O trajeto, que durou pouco mais de 24 meses, foi uma prova de competência e de vontade política. Quem imaginaria, em 2008, em sã consciência, que o então meio-transporte, improvisado em 50%, com a Transcel tendo de cobrir as enormes deficiências da Mito, fosse se transformar em eficiência, controle público do poder delegado à iniciativa privada, investimento social comprovado e muita transformação positiva?
Quem assistiu à longa novela da quebra do monopólio, arrastada e prejudicial ao interesse público, com um braço de ferro sem precedentes entre diversos prefeitos que se sucederam e a Eroles, antecessora da Mito, em meio a perueiros, ameaças, morte de um transportador individual, a quebra, enfim, do monopólio, em 2004, depois a persistência da Mito diante de problemas que se agravavam e, por último, a decisiva cassação, simplesmente olha para trás e percebe a evolução.
E que os mais críticos, que nunca pegaram uma "condução" e, mesmo assim, apontam, com dedo em riste, que o sistema de transporte ainda é falho, reconheçam o avanço, a eficiência, o respeito aos recursos públicos aplicados no setor nos últimos dois anos, tudo a partir da determinação de Bertaiolli.
Em razão disso, o Mogi News registra hoje, em sete páginas, desde a cobertura da entrega do Terminal Estudantes, com o anexo Parque Botyra Camorim Gatti, à espera de uma integração física com a Estação Estudantes da CPTM, até uma remontagem da história, com os tempos da Eroles, a falta de organização da política de transporte coletivo durante décadas, entregue aos vícios do monopólio, depois as tentativas de profissionalização da empresa, pelas mãos de seu então gerente operacional, o hoje psicólogo Flávio Amorim, até o agravamento da crise, arrastando-se por anos a fio, até a quebradeira total.
No meio disso, um período de transporte clandestino incentivado pelo poder público, depois renomeado de transporte alternativo, posteriormente seu fim, o início da integração, até a modernização total e a distribuição em dois pontos da área central da cidade, como bolsões que regulam o tráfego, norteiam horários e embarques, num controle bem-vindo e essencial para a qualidade dos serviços.
Mais do que isso: o Estudantes traz consigo uma nova concepção de lazer, agregado que está ao Parque Botyra, até seis meses atrás um local baldio, repleto de insegurança, viciados em droga, vandalismo e lixo. Tudo junto, agora, no que eram os fundos da sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário locais, nas proximidades de prédios públicos importantes, como o INSS, e as duas universidades, além do terminal de ônibus intermunicipais, o Geraldo Scavone e um shopping regional de grande movimento.
Mogi das Cruzes, que há tempos pode ser realçada por sua localização estratégica, entre portos e aeroportos, capital, Vale do Paraíba, Baixada Santista e litoral norte, agora pode também ser lembrada por organizar seu transporte coletivo, colocando um de seus terminais no seu coração administrativo e redimensionando um serviço tão importante, à disposição de uma população que vence dificuldades.
Fonte: Mogi News