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BRT de Salvador: uma face da instrumentalização do planejamento

domingo, 7 de abril de 2024

Na sexta-feira, 29 de março de 2024, dia em que a cidade de Salvador completou 475 anos, foi inaugurada a última etapa do BRT, junto aos “novos” canteiros centrais dos terminais Cidadela e Hiper. Para as pessoas que acompanham o meu trabalho já não é novidade que sou um crítico aberto ao projeto e ao modo com o qual foram executadas as obras. Minhas críticas estão ancoradas em três questões as quais considero principais: 1. contraditório alto custo de implantação; 2. alto impacto ambiental injustificável; 3. impacto questionável na mobilidade urbana e no deslocamento dos usuários. Nos próximos parágrafos irei destrinchar cada uma dessas críticas, a partir de um breve levantamento de dados, com o objetivo de indicar o porquê acredito que o BRT de Salvador é um exemplo de como o planejamento urbano pode ser instrumentalizado para aprofundar desigualdades.

Para começarmos é importante sistematizar o que é o BRT. Segundo o manual elaborado pelo Ministério das Cidades em 2008, o Bus Rapid Transit (BRT): “(...) é um sistema de transporte de ônibus que proporciona mobilidade urbana rápida, confortável e com custo eficiente através da provisão de infra-estrutura segregada com prioridade de passagem, operação rápida e frequente e excelência em marketing e serviço ao usuário”. Em linhas gerais, o BRT é uma espécie de imitação dos modais de transporte por trilhos, com a diferença sendo a existência das faixas exclusivas para a circulação dos ônibus, de modo a garantir o deslocamento sem trânsito, e o controle dos tempos de partida e chegada das viagens. Em 1973, o primeiro modelo desse sistema foi implantado na cidade de Ottawa, no Canadá. Um ano depois, em 1974, o Brasil recebe o seu primeiro BRT na cidade de Curitiba, sob a gestão do Arquiteto e Urbanista Jaime Lerner na Prefeitura Municipal, e que se tornaria um dos melhores exemplos de implantação deste modal.

O BRT deveria ser um modal de baixo custo. Segundo o manual do Ministério das cidades: “um sistema BRT custa, tipicamente, de 4 a 20 vezes menos que um sistema de bondes ou de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou entre 10 a 100 vezes menos que um sistema de metrô”. Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estima que o valor por quilômetro de implantação é entre R$ 10 a 30 milhões de reais. A previsão de custo total do BRT segundo a Prefeitura é de R$ 412 milhões, com valor médio de custo por quilômetro entre R$ 68 e R$ 110 milhões de reais, trata-se do BRT mais caro implementado em nosso país.

Muito desse custo é reflexo de um projeto que trata o desenho urbano e viário como uma colcha de retalhos: elevados na localidade próxima ao Shopping Iguatemi e em parte da Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM), canteiro central nos trechos do Itaigara e da Avenida Vasco da Gama, faixa exclusiva no Caminho das Árvores até a Praça Nossa Senhora da Luz, e por aí vai. Não me levem a mal, sei que adaptações são necessárias em qualquer projeto, ainda mais de infraestrutura urbana na cidade de Salvador, onde a topografia acidentada impõe desafios, contudo, o que me parece é que as Secretaria de Mobilidade, Infraestrutura e Fundação Mário Leal Ferreira tinha uma base do que precisava ser feito contudo, cada uma, seguindo uma direção. O resultado é um BRT que se comporta como BRS em diversos trechos, inclusive, antes fosse feito um BRS, pelo menos as árvores centenárias da Avenidas ACM e Vasco da Gama poderiam ser poupadas, contudo, o que observamos foi mais perverso, pois, mesmo com toda uma comoção, com uma ação civil pública, bem como outros expedientes protocolados na Câmara Municipal e junto ao Ministério Público, as obras seguiram, e já estamos sentindo os seus impactos no aumento do microclima urbano.

Diante do alto custo de implantação e do impacto ambiental gerado, existe uma real demanda de usuários que justifique a implantação do BRT ? A princípio não, visto que os trechos em que onde hoje passam o modal eram atendidos pela linhas de ônibus advindas dos diversos bairros da cidade e dos terminais como Lapa e Estação Pirajá. No entanto, a partir da alteração do destino final das linhas que circulavam até o bairro da Pituba para ir somente até a localidade do terminal Hiper do BRT, uma necessidade foi fabricada. A justificativa apresentada pela Secretaria, é que a alteração reduziria o tempo médio das viagens, resultando num menor tempo de espera para os usuários.

Em um primeiro olhar, o raciocínio pode até parecer coerente, contudo, no planejamento dos transportes as variáveis não são tão simples, de modo que não basta apenas suprimir parte do trajeto se o tempo de engarrafamento nos outros trechos ainda persistir, e se a parte suprimida for pequena se comparada a todo o roteiro que o ônibus já faz. Boa parte das linhas afetadas pelas mudanças são de bairros do Subúrbio Ferroviário, Cidade Baixa e Miolo. A diferença entre ir até o terminal Hiper ou até a Pituba impede que essas linhas não fiquem em engarrafamentos em trechos que elas precisarão passar, como a Avenida Silveira Martins ou Avenida Suburbana ? Não. A diferença entre a distância percorrida entre o final de linha de Paripe até o terminal do BRT seria muito menor do que se o roteiro fosse até o final de linha da Pituba ? Não. Sendo assim, qual a justificativa se não a necessidade de fabricar uma demanda operacional ?

Por fim, uma outra questão precisa ser posta: por que somente as linhas advindas dos bairros populares são alteradas ? Há um tempo atrás, lembro que a remoção de uma série de linhas que atendiam os bairros Barra e Ondina gerou uma grande comoção. Bairros como Liberdade, Pau Miúdo, Santa Mônica, ficaram obrigados a ir até a estação da Lapa e de lá acessar a Barra a partir da integração com alguma linha LB (Lapa x Barra). Na época, a discussão sobre racismo ambiental não estava na pauta do dia como está hoje, contudo, a medida foi encarada por acadêmicos e por setores da sociedade civil organizada como uma estratégia para garantir a assepsia (limpeza) social de um bairro “nobre”. Ao privilegiar a alteração das linhas de bairros populares, habitados em sua maioria por pessoas negras, obrigando a utilização de um único modal para acessar um bairro nobre, dificultando o seu acesso, a Prefeitura Municipal de Salvador utiliza do planejamento da mobilidade urbana para reforçar a localização de pessoas pretas e brancas na cidade, em linhas gerais, trata-se de racismo ambiental.

Mas, e então, podemos afirmar que o BRT é um exemplo de como o planejamento urbano pode ser instrumentalizado para aprofundar as desigualdades sociais ? Vejamos. O ato de instrumentalizar diz da criação das condições necessárias para que um objetivo se cumpra utilizando algo ou alguém. Como indiquei em um outro texto meu, o planejamento urbano envolve pessoas que planejam e projetam para pessoas. A nível Municipal, o instrumento máximo que dá as diretrizes do planejamento de nossa cidade é o plano diretor, contudo, outros planos setoriais municipais podem e devem ser elaborados, como o plano de mobilidade, habitação, etc. Num cenário ideal, esses planos deveriam ser elaborados e aprovados a partir da realização de consultas e audiências públicas, contudo, numa sociedade desigual, marcada pelos interesses políticos e econômicos ocultos da sociedade civil, tanto o plano diretor, como os planos setoriais podem ser alterados para atender aos objetivos de empresas, políticos, elites, sendo esse o caso tanto do nosso plano diretor, quanto do nosso plano de mobilidade urbana, que desde 2018 prevê a execução do BRT tal como está. Não existiu discussão pública conduzida pela municipalidade, não existiu espaço para acolher questionamentos, nada, a proposta foi incorporada ao plano e assim seguiu sendo executada mesmo diante de uma comoção pública contrária. Sendo assim, podemos afirmar que o BRT de Salvador é um dos exemplos de como o planejamento urbano pode ser instrumentalizado, resta-nos agora cobrar as devidas mitigações.

