Somente nos últimos quatro anos, os fiscais emitiram 47,3 mil infrações às empresas do setor. Nesse período, o calote é de R$ 25,6 milhões (veja arte). Os dados são da DFTrans, que reconhece a dívida gigantesca e ainda admite haver cerca de 80% de ônibus com mais de sete anos, idade-limite imposta por uma resolução do Conselho de Transporte Coletivo do DF. No entanto, além de não cobrar as multas, o órgão também nada faz para obrigar a renovação da frota de 3.953 coletivos, alguns deles com mais de 20 anos. Para piorar o caótico quadro, a unidade subordinada à Secretaria de Transportes publicou uma norma em 28 de dezembro último suspendendo a validade da resolução do Conselho.
O diretor-geral da DFTrans, Marco Antônio Campanella, alega ter sido a maneira encontrada para a população do DF não ficar sem ônibus, pois a maioria deles não poderia mais estar rodando, justamente por ter pelo menos sete anos (leia entrevista). Ele diz que a liberação valerá até o fim da licitação de todo o sistema, sem prazo para ocorrer. Com isso, a idade média da frota de coletivos só aumentará, ao ponto de toda ela poder ultrapassar os sete anos antes exigidos em lei. Segundo o mesmo Campanella e o secretário de Transportes, José Walter Vaz-quez Filho, tal concorrência pública para substituir os veículos e as empresas começaria em abril do ano passado. Depois, ambos prometeram toda a troca do sistema para dezembro. Agora, falam no fim de 2012, sem garantia.