Assim que concluir a licitação, aberta há um ano, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) irá publicar no Diário Oficial do Município (DOM) a homologação da contratação da empresa que irá administrar o serviço.
Os novos radares serão instalados nas vias que possuem a busway (faixa exclusiva para coletivos). Cinco equipamentos ficarão na avenida Nossa Senhora do Carmo, na região Centro-Sul, três na Cristiano Machado, outros três na Antônio Carlos e um equipamento na avenida Waldir Soeiro Emrich, numa área de estação de ônibus no bairro Milionários, no Barreiro (confira os trechos no quadro).
Segundo o gerente de Coordenação de Operação da BHTrans, Fernando Pessoa, a medida será adotada por causa do desrespeito dos motoristas à exclusividade dos coletivos nos trechos. Quem for flagrado na área dos ônibus terá que pagar multa de R$ 53, 20 e ainda perde três pontos na carteira de habilitação. "Com a frota de veículos cada vez maior na capital, essa medida tem o objetivo reforçar a prioridade ao transporte coletivo. As faixas exclusivas permitem que os ônibus sejam regulares e cumpram seus horários", explicou o gerente.
O tenente coronel Roberto Lemos, comandante do Batalhão de Trânsito de Belo Horizonte, disse que é comum flagrar, durante retenções no trânsito, motoristas de carros de passeio migrando para a busway. Ele não liberou estatísticas desse tipo de ocorrências, mas afirmou homens, jovens são os mais flagrados nesse tipo de situação. "É claro que pessoas de ambos os sexos e de várias faixas etárias praticam irregularidades no trânsito. A solução para todos é mesmo a educação que passa pelo impacto financeiro. Com multa, todo mundo aprende a respeitar as leis".
Tendo em vista que, em média, cada carro particular que trafega na capital carrega apenas uma pessoa, segundo Silvestre de Andrade Puty Filho, engenheiro civil e mestre na área de transportes, a necessidade de priorizar o transporte público é fundamental para a gestão do tráfego. "Enquanto dois carros carregam até três pessoas, um ônibus carrega 30. É óbvio que o transporte coletivo precisa ter exclusividade no trânsito".
Segundo ele, a utilização da punição com forma de controlar e educar a população é válida e bem-vinda. "Respeitar as normas do trânsito é uma questão de cidadania. Aquele aproveitador, que é o infrator, não desrespeita só a lei, mas também a sociedade".