*Joel Meireles Duarte é advogado, mestre em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social, mestre em Direito, ambos, pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), com os temas em Direito à Cidade, membro do Instituto dos Advogados da Bahia (IAB), membro da Associação Brasileira de Jurista pela Democracia (ABJD).

Informações: A Tarde

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Os motivos que levam à preferência pelo BRT em Salvador

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

As dúvidas a respeito do modelo ideal de transporte urbano a ser implantado em Salvador ainda são muitas, porém, as vantagens do BRT (Bus Rapid Transit) sobre o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) cada vez mais apontam para a escolha deste modal composto por corredores exclusivos de ônibus e grande capacidade de passageiros.

A declaração da ministra do Planejamento Miriam Belchior de que as licitações do governo, especialmente no setor de transportes, vão dar preferência a obras que tenham projeto executivo, deve interferir diretamente nesta escolha. O BRT é único modelo que obedece tal critério.

A principal discussão gira em torno da escolha de um transporte sobre trilhos ou de um corredor exclusivo para ônibus que corte toda a cidade. No último mês de junho, o governo estadual, por meio do secretário de Planejamento, Zezéu Ribeiro, anunciou que a capital baiana possuiria os dois meios de transporte. Salvador será interligada a Lauro de Freitas com um transporte sobre trilhos implantado na Avenida Luiz Viana Filho (Paralela), um dos pontos de maior tráfego da capital baiana.

O principal benefício do projeto é o de viabilizar o metrô do ponto de vista econômico. Dos seis quilômetros que possui atualmente, ele passaria a ter 34, se incluído o trecho até a Estação Pirajá, ainda em construção. Os demais pontos da cidade seriam abastecidos pelo BRT. Em contrapartida, a execução deste projeto consumiria cifras astronômicas, previstas em até R$ 3 bilhões, além do extenso tempo que demandaria para sua execução.

Representantes da prefeitura, por sua vez, elegem corredores exclusivos de ônibus com grande capacidade de passageiros, ou seja, o BRT, como meio ideal para fazer a ligação entre os municípios, além de cortar toda a cidade.

A União dos Bairros Pela Mobilidade Urbana alerta sobre a existência de um estudo sobre a implantação de uma Rede Integrada de Transporte (RIT), com abrangência em toda capital baiana. O modelo proposto prevê 78 km de BRT e 12 km de Metrô. Diferentemente dos 22 km de metrô proposto pelo governo do estado. De acordo com a proposta, com o mesmo dinheiro, Salvador teria 90 km de vias exclusivas para transporte, 65 novas passarelas, 26 terminais de transbordo, 58 novos viadutos, 13 novos pontilhões e 10 passagens subterrâneas.

A entidade critica ainda o fato de o modelo proposto pelo governo não contemplar regiões periféricas da cidade, a exemplo do Subúrbio, Cajazeiras, Castelo Branco, Rio Sena, Liberdade, Pau Miúdo, São Caetano, Valéria, São Cristóvão, Boca do Rio e demais bairros populosos que, segundo a RIT, teriam caído no esquecimento.

A escolha pelo BRT é endossada pela diretora técnica do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Ângela Levita. “A opção por BRT em Salvador é devido a sua adequação à nossa problemática de topografia, de uso do solo e da formatação dos movimentos da demanda, ou seja, onde estão as origens e os destinos das viagens. Esta é a melhor opção para a mobilidade de nossa capital”, afirmou. Para as obras de BRT, estão previstos investimentos da ordem de R$ 570 milhões.

A definição sobre qual modal será adotado em Salvador deve ser anunciada nos próximos dias. No total, foram enviados ao governo do estado sete projetos, todos de empresas privadas. A expectativa é de que o lançamento do edital de licitação, que seguirá o modelo de Parceria Público-Privada (PPP), ocorra no mês de agosto. As obras devem começar no início de 2012 e acabar em 2014, antes da Copa do Mundo.

  Propostas apresentadas

A apresentação dos sete projetos que participaram do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) ocorreu no dia 7 de junho deste ano, com transmissão ao vivo pela internet. Um workshop foi promovido para que as empresas e consórcios participantes do processo exibissem seus projetos ao Grupo de Trabalho Executivo (GTE), responsável pela avaliação das propostas.

O consórcio entre o Setps e a Odebrecht Transport propôs a implantação do BRT em duas fases, a primeira, de 41,9 quilômetros, concluída até 2014, e a segunda, de 36,1 quilômetros, interligaria o aeroporto de Salvador ao metrô e ao sistema ferroviário suburbano até 2016. O projeto com custo final de R$ 2,9 bilhões teria 173 estações e terminais, 58 viadutos, 14 pontilhões e 13 túneis, além de ciclovias e calçadas. A capacidade máxima do sistema é de 45 mil passageiros por hora.

A Camargo Correia e Andrade Gutierres, consórcio que também é responsável pela execução das obras e implantação do polêmico Metrô de Salvador, propôs a execução de um metrô de superfície. São 23 quilômetros de linha ligando o município de Lauro de Freitas à Rótula do Abacaxi, passando pelo Aeroporto de Salvador, canteiro central da Paralela e Iguatemi. O projeto que seria implantado em três fases teria o custo final de R$ 2,9 bilhões.

A ATP Engenharia também apostou em um metrô de superfície. Inspirada no sistema de transporte coletivo da cidade do Porto, em Portugal, a proposta contempla a implantação de trilhos entre Lauro de Freitas e Rótula do Abacaxi. Seriam 23 quilômetros de vias exclusivas, construídas em nível de solo, com 19 paradas e capacidade de transportar 60 mil passageiros por hora. O projeto contempla também a integração por um sistema complementar de BRT passando pelas avenidas Orlando Gomes e Pinto de Aguiar. O custo é de R$ 3 bilhões.

Obras divididas em fases

Outra que aposta no metrô de superfície é a Invepar Investimentos, que inclui a OAS e administra a Estrada do Coco e Linha Verde. O projeto possui duas linhas, uma com 20,5 quilômetros, de Lauro de Freitas à estação do Acesso Norte, e outra, com 12 quilômetros, entre Estação da Lapa ao bairro de Pirajá. O custo do projeto é de R$ 3 bilhões. A proposta atenderia aproximadamente 37,8 mil passageiros por hora, podendo chegar a 80 mil.

O grupo baiano Prado Valladares adotou o sistema tipo trollebus, ou BRT elétrico, podendo evoluir até 2030 para metrô. São 41 quilômetros de vias aéreas, composta por pistas elevadas, passarelas e ciclovias. O projeto custa R$ 2,4 bilhões e atenderia 22 mil passageiros por hora até 2014, evoluindo progressivamente até atingir o topo de 60 mil, com a migração do sistema para metrô. A proposta prevê 26 paradas, 126 pontos de acesso às ciclovias e passarelas, e três rodoviárias, uma em Lauro de Freitas, outra em Valéria e a última em Simões Filho.

