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Faixa de ônibus em São Paulo reduz tempo de viagem em 50%

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

As faixas exclusivas para ônibus na área central de Santo André, que estão completando um ano de operação neste mês, reduziram o tempo médio de viagem do transporte público em quase 50%. As vias reservadas para os coletivos no Centro somam cerca de cinco quilômetros e fazem parte do itinerário diário de quase 350 mil pessoas.

Segundo cálculos da Prefeitura, o circuito de faixas restritas, que é formado pelas avenidas Firestone, Queirós dos Santos, Artur de Queirós e Perimetral e pelas ruas General Glicério, Luís Pinto Fláquer e Siqueira Campos, fez com que o tempo gasto pelos ônibus para percorrer a área central caísse de 19 para 10 minutos, em média. Na região, a pista da direita das vias é reservada para o transporte público entre segunda e sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 8h às 14h. Os equipamentos registram a passagem de 188 ônibus por hora de pico.

Na avaliação do secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra, os espaços contribuíram para o aumento no número de passageiros do sistema municipal. Antes, a média mensal de embarques era de aproximadamente 4,9 milhões, número que chegou a 5,3 milhões – alta de 8,2%. “Desde o ano passado, passamos a oferecer novos atrativos para o usuário, como o Bilhete Único Andreense, o aplicativo que mostra a localização dos ônibus em tempo real e os novos abrigos espalhados pela cidade. Tudo isso proporcionou uma migração, fazendo com que muitas pessoas voltassem a utilizar o transporte público”, considera.

Em janeiro, os dispositivos entraram em funcionamento na Avenida Dom Pedro I e no eixo formado pelas ruas Carijós e Coronel Seabra. No primeiro trecho, que registra a passagem de 49 veículos em hora de pico, a redução do tempo médio de viagem caiu de 9,1 para 4,8 minutos. No outro caminho, o percurso passou de 8,1 para 6,5 minutos na Carijós e de nove para três minutos na Coronel Seabra.

A Prefeitura tem projeto para construção de 13 corredores de ônibus em toda a cidade. A obra depende da assinatura de contrato no valor de US$ 250 milhões (o equivalente a aproximadamente R$ 660 milhões) com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Multas por invasão chegam a 15 por dia

No primeiro ano de funcionamento, a Prefeitura de Santo André aplicou 5.585 multas por invasões às faixas de ônibus da região central, o equivalente a pouco mais de 15 por dia. No mesmo período foram registradas 1.065 autuações por estacionamento no espaço restrito ao transporte público.

O índice de multas é ainda maior na Rua Coronel Seabra, cuja via reservada para os coletivos começou a funcionar em janeiro. Lá, foram contabilizadas 6.078 punições. As autuações por estacionamento somaram 777 na Avenida Dom Pedro I e 70 na Rua Carijós.

Apesar de os números serem expressivos, o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra, avalia que o desrespeito às faixas vêm diminuindo ao longo dos meses. “Quanto mais o tempo foi avançando, o total de multas foi caindo. A população já está se acostumando”, opina.

O motorista flagrado trafegando na faixa exclusiva para ônibus durante o horário de restrição é multado em R$ 53,20 e perde três pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

A punição por estacionamento “em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela sinalização” tem o mesmo valor, mas o veículo pode ser removido do local. 

Informações: Fábio Munhoz 
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Linha Vermelha vai ganhar BRS durante obras na Avenida Brasil

A Linha Vermelha ganhará um BRS (faixa seletiva) no começo de 2015, para receber parte dos coletivos que será desviada da Avenida Brasil com o início das obras do BRT Transbrasil, corredor exclusivo para ônibus que ligará Deodoro ao Caju e ao Centro. Ao falar sobre os desafios de sua pasta, o novo secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, explicou que as obras na Avenida Brasil, previstas para novembro, deverão começar em janeiro, aproveitando o período de férias.

— A implantação de um BRS na Linha Vermelha durante as obras vai melhorar o transporte público, mas vai piorar o transporte individual.

Outra medida que Picciani pretende adotar para reduzir o número de coletivos circulando na Avenida Brasil é a redução e reprogramação das linhas intermunicipais.

