A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba deu início em dezembro do ano passado ao processo de licenciamento ambiental prévio do metrô. Apesar de esta ser a fase para prestar esclarecimentos e informar a população sobre os impactos do metrô, pouca gente nos 20 bairros que serão afetados pelas obras e pelos 22 quilômetros da Linha Azul, entre o Pinheirinho e o Santa Cândida, tem conhecimento do projeto.
Por enquanto, comerciantes e usuários do transporte coletivo sabem pouco sobre o assunto. Só especialistas em mobilidade urbana e ativistas ligados à área conhecem detalhes do projeto. A Secretaria do Meio Ambiente terá de realizar uma audiência pública para conceder a licença-prévia com base no Estudo de Impacto Ambiental e no Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) desenvolvidos pela empresa Ecossistema. A audiência ainda não foi marcada e a divulgação terá de ser feita com 20 dias de antecedência. Até lá, os estudos podem ser consultados no site da prefeitura ou na sede da Secretaria do Meio Ambiente. Mas pouca gente sabe dessa possibilidade.
“Vão ter que consultar a gente, mas não falam nada”, reclama Mirian Jesuíno da Silva, proprietária de uma loja no bairro Pinheirinho. Ela será uma das afetadas, já que a previsão é que as avenidas Wiston Churchill e República Argentina sejam fechadas para a circulação de veículos durante as obras. Isso significa transferir o tráfego para vias paralelas por tempo indeterminado.
Roseli Maia, dona de uma loja na região, também reclama da falta de informações. “Gostaria de participar [da discussão], mas não vi divulgação”, diz. Ela não se opõe ao metrô, mas diz desconhecer o projeto e sabe que terá transtornos durante as obras. “Para quem depende [do movimento] da avenida, é feroz”, afirma.
Nem o presidente da Associação dos Comerciantes da Macrorregião do Pinheirinho conhece detalhes do projeto, nem sabia que é possível acessá-lo. “Não estamos sabendo de nada”, disse Irineu Christofoli, que é também dono de uma loja na região. Ele quer mobilizar os comerciantes e defende que o trajeto do metrô passe nas vias residenciais ao lado das avenidas Wiston Churchill e República Argentina. “A proposta é jogar [o metrô] pela via rápida. Mas temos que ver o projeto.”
Já a vendedora Loreni Pereira da Luz, usuária do transporte coletivo, não vê vantagens no investimento. “Para que metrô?”, questiona. “Eu pego um ônibus perto do terminal do Pinheirinho e em 20 minutos estou na Praça Rui Barbosa, no Centro.”
O superintendente de Controle Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Mário Rasera, pretende envolver as regionais da prefeitura para informar a população. “Vamos envolver as administrações regionais e pedir para as entidades comerciais divulgarem. Nos interessa ter toda a população envolvida.” Rasera garante que as sugestões serão analisadas. “Alguns ajustes podem ser sugeridos por nós ou pela população.” O projeto foi desenhado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e elaborado pelo consórcio Novo Modal, que engloba as empresas Trends, Engefoto, Esteio e Vega.
Fonte: Gazeta Maringá
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