Com o sistema BRT, a proposta da Metropasse interligaria o centro de Lauro de Freitas à estação da Calçada, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. O projeto possui 75 quilômetros de vias exclusivas e contempla a construção de viadutos, passagens subterrâneas e passarelas. Orçado em R$2 bilhões, o sistema possui capacidade inicial de 18 mil passageiros por hora, atingindo o topo de 38 mil, em 2039.

O Grupo Queiroz e Galvão apostou no sistema de monotrilho, um trem encaixado em um único trilho em nível elevado, interligando os municípios de Salvador e Lauro de Freitas. O projeto de 25 km, com 23 paradas, interligaria o aeroporto à Rótula do Abacaxi, passando pela Paralela e seguindo até a Pituba. O custo do projeto é de R$ 2 bilhões e atenderia aproximadamente 49 mil passageiros por hora, em uma velocidade média de 35km/h, com tempo médio de 25 minutos embarcado.



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BRT de Salvador registra aumento de 45% no número de passageiros

quarta-feira, 14 de junho de 2023

O BRT de Salvador registrou aumento de 45% no número de passageiros transportados desde a entrega da estação Pituba, no último dia 31 de março. Em maio passado, o sistema transportou 598,1 mil pessoas, enquanto em março este número foi de 409,8 mil, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob).

Em comparação com janeiro deste ano, o crescimento é ainda maior: 76%. No primeiro mês do ano, o fluxo de passageiros que utilizaram o sistema foi de 339.358 pessoas, ainda de acordo com dados da Semob. Desde o início da operação, em setembro do ano passado, o BRT vem registrando um aumento gradual no número de usuários.

O sistema já está próximo da marca de 3 milhões de passageiros transportados desde setembro. Com a entrega da estação Pituba, todo o trecho 3 do BRT já está em operação, incluindo ainda outros cinco terminais: Rodoviária, Hiper, Cidadela, Parque da Cidade e Itaigara. O sistema ainda vai até a Praça Nossa Senhora da Luz, com paradas também na Apae e na Praça Belo Horizonte.

Segundo o secretário da Semob, Fabrizzio Muller, esse crescimento tem sido orgânico, à medida que as pessoas vão conhecendo o sistema. “O número de passageiros do sistema de BRT vem crescendo mensalmente, isso sem nenhum tipo de mudança. No mês de maio foram quase 600 mil pessoas. As primeiras mudanças mais ligadas ao BRT estão acontecendo agora em termos de linhas. Então, é um crescimento orgânico, as pessoas estão gostando e utilizando no seu dia a dia por opção”, afirmou.

Ele destacou que o BRT é um sistema atual utilizado nas grandes cidades do mundo. “O ônibus nunca vai deixar de existir. O BRT é um sistema de ônibus em corredores preferenciais ou exclusivos com estações, o que permite um acesso mais rápido e mais seguro à população. Isso nunca vai deixar de existir, nunca vai deixar de ser atual”, salientou.
Muller enfatizou, ainda, que Salvador sai na frente em relação aos ônibus elétricos utilizados no BRT. Hoje são 8 em operação e, quando o sistema estiver completo, 30% da frota de 150 veículos será elétrica. “O BRT de Salvador é um dos pioneiros no Brasil em termos de mobilidade elétrica”, frisou. As obras nos demais trechos estão dentro do cronograma e devem ser entregues no primeiro trimestre do próximo ano.

Eficiência - Passageiros que estão utilizando o BRT destacaram a eficiência e conforto do sistema. A cozinheira Terezinha Souza usou o modal pela primeira vez recentemente e afirmou que ficou surpresa com a qualidade do serviço. “O serviço está fluindo bem e percebo que está sendo muito bom para toda a população. O BRT está facilitando os deslocamentos e os ônibus chegam muito rápido. Foi muito válido usar”, contou.

Moradora do bairro de Cosme de Farias, Tatilene Carvalho contou que faz uso do modal sempre que precisa resolver alguma pendência na região da Pituba e depois seguir para o trabalho, no Centro Empresarial Iguatemi. “Está sendo ótimo usar o BRT. É um transporte muito cômodo porque consigo me deslocar mais rapidamente do que usando um ônibus convencional, já que não fico presa no engarrafamento. Isso sem falar do conforto de estar no ar condicionado, em um ônibus bacana, com tudo funcionando direitinho. Me sinto muito segura no BRT”, detalhou.

O auxiliar administrativo Daniel Souza, que mora em Rio Sena, afirmou que tem feito uso do sistema com frequência. Para ele, o BRT tem possibilitado viver com mais qualidade de vida. “Está sendo maravilhoso usar o BRT pois poupa muito meu tempo e me dá comodidade para fazer seus trajetos. O transporte veio a calhar, principalmente na região do Iguatemi que costuma ter congestionamentos. No horário de pico usar o BRT faz uma diferença enorme e facilita muito para mim usar o BRT tanto de dia quanto de noite”, finalizou.

Informações: Tribuna da Bahia
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Jaime Lerner aprova o BRT de Salvador

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Transitar em Salvador não é tarefa fácil, parece que as ruas estão cada dia mais cheias. Com uma frota crescente de 700 mil veículos circulando na cidade, os engarrafamentos já fazem parte do cotidiano da população. Esse é um problema diário e um desafio para uma das cidades-sede da Copa do Mundo. O que se busca é a mobilidade urbana, para facilitar a fluidez no trânsito, evitar os engarrafamentos, oferecer segurança para veículos e pedestres, além de assegurar uma maior e melhor oferta de transporte. Uma das soluções é o Bus Rapid Transport (BRT), que será o carro-chefe do projeto de mobilidade urbana em Salvador.

O tema foi debatido ontem na palestra da Semana Nacional de Trânsito que aconteceu na Associação Comercial da Bahia, ministrada pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner. O evento contou com a presença do prefeito João Henrique, do presidente da Transalvador, Renato Araújo, do secretário da Secretaria de Infraestrutura e Transporte (Setin), Elvado Jorge, do diretor da Tribuna da Bahia, Walter Pinheiro, além de deputados, vereadores e representantes comunitários.

Autor de projetos de sucesso implantados em outras capitais do país e no mundo, Lerner foi governador do Paraná por dois mandatos e prefeito de Curitiba por três vezes. Além de consultor em urbanismo da Organização das Nações Unidas, tem entre suas soluções mais festejadas o sistema de ônibus expressos, adotado em mais de 100 cidades no mundo. Na apresentação, ele destacou a viabilidade de ideias como o Bus Rapid Transport (BRT) para resolver problemas de mobilidade em grandes cidades, projeto que já consta como uma das soluções para Salvador e faz parte do projeto da prefeitura - Salvador Capital Mundial.

O BRT, sistema de ônibus de alta capacidade promove um serviço rápido, com embarques e desembarques através de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos, sistema de pré-pagamento de tarifa, veículos de alta capacidade, modernos e com avançada tecnologias, transferência entre rotas sem incidência de custo; sinalização e informação ao usuário.

O projeto de Salvador prevê 20 quilômetros entre o Aeroporto e o Acesso Norte, que darão mais agilidade ao tráfego da capital, fazendo a ligação com o metrô.