BOA RELAÇÃO COM PEZÃO

Para isso, Picciani — que era secretário de Habitação do estado e foi reeleito deputado estadual (PMDB) — aposta no bom relacionamento que tem com o governador Luiz Fernando Pezão.

— A obra é muito complexa e dependemos dessa interface com o governo do estado, para reduzir os transtornos provocados no trânsito com as obras do Transbrasil. Estamos montando um plano de fechamento parcial da Avenida Brasil, onde 80% das linhas que por ali passam são intermunicipais. Se não houver um acordo com o estado, para que o Detro nos ajude a reduzir essas linhas e a reprogramá-las, teremos mais dificuldades — afirmou o secretário, que também conta com a chegada dos novos trens encomendados pelo governo do estado, para desafogar o transporte rodoviário.

Segundo ele, a CET-Rio está concluindo um plano de contingência para o trânsito da cidade durante as obras que interditarão trechos das pistas centrais da Avenida Brasil.

— Não é uma operação simples. Os técnicos da CET-Rio estão muito empenhados em fazer tudo da melhor maneira, para que as inversões de pista, nos horários de pico, sejam rapidamente assimiladas. A população tem que estar consciente e precisa participar. Faremos campanha para incentivar a carona solidária e o uso do transporte público.

Para Picciani, o principal desafio será cumprir o cronograma de obras e entregar os BRTs, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Centro e outras obras nos prazos, reduzindo os transtornos para a população.

Entre os projetos e pedidos que pretende estudar está a implantação da lei 5.751/2014, de autoria dos vereadores Thiago Ribeiro (PMDB) e Carlo Caiado (DEM), que definiu critérios para a implantação do transporte hidroviário no complexo lagunar de Jacarepaguá:

— Temos esses canais na Barra e em Jacarepaguá, e não os utilizamos. O prefeito Eduardo Paes quebrou o paradigma de que o usuário utiliza um único meio de transportes de uma ponta a outra, entre a casa e o trabalho. A palavra é integração dos sistemas de transportes. Os cariocas poderão se deslocar utilizando BRT, VLT, trens, metrô, tudo isto com o bilhete único.

SEM EXPERIÊNCIA NO SETOR

Com apenas 28 anos e sem qualquer experiência no setor, o mais jovem secretário da história do Rio na área de Transportes garante ter “disposição suficiente” para dialogar com governos, parlamentares e especialistas. Assume a secretaria mantendo até mesmo um antigo titular, o ex-secretário Alexandre Sansão:

— Quero manter principalmente ele. É como um bonde a 300 quilômetros por hora que eu não posso frear para entrar. Tenho que embarcar nele mantendo a velocidade.

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Recife é 1ª cidade do Brasil a testar sistema de carro compartilhado

Recife é a primeira cidade do Brasil a testar um sistema de carro compartilhado, usando um aplicativo na internet. O motorista vai pegar emprestado o minicarro elétrico em uma estação e devolver em outra.

Os três veículos usados na primeira fase do projeto já estão circulando nas ruas do bairro histórico do Recife, onde estão localizadas três estações. Depois de uma carga de 6 horas, o carro tem autonomia para rodar 120 quilômetros.
O motorista vai poder pegar o veículo em uma estação e devolver em outra. Para saber se tem carro disponível, será usado um aplicativo para celular. A pessoa cadastrada vai pagar uma taxa mensal de R$ 30 e mais R$ 20 a cada viagem.

Neste fim de semana, os três carros foram levados à praia de Boa Viagem. Eles ficaram estacionados bem perto de uma estação de bicicletas. A ideia do compartilhamento é muito parecida. 
Gabriela, que usava uma bicicleta alugada, quis tirar foto junto dos carros: "Achei uma ideia excelente. Vai até ajudar as pessoas que têm habilitação, mas não tem o carro ainda, tipo eu, sou estudante, tenho a carteira, mas não tenho meu carro ainda", disse.
As pessoas se aproximaram, conheceram o aplicativo do celular, puderam entrar no veículo, ouvir explicações, observar tudo.

