Com a greve de motoristas e cobradores, que começou nesta terça-feira (31) em Florianópolis, moradores da região metropolitana que dependem de transporte público enfrentaram um dia complicado. Além do trânsito acima do normal, havia filas para pegar as vans autorizadas pela prefeitura da capital para fazer o transporte alternativo.
Na noite desta terça (31), havia a expectativa pelo resultado de uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho com todas as partes envolvidas. Caberia ao desembargador Roberto Luiz Guglielmetto decidir sobre uma ação do Ministério Público do Trabalho, que ajuizou uma ação solicitando frota mínima de 50% em todos os horários na Grande Florianópolis e de pelo menos 70% nos horários de pico, das 5h30 às 8h e das 17h30 às 20h.
A ação a ser julgada também estabelece multa diária de R$ 100 mil para cada parte em caso de não cumprimento das medidas.
À tarde, uma reunião na Superintendência do Ministério do Trabalho, na qual estiveram presentes o Sindicato dos Tabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb) e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município de Florianópolis (Setuf), terminou sem acordo.
Os trabalhadores pedem a reposição da inflação, aumento de 5% nos salários e de 25% no vale-alimentação. Eles também exigem mais estacionamentos para os ônibus e mais banheiros nos terminais.
As empresas oferecem a reposição, dizem que não podem dar aumento agora e que podem aumentar em 10% o vale-alimentação. Elas dizem que vão oferecer os estacionamentos e que os banheiros a mais poderão ser entregues, mas não agora.
A prefeitura de Florianópolis afirma que, conforme o contrato de concessão, fica de fora das negociações salariais. A administração diz que poderá agir depois, cobrando os prejuízos. "Vamos aguardar o término da greve pra ver o impacto, mensurar todo o impacto disso no sistema e encaminharemos a procuradoria geral do município que aplicará a penalidade cabível junto com o contrato", afirmou o secretário de Mobilidade Urbana, Vinícius Cofferri.
“Esta é uma greve absolutamente desnecessária, não havia necessidade de paralisar. Há um debate estabelecido, avançamos em relação a novos terminais, há mais espaço para transporte, há melhores condições para os moradores”, disse o prefeito de Florianópolis, César Souza Junior.
Sem ônibus
Mais de 500 mil usuários da Grande Florianópolis que utilizam diariamente os quase mil ônibus da frota precisaram encontrar alternativas para se deslocar. "Sempre quem é prejudicado é o usuario né, porque a gente depende do onibus pra ir trabalhar, e infelizmente chega nesse momento que a gente precisa, o transporte para, e a gente nao tem o que fazer, né?", disse uma moradora ao RBS Notícias.
Sem ônibus, o principal terminal de Florianópolis, o Terminal de Integração do Centro (Ticen) amanheceu deserto. Nos bairros, pessoas que não sabiam da greve esperavam nos pontos de ônibus. O jeito, para muitos, foi apelar para a carona de colegas de trabalho.
A prefeitura autorizou vans a fazerem o transporte alternativo. Porém, a passagem nesses veículo custa pelo menos R$ 6, quase o dobro da passagem, e eles não aceitam o vale-transporte. Além disso, só fazem os trajetos principais.
Em nota, o Departamento de Transportes e Terminais (Deter) comunicou que todas as empresas registradas na autarquia com ônibus ou vans estão autorizadas a operar com característica urbana dentro da Grande Florianópolis enquanto durar a greve. Isso vale para trajetos intermunicipais. As empresas não podem cobrar mais de R$ 7 a tarifa em qualquer percurso.
A Secretaria de Segurança, Trânsito e Defesa do Cidadão de Palhoça vai abrir credenciamento para regularizar um serviço de transporte alternativo na cidade, informou a prefeitura palhocense.
Informações: G1 SC