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Concessão de ferrovia terá subsídio de R$ 36 bilhões

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Para tirar do papel o ambicioso programa de concessões de ferrovias, que deverá acrescentar dez mil quilômetros de trilhos à malha atual, o governo prevê a necessidade de entrar com um subsídio em torno de 40% de todo o investimento planejado.

Tomando como base o investimento anunciado de R$ 91 bilhões, isso significa que cerca de R$ 36 bilhões sairão do Tesouro ao longo dos 35 anos de duração dos contratos, mesmo indiretamente. Esse montante foi apontado pelos estudos que balizam as concessões e estão em fase final de elaboração, conforme antecipa o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.

O subsídio em torno de 40% do investimento total deverá ser assumido pela estatal Valec, que precisará recorrer ao Tesouro para fechar as contas. Para eliminar o risco de demanda e garantir a viabilidade do negócio, a Valec comprará das futuras concessionárias toda a capacidade de transporte das ferrovias leiloadas. Depois, irá ao mercado e fará uma oferta pública dessa capacidade, garantindo o direito de passagem dos trens em todas as malhas. Mas nem tudo poderá ser revendido, segundo os estudos, e a diferença acabará entrando na conta final do negócio como um subsídio para viabilizar os novos projetos.

A existência do mecanismo de compra e venda de carga já era conhecida do mercado desde agosto, quando foi anunciado o programa de concessões, mas não se sabia qual o déficit estimado da Valec. Em última instância, se não bancasse eventuais prejuízos com a revenda do direito de passagem, a estatal possivelmente gastaria mais dinheiro na construção das ferrovias, para tirá-las do papel.

Algumas ferrovias talvez sequer precisem de subsídio, mas a estimativa de 40% reflete uma média, segundo Figueiredo. "Há trechos que esgotam a capacidade no meio do contrato, e outros que não esgotam até o fim da concessão."

Esgotar a capacidade, nas palavras do chefe da EPL, significa que a Valec conseguirá vender integralmente os direitos de transporte de carga naquela linha. Os estudos indicam que esse é o caso do trecho Uruaçu (GO) - Corinto (MG) -Campos (RJ), cuja demanda tem alto potencial e está ancorada no escoamento do minério de ferro produzido ao longo da linha.

Por outro lado, dois trechos que dificilmente permitirão à Valec obter retorno são o Recife-Salvador e o Salvador-Belo Horizonte, com menos potencial de carga. "Mas criar uma opção logística mais barata, no Nordeste, é algo positivo", ressalta Figueiredo.

Uma das dúvidas da iniciativa privada sobre o novo modelo é o que pode ocorrer caso um governo, no futuro, ache a conta da Valec salgada demais e resolva não mais remunerar a concessionária da ferrovia por toda a sua capacidade de transporte. Para propiciar mais garantias aos investidores, já se pensa em uma medida provisória, com um endosso direto da União aos pagamentos.

De acordo com uma fonte que participa das discussões, isso daria mais "tranquilidade" aos grupos interessados nas ferrovias e aumentaria a "segurança psicológica", mesmo sem implicar muitas mudanças. Os orçamentos da Valec precisam anualmente de aprovação do Congresso e um endosso da União, como garantidor dos pagamentos às futuras concessionárias pela compra da capacidade de transporte. É mais provável que haja a necessidade de editar uma MP, mas talvez isso possa ser resolvido até mesmo nos próprios contratos de concessão, segundo a fonte envolvida nas discussões.

Ontem, no seminário em Nova York para promover as concessões em infraestrutura, o governo apresentou oficialmente um redesenho do pacote de ferrovias. Os dois trechos do Ferroanel de São Paulo (norte e sul) e o acesso ao porto de Santos foram agrupados em um único lote, com 245 quilômetros de extensão e investimento estimado em R$ 4,8 bilhões. Trechos da Ferrovia Norte-Sul que estão em fase final de construção, como Palmas-Anápolis, vão "turbinar" outros lotes de concessões. A informação havia sido antecipada pelo Valor há duas semanas.

O maior investimento do pacote é no lote Uruaçu-Corinto-Campos. A futura concessionária terá que aplicar R$ 18,1 bilhões no empreendimento, mas ele tem alto potencial: em 2030, segundo os estudos, poderão ser transportadas 80 milhões de toneladas úteis na ferrovia.

Figueiredo recorre à experiência americana no ramo ferroviário para rebater as críticas de que trechos como São Paulo-Rio Grande (RS) poderão se concentrar no transporte de manufaturados e não têm carga pesada o suficiente, como soja ou minério, para justificar uma nova ligação sobre trilhos. "Um dos grandes clientes de cargas gerais nas ferrovias, nos Estados Unidos, é a UPS. E eles trabalham basicamente com cargas de até 30 quilos", diz Figueiredo.