Nesta primeira fase, enquanto estão em testes, os carros compartilhados serão usados apenas por 20 pessoas já cadastradas. Mas pelo interesse que eles têm despertado, a ideia tem tudo para dar certo.
“Acho que tem tudo para pegar aqui, né? Uma cidade grande, que a gente sofre com trânsito, engarrafamento, problemas de estacionamento”, elogia a advogada Ieda Campos.

Os idealizadores do projeto sonham, agora, com a expansão do sistema. “A ideia é que a gente possa trocar os carros e implantar a cultura do carro elétrico, que tem um combustível mais tranquilo, renovável que é a energia”, explica o diretor-executivo do Porto Digital, Leonardo Guimarães.
E já é usado em vários países. O "Globo Repórter", por exemplo, mostrou que na Suécia os carros compartilhados já fazem parte dia a dia das pessoas.
Os coordenadores do projeto lembram que os veículos são monitorados e os motoristas que cometerem alguma infração de trânsito vão ser multados.

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Metrô de São Paulo inaugura rede WiFi grátis em duas estações

O Metrô de São Paulo está com uma novidade nas estações Ana Rosa e Jabaquara da Linha 1-Azul. Desde sexta-feira (12), usuários podem desfrutar de WIFI gratuito em áreas específicas das estações. A meta é de oferecer sinal de internet de graça em seis estações ainda em 2014. Até o final do ano que vem, todas as estações devem ter acesso de internet sem fio.

Nas duas primeiras estações, a conexão poderá ser feita nas áreas de mezaninos identificadas com placas. Segundo a empresa, a rede se chama wifi_metro_sp e é utilizada com cadastro de e-mail e aceitação do termo de uso.

A capacidade inicial deve atender 200 usuários simultaneamente. Cada pessoa poderá usar a rede por no máximo 20 minutos, com intervalos de 15 minutos.

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Prefeitura e Governo definem BRT como transporte coletivo em Manaus

Em fase de testes, o Bus Rapid Transit (BRT) será implantado em definitivo, em Manaus, em 2015. O corredor exclusivo para ônibus, que funciona em caráter experimental na Avenida Constantino Nery, na zona centro-sul da capital, será estendido para as zonas norte e leste da cidade. Hoje, o sistema utiliza ônibus convencionais em área delimitada por uma faixa azul.

O BRT terá investimentos da Prefeitura e do governo do Estado, anunciaram o prefeito Arthur Neto (PSDB) e o governador José Melo (PROS), nessa sexta-feira. Não foram definidos valores.   

A maioria dos BRT implantados com sucesso tem, entre suas características, corredores exclusivos para os ônibus; embarque e desembarque no mesmo nível dos veículos, tornando o processo mais rápido; sistema de pré-pagamento de tarifa; veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas; transferência entre rotas sem incidência de custo; integração com outros modais de transporte; centro de controle operacional; priorização semafórica; informação em tempo real ao usuário e acessibilidade universal.

Implantado pioneiramente em Curitiba (PR), o BRT é um conceito flexível, que pode ser configurado especialmente para a cidade onde opera. Atualmente, o sistema existe em mais de 160 cidades no mundo e tem se tornado uma das escolhas mais viáveis e eficientes para qualificar a mobilidade urbana em 38 países dos cinco continentes.

Os sistemas BRT também têm demonstrado potencial para reduzir drasticamente as emissões de CO2, uma vez que, para sua correta implantação, é realizada uma otimização das rotas existentes.

 Após o encontro com o governador, Arthur Neto também anunciou um novo projeto de iluminação pública com luzes de led. Segundo o prefeito, a nova iluminação deverá atingir 96% da cidade até dezembro de 2016. “Pedi ao Melo que nos indique dez localidades, em Manaus, consideradas zonas vermelhas, devido à alta criminalidade, para que instalemos as luzes em led, porque uma cidade bem iluminada reduz, significativamente, sua incidência de crimes. Basta passar pela Avenida Álvaro Maia, na zona centro-sul, para se ter ideia de como ficará as demais zonas da capital”, disse o prefeito.