“O transporte individual tem que se integrar ao transporte público. Não sou contra o automóvel, mas o ideal é que ele seja usado em menor escala na nossa rotina. O papel dos governos é garantir o transporte público para que diminua o uso dos carros. Tenho certeza que isso acontecerá em Salvador”, afirmou Lerner.

Conforme Lerner, 75% das emissões de carbono estão nas grandes cidades do mundo e desse total, a maior parte é proveniente dos automóveis. Jaime Lerner acredita que pequenas mudanças, como tornar o fluxo de ônibus mais rápido, podem mudar, de forma imediata, a qualidade de vida da população. “A qualidade do sistema de transporte está na rapidez com que ele funciona.

A implantação do BRT em Salvador, assim como em outras capitais, tem tudo para dar certo, para isso terá que ser operado de maneira eficiente. A qualidade vai estar na frequência do sistema, na rapidez que os ônibus vão transitar”, ressaltou o urbanista.

O fluxo desnecessário de veículos, para o urbanista, é um dos problemas das grandes metrópoles, segundo ele, se a maioria da população trabalhasse e morasse no mesmo bairro ou em regiões mais próximas, melhoraria o sistema viário.

“A estrutura da cidade tem que ser projetada com serviço, moradia e lazer juntos, evitando assim mobilidades desnecessárias. O transporte coletivo tem que oferecer conforto, segurança e rapidez para atender a todas as classes, assim as pessoas deixariam seus veículos em casa. Automóvel tem que ser usado para o lazer nos finais de semana”, enfatizou.

Soluções para o sistema viário
Com uma frota de veículos que cresce 0,6% ao mês, superando a média anual dos Estados Unidos e São Paulo, a capital baiana precisa de intervenções em caráter de urgência para resolver o caos nas vias. Além dos complexos e viadutos, a cidade anseia por projetos em planejamento urbano. O prefeito João Henrique disse que a adoção de medidas de choque de ordem, como o Decreto de Carga e Descarga é uma das medidas para a fluidez no trânsito de Salvador.

“Estamos travando na Justiça uma batalha para que prevaleça a vontade da maior parte da população com a volta da aplicação do decreto”.

O prefeito afirmou que nos próximos meses a administração municipal vai anunciar um pacote de ideias com soluções de curto, médio e longo prazo para o sistema viário de Salvador. Também entregou a Jaime Lerner uma cópia do projeto Salvador Capital do Futuro que prevê uma série de intervenções estruturantes na cidade, preparando-a para uma nova época.

“O sistema viário de uma cidade é seu centro nervoso, e numa capital que cresce na velocidade de Salvador, com 3 milhões de habitantes e 700 mil veículos circulando diariamente, esse é um tema que precisa ser debatido em busca de soluções para melhorar a mobilidade urbana”, destacou o prefeito.

Com referência à violência no trânsito, o prefeito apresentou números que mostram a redução. De 2004 para 2009, o número de casos de morte por acidente, por exemplo, caiu de 5,6 para 3,5, considerando 10 mil veículos.

Transporte – O BRT é um sistema de ônibus de alta capacidade que provê um serviço rápido, confortável, eficiente e de qualidade, utilizando os mais modernos sistemas de transporte urbano sobre trilhos.

Com corredores exclusivos ou com preferência para a circulação do transporte coletivo: embarques e desembarques rápidos, através de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos; sistema de pré-pagamento de tarifa; veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas; transferência entre rotas sem incidência de custo; programação e controle rigorosos da operação; sinalização e informação ao usuário e com custo menor que o metrô.

Há ainda projetos de duplicação das avenidas Pinto de Aguiar e Gal Costa, para melhorar o acesso aos estádios de Pituaçu e Barradão, além da criação dos “corredores de transporte metropolitano de alta capacidade”, que nada mais são que vias exclusivas para ônibus, já existentes, mas sem funcionamento na prática por falta de fiscalização da Secretaria de Infraestrutura e Transporte (Setin).

Fonte: Sinduscon

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Prefeitura de Salvador entrega trecho 2 do BRT com 8 novas estações

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Com a entrega do trecho 2 do BRT de Salvador nesta quinta-feira (25), entra em operação a mais nova linha do modal, a B4, que vai ligar a Lapa à Estação Pituba, em frente à sede da Apae, com viagens nos dois sentidos. Neste período inicial, o trajeto vai funcionar de forma assistida, ou seja, em fase de monitoramento e ajustes para que a população vá aos poucos se adaptando à nova opção de transporte.

A operação assistida começará com horário reduzido, das 9h às 15h, com intervalo médio de saída dos ônibus a cada 10 minutos. Além da Lapa e da Pituba, os usuários poderão embarcar ou desembarcar nas novas estações Rio Vermelho e Cidade Jardim. A ideia é que o horário de funcionamento seja ampliado e novas estações sejam integradas com o avanço desta fase piloto, que será avaliada a cada 15 dias.

Como explica Fabrizzio Müller, este faseamento é importante para que a operadora realize ajustes e garanta o melhor funcionamento. “É preciso neste período homologar as estações, treinar as equipes, verificar as demandas das pessoas, são vários aspectos. A cada 15 dias, a gente vai fazer um avanço, aumentando o horário e as estações, por exemplo. Claro que tudo será anunciado com antecedência para que os usuários se preparem. Tenho certeza de que não vão restar mais dúvidas de que o BRT traz muito mais conforto e muito mais eficiência no transporte das pessoas”, disse.

Segundo Fabrizzio Müuler, a B4 terá sete veículos neste período assistido, quantidade que ampliará com o avanço da operação. A linha contará com ônibus de 13 metros, utilizados atualmente pelo modal, e também de 15 metros, que foram adquiridos recentemente pelo município, todos com ar-condicionado e acessibilidade completa. Ainda neste ano, serão integrados à frota veículos articulados, de 18 metros.

O sistema BRT conta atualmente com 44 veículos, fora os sete que chegaram para a B4. Até o final deste ano, serão incorporados mais 51 ônibus, totalizando 102, entre eles a frota elétrica. Com isso, será possível criar mais duas linhas para o modal: a B5, que vai ligar a Rodoviária à Lapa, e a B6, que vai fazer o trajeto entre a Lapa e o aeroporto pela orla por meio do BRS, que está sendo implantado.

A B4 beneficia diretamente a população de 15 bairros pelos quais ela passa: Santa Cruz, Candeal, Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas, Brotas, Horto, Engenho Velho da Federação, Acupe de Brotas, Engenho Velho de Brotas, Federação, Garcia, Tororó, Barris, Nazaré e Centro. Além disso, é possível realizar a integração com outros modais por meio do Salvador Card, como o metrô e os ônibus convencionais.
Antes mesmo do trecho 2, o BRT já ultrapassou a marca de 1 milhão de usuários por mês. A perspectiva é que, com o modal em pleno funcionamento, sejam mais de 3 milhões. “A população já adotou o BRT porque a população entende o que é bom. As pessoas sabem que ali você tem previsibilidade, menor intervalo entre os ônibus, segurança nas estações. E o mais importante: o BRT trafega por vias exclusivas, permitindo muito mais agilidade, muito mais rapidez e a prioridade do transporte público”, disse Fabrizzio Müller.