Onde a carga transportada é basicamente de grãos ou de minério de ferro, sustenta o presidente da EPL, não chega a ser muito difícil oferecer serviços logísticos. Trata-se de um trabalho mais complicado quando o alvo são manufaturas, o que requer um serviço de porta a porta, mas ainda com alta demanda. "Basta ver como estão as rodovias para saber se há demanda ou não."

Para ele, o novo modelo de exploração ferroviária permitirá "inverter a lógica existente até hoje", de primeiro fomentar o desenvolvimento de uma região para depois cuidar do escoamento de seus produtos. Figueiredo acredita que a própria criação de infraestrutura de transportes pode induzir o desenvolvimento.

O subsídio nas próximas concessões, que permite "viabilizar o uso das ferrovias como alternativa" aos outros modais de transporte, será inferior àquele adotado no passado recente. Em 2007, a Vale venceu o leilão do trecho entre Açailândia (MA) e Palmas (TO) da Ferrovia Norte-Sul, ao pagar uma outorga de R$ 1,478 bilhão. O custo de construção do trecho pela Valec foi de aproximadamente R$ 3,5 bilhões, segundo Figueiredo. Com isso, a estatal acabou bancando diretamente 60% do investimento.

De acordo com o executivo, há negociações em curso com as atuais concessionárias de ferrovias onde há trechos subutilizados, que serão retomados e licitados no novo modelo.

Figueiredo faz mistério, no entanto, sobre a solução que vai ser adotada para a devolução dos trechos. "Há várias formas jurídicas de fazer isso e estamos estudando o melhor procedimento", diz. Ele procura acalmar o setor. "Não estamos construindo um modelo contra ninguém. É um modelo a favor de as coisas funcionarem bem. Vamos insistir no consenso."

Informações:  Valor Econômico
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Em São Paulo, Haddad resgata ideia de Marta e diz que licitações para novos corredores de ônibus já têm vencedores

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (26) que já tem em mãos o resultado da Licitação de seis novos corredores de ônibus para a cidade. "Estamos só esperando os prazos regimentais para assinar o contrato", contou, em entrevista exclusiva ao UOL.

Segundo ele, até o final do ano serão contratados 66 quilômetros de corredores. Além disso, mais 84 quilômetros devem ser licitados e encaminhados, somando 150 quilômetros até o final do primeiro mandato, conforme prometido na campanha.

O investimento pode chegar a R$ 4 bilhões para os 150 km, estima o prefeito, que pretende licitar corredores "nos moldes do BRT [Bus Rapid transit], um transporte de mais velocidade". A faixa de investimento fica entre R$ 20 e R$ 25 milhões por quilômetro, segundo Haddad -- "menos de 10% do valor de um quilômetro de metrô e carrega um terço dos passageiros".

Ao ser perguntado se os novos corredores eram herança do governo Kassab, Haddad afirmou que são "herança do governo Marta" e parte do projeto desenvolvido dez anos atrás chamado "São Paulo Interligado".  "Infelizmente, o projeto não teve andamento e agora estamos resgatando", contou.

Para que esses projetos sejam realizados, o prefeito ordenou que a administração retome "a capacidade de investimento da cidade" em valores de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões, "um patamar razoável para a cidade".

Segundo ele, isso significa dobrar a capacidade atual de investimento do município. "Essas medidas preparatórias têm que ser feitas nesse primeiro ano [repactuar a dívida com União, abrir espaço para financiamento da cidade, fazer ações previstas no plano de governo] para dar tempo em quatro anos de a cidade enxergar seu próprio futuro", disse.

Haddad comparou a "uma dieta" o corte de 20% nos investimentos em custeio da Prefeitura de São Paulo, anunciado para o ano de 2013. "É que nem dieta: se você relaxa ao longo do governo, os contratos vão engordando, as empresas não descansam. Porque elas têm gente vigorosa para buscar suas vantagens", disse. "Se você não fizer a dieta no começo do governo, você termina com que peso?", indagou.

Por Fabiana Uchinaka e Karina Yamamoto
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Tecnologia ajuda a economizar recursos no transporte público de passageiros

Um sistema criado pela Transdata, empresa de soluções em tecnologia, promete ajudar os operadores de transporte público de passageiros a controlar melhor os gastos com combustíveis e evitar quilometragem ociosa, para otimizar as frotas e atender melhor às linhas.

Segundo a empresa, sua tecnologia, batizada de Sistema de Monitoramento e Gestão de Frota ajuda na redução do impacto do recente aumento do diesel e, principalmente, na diminuição, em até 50%, da ociosidade dos ônibus.

O sistema utiliza a telemetria para registrar e acompanhar a distância, online, diversas informações sobre o desempenho do veículo e do condutor, como o consumo de combustível, a rotação do motor, o tempo de parada com motor ligado, as acelerações e frenagens bruscas, entre outros dados.

