Uma manhã que parecia tranquila terminou como mais um bloqueio de terminal. Ontem, motoristas, cobradores e fiscais fecharam, por duas horas, o do Papicu, com a liderança da categoria promovendo paralisações surpresas no sistema de ônibus urbanos. À tarde e noite, no entanto, o movimento foi tranquilo. Mesmo assim, passageiros estavam apreensivos com receio de novas paradas.
Até o meio-dia de ontem, o único terminal parado era o do Papicu, que registra uma movimentação de 281 mil passageiros por dia e conta com uma frota de 495 ônibus, divididos por 44 linhas. A suspensão do funcionamento teve a duração de três horas e 20 minutos.
No entanto, as ações de protesto da categoria se fizeram sentir em outros pontos da cidade. No cruzamento da Avenida Dom Luis com a Rua Frei Mansueto, houve abordagem de pessoas vinculadas ao movimento paredista, que impediram a passagem dos ônibus e obrigaram os passageiros a desembarcarem na via pública.
O bloqueio do terminal aconteceu, num primeiro momento, nas vias de acesso, onde foi posicionado um carro com serviço de som. Por volta do meio-dia, lideranças do movimento se pronunciaram nos microfones, informando sobre a "intransigência em resolver diversas cláusulas pendentes nas reivindicações trabalhistas".
Enquanto isso, a Guarda Municipal e até uma viatura Polícia Militaram acompanhavam as manobras dos sindicalistas, sem que reagissem para garantir a livre circulação dos ônibus. Ainda pela manhã, o gerente da área da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) Jackson Carvalho disse que não havia como se prevenir de manobras de protestos, como as que fecharam por mais de duas horas o terminal do Papicu.
"São ações que acontecem a qualquer momento, a exemplo do que se sucedeu na noite de ontem (quarta-feira) e hoje (ontem)´, disse. Ele informou que os incidentes ocorridos na quarta-feira passada causaram uma queda na demanda nos terminais, sendo que os mais sentidos ocorreram nos de Parangaba, Antônio Bezerra e Papicu.
O administrador do Terminal de Messejana, Carlos Alberto Silva, disse que o fechamento do Papicu não afetou a movimentação naquele equipamento, que verifica uma média diária de 165 mil passageiros, divididos em 36 linhas.Situação parecida também se verificava na parte da manhã no terminal da Parangaba. O administrador Vilamar Brito dos Santos disse que estavam mantidos em 100% a circulação das 53 linhas, que atendem diariamente 260 mil passageiros. Já, no Terminal do Antônio Bezerra o movimento não foi interrompido. Pessoas nas filas, fiscais de prancheta nas mãos checando os horários da partida e saída de veículos e aquele sufoco rotineiro para conseguir entrar nos transportes coletivos.
Mesmo com o cenário favorável, a tensão nos rostos dos passageiros era visível, pois o risco de paralisação era provável. Muito temiam paralisações de surpresa em todos os terminais de integração. O terminal, pela manhã, contava com um reforço de 12 Guardas Municipais de plantão. A frota de ônibus, de acordo com o gerente operacional dos terminais do Conjunto Ceará e Antônio Bezerra, Américo Pimentel, estava normal e nenhum veículo foi danificado devido aos impasses da noite anterior. "Todos os 373 carros de costume estão rodando. Não houve depredação", garantiu o gerente operacional.
Fonte: Diário do Nordeste