O novo trecho do modal se estende por 7 km e possui 8 estações: Cidade Jardim, Vale das Pedrinhas, Rio Vermelho, HGE, Ogunjá, Vasco da Gama, Barris e Lapa. Com isso, o modal alcança 22 km de vias exclusivas e 14 estações, beneficiando 18 bairros, fora o trecho compartilhado. A infraestrutura conta com ciclovias em todo o seu percurso e mais de 5 mil árvores foram plantadas no paisagismo ao redor. Além disso, foram instaladas mais de 1,3 mil luminárias em LED e 542 postes para reforçar a iluminação pública.

Neste período inicial, quem estiver utilizando as outras linhas do BRT pode fazer a baldeação para a B4 na Estação Pituba. Da mesma forma, quem quiser sair da Rodoviária e ir até a Lapa via BRT deve usar a B1, a B2 e a B3 para fazer a troca de linha na Estação Pituba.

O BRT de Salvador possui outras três linhas: a B1, que interliga a Rodoviária e a Estação Pituba via Av. ACM; a B2, que segue um trajeto similar, porém segue até a Praça Nossa Senhora da Luz, na orla da Pituba; e a B3, que sai da Rodoviária e vai até a Av. Manoel Dias da Silva, na orla da Pituba, passando por dentro do Caminho das Árvores e pela Av. Paulo VI e depois volta para a Rodoviária pela Av. ACM.

O BRT de Salvador completou um ano de operação em 30 de setembro do ano passado, quando alcançou a marca de 10 milhões de passageiros transportados. O sistema é pioneiro no país no uso de ônibus elétricos e inaugurou em 2023 o maior terminal público de recarga elétrica de veículos do Brasil. Além de um projeto de transporte, a iniciativa contempla ainda intervenções de macrodrenagem, paisagismo, iluminação e abertura de áreas de lazer com quadras, parques infantis e a maior pista de skate da capital baiana.

Informações: AcordaCidade

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Na Bahia, Governador defende integração entre metrô, BRT e ônibus

domingo, 7 de agosto de 2011

Andar de carro ou transporte público em Salvador, desde há muito tempo, virou um suplício para os soteropolitanos enfrentar os constantes os congestionamentos. Com a escolha de Salvador como uma das candidatas a ser anfitriã da Copa de 2014, a mobilidade urbana está na ordem do dia. O governo do Estado divulgou recentemente os resultados preliminares do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), que indicam um sistema integrado de transporte metropolitano com tecnologia em trilhos no corredor estruturante da Avenida Paralela, BRT (sigla em inglês para Sistema Rápido  de Ônibus – Bus Rapid Transit) nos corredores alimentadores e ônibus no restante. Entretanto, a prefeitura de Salvador defende a implantação de BRT na Paralela.

As empresas/consórcios que apresentaram propostas para a PMI foram: Consórcio Odebrecht Transporte S.A. / Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps); Consórcio Camargo Corrêa Infraestrutura S.A. / Consultora Andrade Gutierrez S.A.; ATP Engenharia Ltda; Construtora Queiroz Galvão S/A.; Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A. (Invepar); Associação Baiana de Transportes Metropolitanos (Metropasse); Prado Valadares Arquitetos Ltda.

Entretanto, a proposta gerou um “ruído” entre governo do Estado e prefeitura de Salvador, com constantes “trocas de farpas” na imprensa entre os secretários João Leão (da Casa Civil municipal) e Zezéu Ribeiro (do Planejamento estadual). Em recente entrevista ao Correio*, o ministro das Cidades, o baiano Mário Negromonte – companheiro de partido (PP) do prefeito João Henrique – afirmou que a orientação da presidente Dilma Rousseff é não mudar o projeto executivo apresentado pela prefeitura, que, segundo o chefe da Casa Civil municipal, João Leão, possui recursos próprios já pré-aprovados pela Caixa Econômica Federal (CEF) para implantação do BRT.

Para acalmar os ânimos, o governador Jaques Wagner entrou em campo nesta semana e, em entrevista exclusiva ao Correio* disse não ter “paixão pelo trilho nem pelo pneu”, o que voltou a afirmar durante seu discurso na abertura da segunda edição do Agenda Bahia, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (4), na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no Stiep. “Volto a repetir que não tenho paixão por trilho ou pneu, não sou construtor de trilho, pneu, ônibus ou trem. Eu acho que a forma como está sendo trabalhada esta questão aqui em Salvador, não é positiva. O mundo inteiro convive entre BRT e trilho, entre metrô, BRT e ônibus. Rio e São Paulo estão assim e aqui se estabeleceu uma falsa dicotomia entre pneu e trilho. Eu tenho insistido em dizer que esta é pior forma de debater um tema, o que me interessa é a melhor saída técnica, óbvio que se leve em conta o custo para a população de Salvador, projetando 10, 20 anos. Eu não posso fazer uma obra para hoje para daqui a 5 anos”.

Estado x Prefeitura
No entanto, se depender de Jaques Wagner, a integração entre os modais BRT, metrô e ônibus deverá prevalecer. Para isto, o petista embarcou na tarde desta quinta-feira (4) para Brasília, onde se encontrará com a presidente Dilma para discutir a possibilidade de financiamento para o projeto. “Não há essa dicotomia entre governo e prefeitura. Em tese, governo e prefeitura têm que querer a mesma coisa: o melhor para a cidade. Agora, eu dependo de financiamento federal, por isso eu estou indo hoje (ontem) para Brasília, vou voltar amanhã (hoje) com a presidenta Dilma – porque ela vem aqui lançar Inclusão Produtiva do Estado, depois ela vaia Juazeiro, inaugurar mais de 1.500 casas do Minha Casa e Minha Vida – e vou conversar com ela essa questão central: qual o volume de financiamento que nós podemos contar. Dependendo, a minha posição é clara, aliás, a posição dos técnicos que analisaram o sistema é a integração do metrô com o BRT e ônibus, sendo que no corredor central da Paralela seria o metrô”.

Já em relação a Cajazeiras, o governador afirma que duas opções estão sendo estudadas: a extensão do metrô, que deve chegar até Pirajá e de lá para Cajazeiras, levando em conta um estudo preliminar pelo adensamento populacional; e a outra alternativa seria fazer um BRT de Cajazeiras até Pirajá para poder fazer o entroncamento com o metrô. “O que eu chamo a atenção é que temos que buscar o conforto da população e ela não pode pagar duas passagens para ir ao trabalho. Então, eu tenho que colocar bilhetagem no ônibus, tem que ter integração. Eu vejo Salvador e Região Metropolitana como um complexo de transporte, por isso que eu acho que é reduzir demais o debate ficar nessa: é trilho e pneu. É assim no mundo inteiro”.

De acordo com o petista, foi feita uma análise técnica projetando o maior volume de demanda de passageiros, olhando para o hoje e o amanhã, e defende a integração dos outros modais (BRT e ônibus) com os 6 km do metrô em “fase final de implantação”, após 12 anos, para viabilizá-lo financeiramente. “Aquele metrô com 6 ou até mesmo 12 km não se sustenta, será caríssimo para o poder público. Então, eu entendo que ao fazer mais 22 km de metrô, você passa a ter 34 km, que viabilizaria o metrô já instalado e é também um meio de transporte que tem maior capacidade de carregar passageiros. Agora, o metrô não vive sozinho e é isso que precisa ficar claro, tem que ter ônibus complementar, BRT, eventualmente, como complementar”.

Wagner afirma que R$ 12 seria o custo para cada passageiro embarcado no atual molde do metrô. “Por isso, temos que integrar com outra perna do metrô. Na medida em que você aumenta a demanda de passageiros no metrô, evidente que o subsídio vai diminuindo”.