De posse dessas informações, o gestor da frota pode desenvolver projetos específicos de melhor aproveitamento dos veículos em suas linhas de atuação, diminuindo drasticamente a quilometrada rodada em passageiros, por exemplo, nos trajetos entre a garagem e o ponto inicial ou entre o ponto final e a garagem. “Em alguns casos, a economia de combustível nesses trajetos pode chegar a 50%”, explica Devanir Magrini, diretor Comercial da Transdata.

Tudo pode ser visualizado em uma tela, como a de um rastreador ou monitorador de frotas, largamente utilizado no transporte de cargas. “O Monitoramento e Gestão de Frotas reduz o custo operacional e melhora as margens de ganho das empresas de transporte coletivo, além de aumentar a eficiência e qualidade do serviço para a população. E ainda contribui para um trânsito melhor em toda a cidade, reduzindo o desperdício de combustível”, completa o diretor da Transdata.

A Transdata Smart é pioneira no Brasil em sistema de bilhetagem eletrônica e outras soluções de automação em transporte de passageiros. Sediada em Campinas (SP), atua há 19 anos em mais de 150 cidades no Brasil, Argentina e Colômbia.

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Sergipe: População de São Cristovão reclama da demora do transporte público

Moradores do município de São Cristovão estão na bronca por conta da demora no transporte público. Na manhã desta terça-feira, 19, a equipe do Portal Infonet esteve no Terminal de Integração, localizado na frente da Universidade Federal de Sergipe (UFS) no Rosa Elze.

Usuários reclamam que após a retirada dos ônibus da empresa VCA no final de semana a espera pelo transporte tem gerado vários transtornos.

A dona de casa, Juliana Correia dos Santos, conta que reside no Rosa Elze há oito anos e fala sobre o transtorno gerado com a retirada dos ônibus. “Na verdade o transporte aqui já não é bom, a espera e os ônibus cheios são comuns aqui, mas agora ficou muito pior”, fala.

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Transporte público é retomado na zona sul de SP após paralisação

A SPTrans (responsável pelo transporte coletivo na cidade de São Paulo) desativou às 7h52 desta quarta-feira o sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), que havia sido acionado por conta de uma greve de motoristas e cobradores da garagem 2 do Consórcio Via Sul, na zona sul da capital paulista.​ O Sindicato dos Condutores de São Paulo confirmou o fim da paralisação.

Ao todo, 22 linhas de ônibus da empresa Via Sul Transportes Urbanos foram atendidas pelo sistema Paese, com ônibus extras, de acordo com a SPTrans. Ônibus ficaram sem circular nas regiões do Sacomã, Ipiranga, Zoológico e Vila Mariana em meio à greve, que começou durante a madrugada e terminou nesta manhã.

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Em Teresina, Idosos e deficientes terão cartão de gratuidade no transporte público

Começou o recadastramento de idosos e pessoas com deficiência que tem direito ao transporte público de graça. Em Teresina, os interessados devem procurar a secretaria municipal de Cidadania e Assistência Social (Semtcas) e solicitar um cartão eletrônico.

De acordo com a Semtcas, com o cartão de gratuidade os beneficiários poderão escolher qualquer assento do ônibus para sentar.

Para requerer o cartão, basta que o idoso, com mais de 65 anos, vá a um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de seu bairro, levando uma cópia do RG, CPF e comprovante de endereço. Já a pessoa com deficiência física, deve ir ao local levando os mesmo documentos, mais o laudo médico que comprove sua deficiência.

Segundo o chefe da divisão de expedição do documento, Valmir Alexandrino, para ter o benefício da gratuidade do transporte, todos que se enquadram no perfil devem fazer o cadastro. “Após levar os documentos, o Cras enviará a solicitação ao Semtcas que emitirá o documento de forma gratuita a todos”, disse.

Para a aposentada Maria Ribeiro o cartão vai ajudar no seu dia a dia. “Agora podemos entrar no ônibus e sentar onde tiver assento, além de não pagar o deslocamento para qualquer lugar, o que é ótimo”, afirmou.

O prazo de validade do cartão de gratuidade é de dois anos, podendo ser renovado.

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Obras de mobilidade em Natal devem começar até junho

A prefeitura de Natal promete dar início até o mês de junho nas obras do Corredor Estruturante Zona Norte/Arena das Dunas, principal projeto de mobilidade urbana ligado à Copa do Mundo que está sob responsabilidade do governo municipal. 

Orçado em R$ 338,8 milhões de acordo com a última versão da Matriz de Responsabilidades, o Corredor Estruturante, cujas intervenções são separadas em dois lotes, ainda não saiu do papel, faltando apenas um ano e quatro meses para o Mundial. 

