Depois de o dissídio ser adiado mais uma vez pelo TRT, motoristas e cobradores realizaram paralisações nos terminais de Fortaleza. A unidade do Papicu ficou fechada por 1h30min, na manhã de ontem (07/12). Há ameaça de novas paralisações hoje
O dissídio coletivo de motoristas e cobradores de ônibus, que estava marcado para a manhã de ontem, ainda não foi julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A decisão foi adiada mais uma vez e ainda não foi definida nova data para o julgamento.
Insatisfeitos com a “demora da Justiça” para definir o impasse entre patrões e empregados, motoristas e cobradores paralisaram por uma 1h30min o terminal do Papicu, pela manhã, e por 40 minutos o terminal de Messejana à tarde.
Eles anunciaram novas paralisações nos terminais, garagens de ônibus ou outros pontos todos os dias, até o dissídio ser julgado.
A paralisação no Terminal do Papicu teve início às 10h30min.
À medida que os veículos do Sintro fechavam as ruas em torno do terminal, os ônibus iam ficando pelo caminho.
Manifestantes secaram pneus e quebravam retrovisores de alguns dos ônibus. Enquanto isso, passageiros iam descendo dos carros, retornando para o terminal, continuando o caminho a pé ou procurando por um transporte alternativo.
Rapidamente, se formou um longo congestionamento na avenida Engenheiro Santana Júnior, na altura do viaduto. Impedida de seguir até o hospital, uma família foi obrigada a descer. A menina, que passava mal, chegou a vomitar entre um ônibus e outro no meio da rua.
“E agora, o que eu faço com minha filha? Mas eu vou ter que pagar passagem de novo?”, indignava-se o pai, que foi orientado por um dos manifestantes a esperar ônibus do outro lado do terminal.
Diante das reclamações dos usuários, o Sindicato dizia que não há outra forma de protestar, pois se as paralisações forem avisadas elas podem ser sustadas por patrões ou até mesmo pela Guarda Municipal ou PM.
“Esse é um protesto pelo descaso que o Sindiônibus e a Justiça tiveram com os rodoviários”, diz o assessor político do Sintro, Valdir Pereira.
O fato é que depois de sucessivas paralisações durante meses, sem que patrões e empregados do sistema de transporte público entrem em acordo, a população já está exausta.
No terminal do Papicu, os ônibus só voltaram a circular normalmente ao meio-dia e, mesmo assim, seguiram por rotas alternativas, já que vários carros continuaram parados pelas vias do entorno, com pneus vazios e retrovisores quebrados. Os outros terminais funcionaram normalmente pela manhã.
Fonte: O Povo
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