Para corroborar sua posição, ele destacou a cidade de Londres, que tem um dos melhores metrôs do mundo, “no entanto, carregam metade dos passageiros que os ônibus carregam”. “Então, não há essa dicotomia que tem que se estabelecer como se Salvador pudesse sobreviver com um ou outro modal de transporte. Eu vou defender a valorização do metrô 1 que, por enquanto, é uma péssima fotografia para Salvador e para a Bahia. Portanto, entendo que essa forma é a mais inteligente para resolver. Agora, eu dependo do dinheiro, por isso, eu tenho que conversar com a presidenta Dilma, porque é o governo federal que vai fazer o processo de financiamento do aporte de dinheiro do orçamento da União”.

Copa 2014Questionado se o impasse na escolha do modal inviabilizaria Salvador ser sede da Copa de 2014, o governador foi enfático em dizer que “a copa do mundo acontece se tiver Arena Fonte Nova, não será por falta de metrô que não acontecerá”. “As pessoas criam mitos, nós fazemos o carnaval aqui com muito mais pessoas do que a copa e todo mundo entra e sai. O fundamental é o aeroporto, que está sendo preparado o terminal de passageiro para recepcionar um número maior. O fundamental é a Arena Fonte Nova, mas, é claro, é muito importante o meio de transporte, até porque nós circulamos por aqui. Entretanto, todos aqueles que apresentaram propostas, seja de metrô, seja de BRT, garantem: se nós não demorarmos na decisão – por isso, quero tomá-la rapidamente –, poderemos entregar qualquer modal até julho de 2014”.

Fonte: iBahia.com
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Em Salvador, Decisão entre BRT e VLT sairá até dia 30

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sistema BRT em Curitiba
As vias da mobilidade urbana em Salvador levam a implantação do BRT (Bus Rapid Transit), sistema de transporte coletivo inventado em Curitiba, que Bogotá aperfeiçoou, para orgulho dos colombianos, e outras metrópoles do mundo aderiram. Entretanto, apesar de técnicos da prefeitura e dos governos estadual e federal estarem debruçados sobre o projeto, ainda não está definido qual o sistema que predominará em Salvador, com vistas a Copa do Mundo, se BRT ou Veículo Leves sobre Trilho (VLT). Entretanto, até 30 de março, o projeto básico deverá ser conhecido e as obras iniciadas ainda no segundo semestre deste ano, com prazo de conclusão em dezembro de 2013.

Conforme Francisco Santos Rocha, coordenador de planejamento de transportes do município, ainda não há o conhecimento do projeto como um todo. “O foco que mais aparece é o da Paralela, que se tornou polêmico e fica parecendo discussão de futebol”. Segundo ele, que já proferiu palestras em faculdades e na Câmara Municipal de Salvador, para esclarecer as alternativas viáveis para o transporte de massa na capital baiana, há dois anos técnicos da prefeitura realizam estudos sobre as possibilidades da mobilidade urbana soteropolitana.

 Rocha, que visitou Bogotá em 2007 para observar os prós e contras do sistema que encantou os bolivianos, aponta o sistema BRT como o mais viável para a cidade, por ser “uma alternativa de menor custo, menor prazo de implantação e mais flexibilidade para atender as necessidades da cidade”.

O governador Jaques Wagner, atento aos estudos em andamento sobre a viabilidade econômica e técnica dos sistemas, já demonstrou não ter predileção por nenhum deles e manifestou através de sua assessoria de comunicação, que “o fundamental é um projeto de mobilidade urbana para Salvador concebido dentro de uma lógica de articulação dos moldais existentes”. Desta forma, para o governo do estado não importa se BRT, VLT ou Metrô, se a busca é um sistema metropolitano de transporte integrado.

Francisco Rocha diz que a prefeitura também é a favor desta integração. “Salvador tem uma característica urbana  própria que pede um sistema multimodal, integrando a capital e a Região Metropolitana através de vias alternativas de ônibus, trem, metro e ciclovias”, ressaltou. Sendo assim, a Paralela poderá ter uma via exclusiva de ônibus do sistema BRT, ligando o aeroporto ao acesso norte, com corredores transversais chegando até a Pituba e estações da Lapa e Calçada, num total de 86 km.

Enquanto o poder público estuda as alternativas para o transporte público de Salvador, o que há de concreto é uma verba de R$ 570 milhões, recursos do PAC via Ministério das Cidades, para se dar início as obras do sistema após licitação.  Até 30 de abril será apresentada pelos técnicos envolvidos, a proposta dos projetos complementares que contemplarão a construção dos demais corredores da mobilidade urbana soteropolitana, para os quais serão necessárias mais verbas.

Para Horácio Brasil, superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), que confia na implantação do sistema BRT, “o Metrô é a melhor coisa do mundo para a cidade, mas para ser levado a sério teria que chegar até Cajazeiras, a onde tem uma população carente”.

 Em sua opinião, a aproximação política entre o governo do estado e governo municipal vai “gerar a energia necessária para prevalecer o bom senso. Ficaria muito feliz se alguns dirigentes visitassem algumas cidades do mundo que já têm o sistema BRT, como Los Angeles( USA), Nante (França), Stambul ( Turquia), Xangai (China) e Bogotá. VLT  é brincadeira de europeu rico. Ao meu ver o BRT é o único sistema que pode trazer resultados a curto prazo, com custo menor e eficiência”, afirmou.


Em meio a discussão sobre o futuro do transporte de massa de Salvador, o professor da UFBa Marco Aurélio Filgueiras, coordenador do Observatório da Copa, conclui: “ O problema é tão grande que deveria ter sido enfrentado com seriedade há muito tempo. Eu acho que o BRT em si não vai resolver os problemas da cidade. Não adianta pensar só nisso. Tem que ter articulação com o Metrô e integração com o sistema como um todo, além de incentivo ao transporte de duas rodas, em especial ciclovias como alternativas. Estes três anos serão decisivos para a resolução dos problemas”.



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Saiba o que é BRS, modal que ligará o BRT de Salvador ao Aeroporto

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Os projetos de mobilidade em Salvador seguem avançando. O próximo passo da prefeitura é a instalação de um BRS (serviço rápido de ônibus) nas regiões da Orla Atlântica e da Avenida Dorival Caymmi, a partir do já instalado corredor de BRT (ônibus de trânsito rápido) no bairro da Pituba, até o Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães.

A prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Mobilidade (Semob), já iniciou os processos de desapropriação, notificando oficialmente todos os proprietários de imóveis que precisarão ceder algum espaço para a passagem das vias exclusivas para ônibus do BRS.

Procurado pelo portal A TARDE, o secretário municipal de Mobilidade, Fabrizzio Müller, explicou que as desapropriações são poucas e servirão para ampliar as vias da orla, de duas faixas de pista para três.

“As poucas desapropriações que têm são exatamente naquele trecho do restaurante Ki-Mukeka, mas não tem impacto nenhum na operação deles. São pedaços pequenos de terrenos, em regra na frente das propriedades. A gente precisa de três faixas de pista e, nessa região da orla, na maior parte, temos apenas duas”, justificou o titular da Semob.

O projeto não é uma grande novidade. A gestão municipal já falava da possibilidade em 2017, sob o comando do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil). Mas foi em 2021, no primeiro ano da administração de Bruno Reis (União Brasil), que a ideia começou a ser tocada com mais firmeza pela prefeitura.

