A emissão de poluentes por automóveis é a principal fonte de degradação do ar em Belo Horizonte. Gases lançados pelos escapamentos e partículas originadas do desgaste de pneus e freios geram cerca de 99% da poluição na capital. É o que aponta um levantamento da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), que analisa diariamente o ar por meio de seis estações de monitoramento.
Segundo Elisete Gomides, gerente de qualidade do ar da Feam, existe uma preocupação extra: nos últimos seis meses, o aumento da frota movida a diesel praticamente dobrou a emissão a emissão de ozônio - gás que, próximo ao solo, é tóxico, agrava doenças respiratórias e danifica a vegetação.A queima de gasolina e álcool, por sua vez, lança no ar hidrocarbonetos e monóxido de carbono, elementos altamente poluentes.
Outro gás gerado pelo consumo de combustível é o dióxido de carbono, um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa, causador de alterações climáticas em todo o mundo. "A única forma de minimizar o aquecimento global é diminuir o consumo de combustível", recomenda Elisete.
Lígia Vial, assessora jurídica da Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda), lembra ainda que o petróleo é um recurso não-renovável e sua extração causa graves danos à natureza. "Todos os problemas ambientais giram em torno do consumo, que demanda destruição. A sociedade precisa se conscientizar sobre as formas de amenizar esse impacto", alerta.
A concentração de poluentes aumenta também a ocorrência de doenças. É o que afirma Geraldo Brasileiro, pesquisador da Faculdade de Medicina da UFMG. Ele explica que, quando aspirada, "a fumaça preta" chega até as partes mais profundas do pulmão, causando bronquite, asma, enfisema pulmonar e até câncer.
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a UFMG revela que a concentração de material particulado na capital mineira está acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) - 10 mg/m³. Em média, é registrada a concentração de 15 a 18 mg/m³ de poluentes no ar, conforme levantado entre maio de 2007 e novembro de 2008.
Fonte: O Tempo, 25/01/2010.
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