Os estudantes voltaram às ruas por conta do caos instalado no transporte há cerca de 10 dias. Desde lá, uma série de modificações ocorreram e potencializaram os danos já vivenciados pela população. O prefeito de Manaus Amazonino Mendes reduziu a tarifa paga pelos usuários de R$ 2,25 para R$ 2,10. Em represália, os empresários reduziram a frota de ônibus que diariamente circulam nas ruas, fazendo com que as espera pelos ônibus aumentassem e ainda provocando elevando a superlotação destes. Para piorar a vida de milhões de pessoas que dependem do transporte coletivo para se locomoverem, Amazonino ainda reduziu a quantidade dos executivos e aumentou sua tarifa dos então R$ 2,50 para R$ 3,00.
A justificativa é de que a frota dos executivos estava muito maior do que os 10% em relação a frota tradicional, conforme o texto da Lei que regulamenta o serviço. Além da tarifa que estava abaixo dos 50% a mais em relação ao valor cobrado nas linhas convencionais. Critério também previsto na Lei.Indignados por conta das novas leis que foram criadas para não atender as necessidades de serviços públicos da sociedade, os estudantes retornaram para cima dos carros de som e, em frente ao Sinetram, condenaram a mais nova afronta contra a população.
O estudante secundarista Marcelo Gomes afirmou que as novas intervenções no transporte coletivo da capital do Amazonas foram arbitrárias. “Cortaram a frota dos executivos, que atendiam uma boa parcela dos usuários dos ônibus, sem consultar o povo e nem debate prévio para saberem se era isso mesmo”, criticou.Na opinião dele, os executivos foram criados para atender a demanda reprimida por conta da precariedade e da baixa quantidade de coletivos da frota convencional. “Até então eles vinham cumprindo esse papel”, disse Marcelo. “Não dá para entender essas leis que são criadas para não atender a demanda do povo”, indignou-se.
A dirigente da UEE-AM Beatriz Calheiro mencionou o projeto aprovado em 2009, que reduziu a meia passagem estudantil e restringiu o acesso ao benefício, como o princípio do caos agora vivenciado. “Ano passado reduziram a meia passagem com a justificativa de que era isso que impedia novos investimentos no transporte. E agora saem com essa pequena redução da tarifa. Vimos aqui dizer que não é com essa saída que eles vão resolver nossos problemas”, disse.
De acordo com Beatriz, está ainda mais provado a viabilidade do passe livre para os estudantes. “Já reduziram uma série de direitos com a desculpa de ampliarem e melhorarem a frota de ônibus e nada acontece. O que se percebe é que está ainda pior. Por isso, vamos retomar a luta pelo passe livre. A única que precisa para ser aprovado é vontade política em legislarem segundo as necessidades do povo”, destacou.
Várias iniciativas de CPI’s para apurarem a fragilidade do sistema de transporte vigente em Manaus estão sendo apresentadas na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Curiosamente, nenhuma pauta os benefícios estudantis perdidos e tão pouco anunciam avanços como o passe livre defendido pelo movimento estudantil.O que não dá, segundo os estudantes, é para uma cidade que será sub-sede da Copa de 2014 continuar oferecendo um transporte que desloca sua população sob condições impróprias.
Fonte: Portal Veremelho
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