Parte das intervenções que a atual gestão do município fez e continua fazendo na região da Orla Atlântica já estão adaptadas para a chegada do BRS, que ligará a Pituba ao Aeroporto de Salvador. Os veículos utilizados nas vias exclusivas devem ser os mesmos elétricos do BRT, dando uma ideia de continuidade entre os sistemas.

“A obra de Patamares já está sendo preparada para receber o corredor do BRS, que é um serviço de ônibus com faixas exclusivas. Estamos discutindo para manter os ônibus no padrão do BRT e, em alguns lugares, colocar estações, para a gente conseguir prever o pré-embarque”, revelou Müller.

O que é cada coisa

A quantidade de siglas que estão surgindo no debate sobre mobilidade em Salvador pode confundir a população. VLT, BRT e BRS são coisas diferentes e estão sendo elaboradas, pelas gestões municipal e estadual, para modernizar e interconectar o transporte público da cidade.

O VLT, que é o veículo leve sobre trilhos, como o nome já diz, se trata de um modal de transporte à base de trens. Urbanos, eles costumam estar na superfície durante seu percurso inteiro, se diferenciando decisivamente do metrô, que pode ser subterrâneo. Mais barato que o metroviário, o modelo foi escolhido pelo governo de Jerônimo Rodrigues (PT) para atender a região do Subúrbio Ferroviário, substituindo os antigos trens da região.

O BRT, por outro lado, é um sistema fechado de ônibus, com vias construídas exclusivamente para a passagem dos grandes veículos automotores. A prefeitura de Salvador já construiu parte do projeto, que hoje liga o bairro do Itaigara ao Iguatemi pela Avenida ACM. A ideia, porém, é levar o modal à Estação da Lapa, passando pela Avenida Vasco da Gama.

Em Salvador, para o funcionamento do BRT, a prefeitura construiu diversos elevados em uma região movimentada da cidade, o que motivou diversas críticas. Hoje, os ônibus elétricos do sistema também circulam em linhas externas ao circuito fechado, em vias abertas no Caminho das Árvores e na Pituba.

Já o BRS é até parecido com o BRT, sendo também um sistema de ônibus, mas totalmente aberto, sem a construção de vias particulares para a circulação dos veículos. Nesse caso, haverá apenas a destinação específica de uma faixa da pista para a passagem do modal.

Fonte: A Tarde

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Representantes da SMTT Maceió acompanham o início das operações do BRT de Salvador

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Em vias de iniciar as obras para a implantação do sistema de transporte BRT (Bus Rapid Transit) em Maceió, uma comitiva da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) realizou uma visita técnica à Secretaria de Mobilidade (SEMOB) de Salvador, entre os dias 3 e 7 de outubro. A presença dos representantes do órgão responsável pelo transporte público coletivo de passageiros e pelo trânsito maceioenses teve como objetivo acompanhar o começo das operações do BRT de Salvador.


A SMTT foi representada pelo coordenador do Sistema Integrado de Mobilidade de Maceió (SIMM), por Silvio Sarmento, o assessor técnico de Transportes, Bruno Aragão, e o assessor técnico de Terminais e Paradas, Arthur Douglas, Os três foram recebidos pelo diretor de transporte de Salvador, Matheus Lima Moura.

Durante a visita, os representantes da SMTT conheceram o Centro de Controle e Operação (CCO) do BRT, onde foi possível acompanhar os trabalhos da equipe e ter informações sobre o uso da tecnologia na operação, que proporciona mais eficiência no serviço.

Todo o processo é acompanhado, em tempo real, a fim de garantir maior agilidade e previsibilidade de horário de chegada dos ônibus às estações.

"O funcionamento do Centro de Controle com a Supervisão do Órgão gestor, é primordial para o correto funcionamento do Sistema e o que presenciamos aqui foi o casamento perfeito entre a tecnologia e a atuação das pessoas que fazem parte do processo", frisou o coordenador do SIMM, Silvio Sarmento.

A comitiva também esteve na garagem do BRT, onde conheceu parte da frota de ônibus do novo modal, composta por veículos que seguem a tendência do design automobilístico europeu, com ângulos retos e visual imponente.

"Estrutura é tudo para que esse sistema tenha um bom desempenho. Aqui vimos veículos modernos e confortáveis e isso já traz um bônus enorme para a população", destacou o assessor técnico de Transportes da SMTT Maceió, Bruno Aragão.

"Tudo é muito bem organizado, com um sistema bem preparado para atender aos usuários. É uma outra realidade para quem se acostumou com o sistema convencional", pontuou o assessor.

Os veículos são equipados com motor a diesel e possuem lotação total para 89 passageiros. Os ônibus têm portas em ambos os lados da carroceria, espaço interno com maior amplitude, que proporciona conforto visual, além da otimização da acomodação de componentes técnicos e capacidade aumentada.

Outro ponto visitado pelos representantes da SMTT Maceió foi a Estação Pirajá, onde há a integração entre o metrô e os ônibus.


"Foi uma imersão no transporte público da cidade, onde foi possível realizar um estudo de repertório mais sólido, conhecer novas realidades e soluções adotadas, que funcionaram ou não, considerando nossa cultura, meio ambiente e clima", ressaltou o assessor técnico de Terminais e Paradas. Arthur Douglas.

"É importante destacar, na visita ao terminal de Pirajá, a implantação dos carrinhos de bilhetagem de autoserviço, que agilizam o pagamento da passagem", disse o assessor.

A visita foi encerrada na sexta-feira (7), quando a comitiva maceioense participou de outro momento com os representantes da SEMOB. Além do diretor Matheus Moura, estiveram presentes o secretário de Mobilidade, Fabrizzio Muller; o coordenador de Planejamento de Transportes, Raimundo Dortas, e o supervisor de Área de Tráfego, Jessé Gonçalves.

"Foi uma visita bem positiva. Apesar de termos um foco principal, acompanhar o funcionamento do BRT, não nos detemos apenas nessa missão. Acompanhamos o sistema de transportes como um todo, com visitas a terminais de Integração do Sistema de Ônibus Convencional, inclusive com integração com o Metrô", enfatizou o coordenador do SIMM da SMTT de Maceió.

Ele destacou ainda a importância da visita técnica a Salvador. "Trouxe novas visões e ideias que devem complementar o que temos em Maceió e que servirá para melhorarmos ainda mais o atendimento aos usuários", revelou o coordenador.

Sobre o sistema BRT em Maceió

A implantação do BRT em Maceió foi anunciada pelo prefeito JHC, no dia 5 de setembro deste ano. Segundo o gestor, o serviço deve beneficiar em torno de 600 mil usuários, o que representa 65% da população da capital. De acordo com o anúncio, serão instaladas 22 estações ao longo de 15 km, compreendendo as avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro, além de um trecho da BR-104, na parte alta da cidade.

Esse modal de transporte é moderno e bastante adaptável para a realidade maceioense, sobretudo para a implantação nos principais corredores de transportes da capital, como nas avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro e na Avenida Menino Marcelo, visto o grande volume de linhas convencionais que alimentam estas vias, advindas de bairros bastante populosos da capital.

Para viabilizar o melhor funcionamento em sua implantação há a necessidade de realizar algumas intervenções de infraestrutura, quer sejam por passagens subterrâneas ou elevadas, principalmente para evitar a parada excessiva em cruzamentos, proporcionando uma viagem bastante ágil, segura e confortável, visto que não há interferência de outros veículos na faixa exclusiva.