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Em SP, Terminal Vila Galvão é entregue

O governador Geraldo Alckmin entregou oficialmente nesta sexta-feira, 12, para operação o Terminal Vila Galvão, planejado para se tornar um importante centro logístico de distribuição de linhas metropolitanas e municipais entre Guarulhos e a zona norte de São Paulo. O terminal foi construído pela EMTU/SP, empresa da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. 

A princípio, duas linhas intermunicipais e nove municipais passarão por suas quatro plataformas, onde circularão 10 mil usuários/dia. Essa demanda se intensificará quando estiver completada a ligação de Vila Galvão com o Terminal Tucuruvi do Metrô, em São Paulo, em processo de licenciamento. O início da operação está previsto para segunda-feira (15/12), quando começarão a circular as linhas metropolitanas que vão operar no novo Terminal: 500 GUARULHOS (VILA GALVÃO)/ SÃO PAULO (TERMINAL RODOVIÁRIO TIETÊ) e 802 GUARULHOS (TERMINAL METROPOLITANO TABOÃO)/ SÃO PAULO (METRÔ TUCURUVI). As linhas municipais começarão a operar gradativamente a partir de 15/12.

O Terminal Metropolitano Vila Galvão, terceiro entregue pelo governo do Estado no Corredor Guarulhos – São Paulo, representa um investimento de R$ 8,1 milhões. O primeiro foi Taboão, inaugurado em maio de 2012; o Terminal Cecap foi entregue em setembro do mesmo ano.

Características

Localizado na Avenida 7 de Setembro, altura do nº 1920, o Terminal Vila Galvão tem área de 7.700 m2 e concepção arquitetônica moderna, estrutura metálica que propicia iluminação e ventilação à área de circulação, piso inteiramente em pavimento rígido, garantindo maior durabilidade e resistência à circulação da frota de ônibus e possibilitando menor custo com manutenção. O bicicletário tem capacidade para 74 bicicletas.

Nas quatro plataformas de embarque e desembarque há equipamentos de serviço ao usuário como bancos, lixeiras, painéis de informação e telefones, além de itens de acessibilidade como sinalização tátil de alerta, rampas, corrimãos e plataforma elevada. O prédio reservado à área administrativa e operacional dispõe de guarita, bilheteria, banheiros públicos adaptados para pessoas com deficiência e infraestrutura para instalação de quiosques. Para evitar alagamento, foram instalados tanques de retenção de águas pluviais.

O projeto do Terminal Vila Galvão também se preocupou com a preservação arqueológica do local. Assim, foi instalado um piso de vidro na plataforma central para visualização das fundações da antiga Empresa Cerâmica Paulista, fundada em 1913 e responsável pelo fornecimento de tijolos para importantes monumentos históricos como a Catedral da Sé, Museu do Ipiranga e Santa Casa de Misericórdia, entre outros.

Trecho Cecap-Vila Galvão

O trecho de 12,3 km de extensão (10,1km de corredores exclusivos e 2,2km compartilhados) representa um investimento de R$ 78,7 milhões e tem previsão de conclusão em março de 2015. No momento, 85% das obras estão concluídas.

Além do Terminal Vila Galvão, entregue para operação, o trecho em obras prevê 16 Estações de Embarque e Desembarque (nove delas concluídas), uma Estação de Transferência (Emílio Ribas) mais três faixas por sentido, sendo uma exclusiva para ônibus em pavimento rígido. Haverá a instalação de ciclo passeio. A previsão é de que por este trecho sejam transportados 60 mil passageiros / dia.

No trecho Taboão – Cecap, com 3,7 km de extensão, entregue em julho de 2013 e já em operação, trafegam cinco linhas metropolitanas em uso compartilhado da faixa exclusiva com o sistema municipal. A circulação é de 30 mil usuários / dia.

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Em São Paulo, Custo total do transporte coletivo pode ser 7,4% menor, diz consultoria

sábado, 13 de dezembro de 2014

A verificação das contas do transporte público de São Paulo, divulgada hoje (11) pela empresa de consultoria Ernst&Young, indica que a prefeitura poderia reduzir em 7,4% o valor pago para as empresas e concessionárias do sistema, se utilizar parâmetros de mercado para contabilizar os gastos com combustível, equipamentos e mão de obra, além de garantir que todas as viagens programadas sejam realizadas.

