Ônibus com retrovisores quebrados, pneus furados e mais transtornos para os usuários. Essa situação foi vivida, ontem, por quem assistiu a mobilização de sindicalistas interrompendo o tráfego nos Terminais do Papicu e Messejana. A paralisação começou no Papicu, na manhã e durou duas horas.
Alguns motoristas aderiram ao protesto e interromperam a viagem ainda na Avenida Engenheiro Santana Júnior obrigando os passageiros a descerem dos coletivos. À tarde, a paralisação aconteceu da mesma maneira no Terminal de Messejana. Com inicio às 15h30 e término uma hora depois, a interrupção no curso dos ônibus deixou passageiros revoltados, provocando vaias e demonstrações contrárias ao movimento dos motoristas e cobradores.
Questão de ordem
A paralisação foi decorrente do resultado da reunião do pleno do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Desembargadores e juízes deveriam decidir, ontem, pelo reajuste da categoria, durante o julgamento do dissídio referente às cláusulas econômicas. No entanto, uma questão de ordem levantada pelo advogado Cleto Gomes, representando o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), questionou a legitimidade do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro - CE) como representante dos motoristas, cobradores, fiscais e mecânicos.
Logo no início da sessão, o advogado lembrou que havia uma pendência sobre qual o sindicato representava os interesses dos trabalhadores em questão, haja vista a constituição de uma nova entidade, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Fortaleza (Sintrofor), criado em novembro de 2005.
Esse posicionamento fez com que o desembargador Antônio Parente, que tem a competência de emitir um parecer, votasse favorável a suspensão do julgamento, até que a legitimidade de um dos sindicatos ficasse claramente definida para a Justiça. O adiamento foi suficiente para que lideranças do movimento sindical promovessem mais um dia de quebra-quebra no entorno dos terminais.
O presidente do Sintro-CE, Domingos Neto, disse que não se tratava de greve, mas de uma demonstração de "desgosto" com a Justiça. "Estamos no aguardo desse reajuste desde maio", reclamou. Para o vice-presidente do Sintro- CE, Sérgio Medeiros, o resultado foi proposital. "Eles querem protelar. Dia 17 a Justiça entra de férias, aí nos aproximamos da nova data-base e ainda não teremos o piso da convenção de 2010" .
Fonte: Diário do Nordeste
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