pela ciclovia. "Moro no bairro Rio dos Sinos e sofro com esse trânsito caótico. Ninguém respeita. Por isso quando chego no Centro uso somente a ciclovia para trafegar, pois é muito mais seguro’’, revela Melo.  * Colaborou Denise Morato



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