Outra mudança está na Taxa de Remuneração de Investimento (TIR) – o lucro – de 18% estipulada em 2003, que embora tenha sido considerada correta, deve ser adequada ao cenário atual, que é de aproximadamente 7,2%. O estudo foi encomendado pela própria administração municipal para servir de base a futuros ajustes na política de mobilidade.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), considerou o resultado satisfatório e afirmou que possibilitará maior controle e transparência aos novos contratos. “Essa será a base para o novo edital de licitação. Os contratos têm brechas a ser resolvidas. A partir de semana que vem vamos começar a discutir as novas licitações”, afirmou. O relatório completo será publicado na próxima semana no Blog da Verificação da SPTrans.

A consultoria percebeu que os valores pagos para manter os ônibus em circulação são diferentes dos verificados nas notas fiscais repassadas pelas empresas. Do total de 7,2%, cerca de 2% correspondem a viagens não realizadas. Segundo a Ernst&Young, uma em cada dez viagens programadas não é realizada, o que faz com que os coletivos rodem mais cheios e o cidadão fique mais tempo no ponto esperando.

Outros 3,5% correspondem à demando por mão de obra de motoristas e cobradores, cujo custo é computado contando períodos de ociosidade e de hora extra, antes mesmo de serem aferidas tais condições. Se o trabalhador cumpriu um horário de almoço mais curto ou não realizou horas extras compatíveis com o valor pago, a prefeitura remunera a empresa ou cooperativa da mesma forma.

Por fim a consultoria indicou que é preciso ajustar o valor pago pelo combustível ao preço de mercado, o que representaria uma redução de 1,3% no custo desse item. Além disso, o contrato de 2003 previa que as empresas iriam adquirir garagens para os coletivos, consideradas um investimento. Mas acabou-se percebendo que era mais vantajoso, financeiramente, alugar os espaços, o que levou a um custo extra ao sistema.

Na prática o resultado da verificação das contas do sistema de transporte é que a prefeitura pode reduzir os custos gerais do sistema na próxima licitação, que deve ser realizada esse ano. Considerada sobre a remuneração total do sistema paga em 2012, de aproximadamente R$ 5,6 bilhões, o valor corresponde a cerca de R$ 392 milhões.

O montante de subsídios utilizados pela prefeitura sistema ao longo de dez anos (2003-2013) foi de R$ 5,7 bilhões. Isso porque a tarifa somente não é suficiente para custear o sistema. O valor equivale a 15% de todos recursos financeiros do Sistema de Transporte Urbano por Ônibus do Município. Porém, o valor gasto também poderia ter sido menor, se observadas as recomendações feitas agora pela consultoria

Tantos descompassos podem ter levado a outros erros, até mesmo dentro da São Paulo Transportes (SPTrans). Foram percebidas divergências entre registros da Conta Sistema no Livro Razão da SPTrans e nos Relatórios Financeiros elaborados por suas equipes técnicas. A diferença observada entre as movimentações do Livro Razão e do Relatório Financeiro foi de aproximadamente 9%.

Quanto ao lucro obtido pelos empresários, a consultoria considerou que os valores da Taxa de Remuneração de Investimento em 18% estão compatíveis com a situação do mercado na época em que os contratos foram elaborados. Na média, o retorno em dez anos foi de 18,61%. O relatório não aponta o índice exato de lucro, pois não foi realizada auditoria nas contas das empresas e cooperativas. O número corresponde ao melhor cenário possível estimado pela Ernst&Young.

taxa de retorno

A consultoria recomendou que a prefeitura insira cláusulas de revisão desses valores ao longo do tempo de validade das concessões, para garantir uma remuneração adequada ao mercado. Hoje, a taxa de retorno que deve balizar os novos contratos é de 7,2%, cerca de 11% menor. O índice foi referenciado no utilizado na concessão de pedágios da ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro.