Deve-se considerar ainda, que, a implantação desse modal, proporcionará mais agilidade para quem utiliza o transporte público, além da redução de ônibus nas principais avenidas da capital, melhorando a mobilidade urbana para todos que utilizam essas vias de tráfego.

BRT de Salvador

O modal entrou em fase de testes no dia 30 de setembro deste ano, com 11 ônibus. O início da operação assistida começou no dia seguinte. A extensão da via de tráfego é exclusiva e está em torno de 11km total, em dois sentidos, com cinco estações em funcionamento para embarque e desembarque, sendo uma delas integrando com o metrô, além de mais uma elevada, já em construção no trecho em operação (para integrar com o metrô), e mais seis no trecho em obras da segunda fase.

As estações, três em nível das vias normais, e uma elevada viabilizam o tráfego livre do BRT em toda a extensão do corredor de transporte. O trecho total contém quatro semáforos em cruzamentos, sendo priorizada a sua passagem, aumentando a velocidade média, e consequentemente tornando a viagem mais rápida, segura e confortável.

Todos os veículos utilizados são climatizados, com motor traseiro e piso rebaixado, possibilitando o embarque de todos os usuários, inclusive cadeirantes, idosos, e pessoas com mobilidade reduzida, acessar o veículo no mesmo nível do piso da plataforma do terminal, sem a necessidade da utilização de degraus.

Informações: Prefeitura de Maceió
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Sistema BRT é a solução para o transporte de Salvador

sábado, 19 de fevereiro de 2011

BRT em Bogotá
Os habitantes de Bogotá hoje têm menos problemas de enfermidades respiratórias do que há 10 anos, quando da implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit) de transporte coletivo na capital colombiana. Houve uma redução de 1.671.045 toneladas (40%) na emissão de gases de efeito venenoso na atmosfera da cidade, entre 2006 e 2009, do tempo de locomoção entre a casa e o trabalho dos seus moradores e o incremento de uma melhor qualidade de vida.
O comprovado resultado é motivo de orgulho para responsáveis e usuários locais, que acreditam ser o BRT a solução para a mobilidade urbana por inspirar metrópoles pelo mundo afora, inclusive Salvador que no segundo semestre deste ano iniciará as obras do seu sistema que aqui estará operacional a partir de 2013 visando a Copa do Mundo.

“O BRT se converteu numa referencia mundial como solução do sistema de transporte, mais ainda no sentido da apropriação dos bogotanos por se sentirem orgulhosos do seu sistema. Noventa e cinco por cento dos usuários recomendam o sistema que é hoje um ícone da nossa cidade, por isso orgulho da nossa capital”, disse Jairo Fernando Páez, o representante da prefeitura de Bogotá, responsável pela operação do Transmilênio, como é denominado o BRT colombiano, durante encontro com jornalistas baianos que visitaram o país vizinho a convite do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), para observar in loco como funciona o referido sistema que, por enquanto, atende apenas 16% da população, mas está em fase de expansão, o que resulta em obras nas diversas áreas da capital colombiana.
O compromisso dos bogotanos em medir a qualidade do ar vai de encontro às exigências do Protocolo de Kyoto e, por ter uma metodologia própria, foi reconhecido pelas Nações Unidas, durante auditoria internacional.  Rende 600 milhões de dólares/ano em crédito do chamado Bônus CO2, vendidos ao governo holandês e aplicados na melhoria do sistema de transporte que também contribuiu para que 1 milhão e 400 mil carros  particulares e sete mil ônibus  do sistema tradicional de transporte coletivo  saíssem do trânsito de Bogatá, cidade com 7,5 milhões de habitantes.
“Definitivamente o transporte público de qualidade é a única forma de fazer o cidadão deixar o carro em casa”, afirmou Jairo Fernando, vice-presidente da Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados de Transporte Público e BRT. O combustível da frota do sistema BRT colombiano hoje tem 5% diesel e a previsão é que dentro de 10 anos opere com 50% de diesel misturado ao biocombustível.  
 “Temos hoje menos contaminação e acidente. O nosso sistema é resultado de um bom conceito, o mesmo de Curitiba, porém mais evoluído. Mas não é uma fórmula mágica, porque cada cidade tem as suas particularidades”, completou Carlos Alberto Rada, diretor da divisão de planejamento do Transmilênio, que cobre 84km  e opera com 1.205 ônibus de  cor vermelha  articulados por vias expressas, para os quais existem  garagens distribuídas em pontos estratégicos.
 Cada um leva três minutos na estação de embarque e circula numa velocidade de 24km/hora,  conduzindo até 260 passageiros em hora de pico. O esquema do BRT de Bogotá já está sendo copiado também por sete outras cidades colombianas com mais de 600 mil habitantes.

Cobertura a todas as áreas

“Um dos princípios do BRT é dar cobertura às áreas periféricas da cidade. Temos estações nas cabeceiras da capital que atendem as famílias de extrato social mais baixo, com conexões às rotas alimentadoras – vias expressas e exclusivas – que permitem um transporte público de qualidade”, declarou na oportunidade Jairo Fernando, ao explicar a estratégia do sistema de transporte massivo e integral colombiano, baseado na circulação de longos ônibus do tipo “sanfona” por vias exclusivas e plataformas de acesso, que reduziu em 32% o tempo de espera nos pontos.     
A passagem é pré-paga. Um bilhete magnético que dá acesso ao sistema custa $ 1.700 pesos colombianos, o correspondente a R$1,60. O ticket do ônibus conectado ao sistema, que não circulam na via exclusiva e transportam os passageiros para fora da cidade, vale $ 1.400 pesos, ou seja aproximadamente R$1, 35.
 A partir de um centro tecnológico, que mais lembra uma torre de controle de um aeroporto, os técnicos de transporte bogotanos monitoram todo o sistema BRT, com comunicação de voz, transmissão de dados e circuito fechado de televisão. Cerca de 10 mil pessoas, entre condutores, pessoal de apoio e seguranças trabalham no sistema, que quando concluído percorrerá o equivalente a 388 quilômetros entre as estações Norte e Sul da capital boliviana.  
  
 A redução do custo financeiro na construção do sistema BRT foi decisivo na implantação do projeto bogotano. Estudos revelaram que o quilometro de BRT custaria 30 milhões de dólares, enquanto que a mesma distancia para um metrô de superfície 120 milhões e para o metrô subterrâneo 180 milhões de dólares. O financiamento da operação do sistema de transporte de massa integrado boliviano, que absolve empresas privadas através de licitação, é feito pelos governos nacional (70%) e municipal (30%).

Um ônibus do BRT de Bogotá transporta 1.350 passageiros por dia. O sistema reduziu em 90% o número de mortes em acidentes de trânsito. “Para nós é o que há de melhor em transporte coletivo”, disse o motorista e usuário Oscar Javbier, 33. Para a estudante Maria Del Rosário, 23, chegar à universidade “ficou mais fácil. Gasto menos tempo, mas eu evito pegar o ônibus articulado em hora de grande demanda porque há muita gente nas estações”, revelou.

 A experiência de Bogotá será aplicada em Salvador, onde o sistema receberá um investimento de aproximadamente R$ 570 milhões, terá inicialmente 42 quilômetros do aeroporto até o Acesso Norte com integração ao metrô, e reduzirá em 83% o tempo de espera do ônibus articulado e alternativo.



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