O primeiro lote inclui um corredor viário nas avenidas Felizardo Moura, Napoleão Laureano e Capitão-Mor Gouveia, e aguarda revisão no projeto (o município quer reduzir de 339 para 40 o número de desapropriações nestas avenidas) para deslanchar e ter as obras iniciadas em junho. 

"Estamos aguardando esta definição para reapresentar o projeto à Caixa Econômica Federal e obter a autorização para iniciar as obras”, explicou o secretário adjunto de Planejamento de Natal, Alexandre Duarte. 

Já o lote II tem as obras concentradas no entorno da Arena das Dunas e vai trazer melhorias em pelo menos seis entroncamentos de avenidas. 

Neste caso, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, a Semob, está concluindo os projetos executivos para iniciar as licitações. "Cada entroncamento terá uma solução diferente resultando na construção de túneis ou viadutos”, explica Duarte. 

Uma terceira divisão do Corredor Estruturante de Natal inclui ainda a construção de 278 mil m2 de calçadas padronizadas com acessibilidade e plataforma de embarque e desembarque para passageiros do transporte coletivo. A meta da capital potiguar é contemplar as principais avenidas que levam ao estádio Arena das Dunas, palco de quatro jogos na Copa do Mundo de 2014.

Estado x município
Além do Corredor Estruturante, Natal promete outras duas intervenções de mobilidade urbana para beneficiar a população até a Copa do Mundo, previstas na Matriz de Responsabilidade.

São elas o acesso ao novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante, orçado em R$ 73,1 milhões, e a implantação da via Prudente de Morais, cujo custo é de R$ 27,7 milhões. As duas obras, sob responsabilidade do governo do Rio Grande do Norte e não da prefeitura, sequer foram iniciadas. 

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Estudo mostra tempo de deslocamento Casa - Trabalho no Brasil no período compreendido entre 1992 e 2009

Texto tem como objetivo analisar o tempo que a população gasta em deslocamentos urbanos casa-trabalho no Brasil no período compreendido entre 1992 e 2009. A análise enfatiza as diferenças encontradas entre as nove maiores regiões metropolitanas (RMs) do país mais o Distrito Federal (DF), além de destacar como estas diferenças variam de acordo com níveis de renda e sexo. 

O estudo se baseia nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (PNAD), gerados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma fonte de dados até hoje pouco explorada em estudos sobre transporte urbano no Brasil. 
A PNAD não é uma pesquisa desenhada com o propósito de investigar a fundo o tema do transporte urbano; no entanto, esta é a única pesquisa amostral de larga escala feita no país com informações sobre o tempo de deslocamento casa-trabalho disponíveis anualmente – desde 1992 – tanto para o nível nacional quanto para o subnacional (estados e regiões metropolitanas). 

Destacam-se cinco principais resultados: 
i) O tempo de deslocamento casa-trabalho, que no ano de 2009 era 31% maior nas RMs de São Paulo e Rio de Janeiro se comparado às demais RMs; 

ii) Os trabalhadores de baixa renda (1o decil de renda) fazem viagens, em média, 20% mais longas do que os mais ricos (10o decil), e 19% dos mais pobres gastam mais de uma hora de viagem contra apenas 11% dos mais ricos; 

iii) Esta diferença de tempo de viagem entre ricos e pobres varia entre as RMs, sendo muito maior em Belo Horizonte, Curitiba e no DF, e quase nula em Salvador, Recife, Fortaleza e Belém; 

iv) Os dados apontam para uma tendência de piora nas condições de transporte urbano desde 1992, aumentando os tempos de deslocamento casa-trabalho; no entanto, esta piora tem sido mais intensa entre as pessoas do 1o decil de renda e especialmente entre a população mais rica (entre 7o e 10o decil), diminuindo as diferenças de tempo de viagem entre faixas de renda no período analisado; 

v) A diferença do tempo médio gasto nos deslocamentos casa-trabalho entre homens e mulheres diminuiu consideravelmente desde 1992, com pequenas diferenças ainda presentes nos grupos extremos de renda. Observa-se neste trabalho que as tendências observadas no Brasil não seguem necessariamente aquelas observadas em países desenvolvidos. 

Destaca-se também que análises que se concentram nas tendências nacionais tendem a ocultar importantes diferenças regionais. Sob uma perspectiva de política pública, este texto aponta o potencial de utilização dos dados da PNAD para o monitoramento das condições de mobilidade nas principais regiões metropolitanas do Brasil, uma vez que as variações anuais nos tempos de viagem casa-trabalho podem contribuir para a avaliação dos efeitos de determinadas políticas e investimentos sobre as condições de transporte.

Por Rafael Henrique Moraes Pereira e Tim Schwanen
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