“É claro que estamos falando do sistema de transporte da maior cidade do país, que é um dos maiores do mundo. Não podemos comparar com um pedágio. Vamos discutir com os empresários, com a sociedade e tentar chegar em um valor justo”, ponderou o secretário Municipal dos Transportes, Jilmar Tatto. Ele já adiantou que a secretaria vai realizar, pelo menos, 36 audiências públicas a partir de janeiro de 2015, para discutir o novo modelo de contrato.

Tatto disse que o relatório “aponta para mudanças nos contratos”, mas não quis adiantar se isso pode representar alguma alteração no valor das tarifas. “Isso não está sendo discutido no momento”, afirmou. Sobre a taxa de lucro, Tatto apenas garantiu que “não será de 18%”.

Para a Ernst&Yooung, alguns pontos também devem ser cuidados para evitar que os novos contratos repitam os problemas do edital de 2003. Entre eles, que as empresas tenham fluxo de caixa do projeto – prestação de serviço de transporte – e não do acionista, pois ele pode ter diversas outras atividades, o que dificulta a apuração.

Junto a isso, as empresas devem fundar Sociedades de Propósito Específico (SPE), um modelo de organização empresarial em que se constitui uma nova empresa com um objetivo determinado, para facilitar a gestão de contratos, as compras de materiais e combustíveis e a captação de recursos. Isso pode beneficiar, por exemplo, as cooperativas, que hoje não podem acessar recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Também é preciso haver mecanismos de avaliação de prestação do serviço das empresas, com impacto positivo e negativo sobre a remuneração das empresas. Por exemplo, controlar de forma eficiente as viagens determinadas e as realmente realizadas com uso de GPS.

A consultoria recomendou ainda a definição de um valor máximo pago pelo transporte de passageiros e o estabelecimento de revisões periódicas das cláusulas contratuais de remuneração.

Informações: por Rodrigo Gomes
Da RBA

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Trânsito do Recife é o mais lento do País, aponta site especializado

Apesar dos registros de congestionamentos quilométricos na capital de São Paulo, a cidade brasileira em que se gasta mais tempo para se chegar de um ponto a outro de carro é Recife. A informação é do site Numbeo, especializado na comparação de dados entre metrópoles de diferentes nacionalidades. Segundo o levantamento, os motoristas da capital pernambucana gastam, em média, 55,6 minutos em cada deslocamento. Com esses dados, o Recife também figura entre as dez cidades com o trânsito mais lento do mundo.
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Com isso, os moradores gastam, por dia, quase duas horas - sendo uma para ir e outra para voltar de algum ponto - presos em congestionamentos na cidade pernambucana. Assim, alguém que durma oito horas por noite passará 12,5% do tempo acordado parado no trânsito do Recife.

As demais cidades brasileiras que entram no ranking do site Numbeo são, respectivamente: Rio de Janeiro (52,65 min), Belo Horizonte (51,50 min), São Paulo (49,19 min), Porto Alegre (40,57 min), Curitiba (38,55 min), Brasília (20,80 min). 

No entanto, a campeã mundial de trânsito lento é a cidade de Mumbai, na Índia, com 70,20 minutos. O país tem, inclusive, outras duas cidades na lista das localidades com o tráfego de veículos mais caótico, são elas: Pune (60,86 min) e Kolkata (58 min).

- As dez cidades mais lentas do mundo:

Mumbai, Índia
70,20 minutos
Nairobi, Quênia
65,20 minutos
Teerã, Irã
61 minutos
Pune, Índia
60,86 minutos
Cairo, Egito
60,31 minutos
Miami, Estados Unidos
59,11 minutos
Kolkata, Índia
58 minutos
Dhaka, Bangladesh
57,67 minutos
Istambul, Turquia
55,66 minutos
10º
Recife, Brasil
55,60 minutos

- As cidades mais lentas do Brasil:

Recife
55,60 minutos
Rio de Janeiro
52,65 minutos
Belo Horizonte
51,50 minutos
São Paulo
49,19 minutos
Porto Alegre
40,57 minutos
Curitiba
38,55 minutos
Brasília
20,80 minutos

Informações: NE 10

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