Em meio às especulações sobre o aumento do preço da tarifa da Rede Integrada de Transporte de Curitiba (RIT), o presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), Marcos Isfer, afirmou ontem que o reajuste do valor, que desde o início de 2009 é R$ 2,20, pode ser considerado inevitável.
Ele disse, no entanto, que ainda é impossível apontar o novo preço ou quando a mudança deverá acontecer. A formação da nova tarifa depende de vários fatores, entre eles o pedido de aumento salarial dos motoristas e cobradores.
O presidente lembrou que o preço da tarifa na capital é o mesmo há dois anos. “Já passamos pela licitação e pelo dissídio coletivo de 2010 sem alterações. É natural que uma hora essa mudança aconteça”, disse.
Isfer explicou que, independentemente de quanto custe a nova passagem, o valor arrecadado servirá para pagar o sistema. “Trabalhamos com o equilíbrio tarifário. O custo da passagem paga exatamente a despesa do sistema. Não existe lucro”, ressaltou.
Dentre os fatores que interferem na formação da nova tarifa estão o pagamento pelo quilômetro rodado de acordo com o tipo de veículo, gastos com tributos, peças e manutenção. “O sistema de transporte é muito significativo, pois envolve gastos com vários itens, inclusive o pagamento da mão de obra”, disse.
Em virtude desse pagamento, ainda não é possível estipular a nova tarifa. Segundo Isfer, é preciso saber o resultado do dissídio coletivo da categoria para 2011, que deverá acontecer no próximo dia 21.
De acordo com Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), em assembleia realizada na última segunda-feira a categoria definiu que pedirá reajuste de 38%, que será negociado dia 21 de janeiro.
“O aumento da passagem é inevitável, pois ela está estagnada há bastante tempo. A questão é que a culpa desse aumento será dada aos motoristas, como sempre acontece. É importante deixarmos claro que a passagem vai subir independentemente do salário dos motoristas e cobradores”, frisa. Atualmente, motoristas recebem R$ 1.234 e cobradores R$ 700.
Projeção
Para Valdir Mestriner, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (SindiUrbano), baseando-se apenas no edital de licitação do transporte coletivo de Curitiba, a passagem pode ultrapassar R$ 2,50.
Porém, situações atuais, como o pedido de aumento dos trabalhadores e custos atualizados de itens do transporte, podem aumentar ainda mais a projeção do custo da tarifa. “Com isso, a passagem poderá custar mais de R$ 2,60”, estima.