Na concorrência, as empresas do Rio optaram por apresentar ofertas para as regiões onde já atuam, com exceção da Zona Oeste, onde o consórcio liderado pela Pégaso foi o único a entrar na concorrência. Em todos os demais lotes, os cariocas disputarão com os paulistas. A Nossa Senhora de Lourdes (Lote 3, Zona Norte) disputará com o Consórcio Vila Galvão). A Viação Redentor (Lote 4, Jacarepaguá e Barra) com a Via Sul-Metropolitana. O Lote 1 (Centro) não foi licitado por ser de operação comum a todas as operadoras. Das 47 empresas filiadas ao Sindicato do Rio, sete não participam da licitação por não se adequarem ao edital.
Em meio à confirmação de que haverá disputa por mercado, a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio (Fetranspor) quebrou o silêncio em nome das empresas de ônibus. A relações-públicas da entidade, Suzy Baloussier, admitiu que o setor vive momentos de inquietação com a licitação do sistema porque, segundo ela, fatores deixaram de ser levados em conta. A Fetranspor acredita que multinacionais que operam o transporte público, embora não apareçam como líderes de consórcios, devem estar participando, associadas às paulistas.
O diretor-executivo do Grupo Niff (que controla a Viação Galvão), José Roberto Iasbek Felício, contou que se associou com outra empresa (Pássaro Marrom, também com atuação do estado de São Paulo) para disputar mercado em regiões que considera atraentes (Zona Sul e Zona Norte). Segundo ele, a empresa atua em sete municípios da Grande São Paulo e ainda no transporte intermunicipal no Maranhão. As linhas de maior movimento são aquelas que ligam Guarulhos à capital paulista (200 mil passageiros/dia). A Via Sul, que atua na capital paulista, também foi procurada para falar sobre a licitação mas não retornou as ligações.
O prazo de concessão das linhas é de 20 anos. As empresas vencedoras terão que se comprometer em implantar o bilhete único até 31 de dezembro, além de operar os BRts que estão sendo projetados e que ligarão a Barra da Tijuca ao aeroporto Internacional Tom Jobim, Deodoro e Guaratiba. A abertura dos envelopes será marcada depois que o Tribunal de Contas do Município (TCM) concluir a análise do edital de licitação. A expectativa da prefeitura é que isso ocorra na segunda-feira.
Antes da licitação, os participantes foram notificados da existência de uma ação judicial movida pela Associação de Contratadas e Contratados do Poder Público, que pede em juízo a anulação do processo. O advogado Alexandro de Oliveira disse que entrou com a ação por achar que o processo vem sendo pouco transparente, com mudanças de última hora no edital. Ele alega também que faltam informações técnicas que permitam a interessados analisar a viabilidade econômica dos lotes.