Sonhar com uma malha cicloviária completa é uma utopia e, além disso, a distância entre o trabalho e a residência da maioria dos cariocas não é pequena e nem confortável para quem pedala. A melhor solução para as cidades parece ser fragmentar os trajetos e integrar a bicicleta à rede de transportes públicos.
Essa é uma das conclusões da pesquisadora Flávia de Souza, que trabalha numa tese de doutorado na Universidade de Twente, na Holanda, em parceira com a Coppe, o programa de pós-graduação em engenharia da UFRJ.
Ao examinar o caso do Rio de Janeiro, Flávia concluiu que, além de aumentar o número de vias para ciclistas, é preciso investir em estacionamentos nas estações de trem, metrô e ônibus. Atualmente, segundo a pesquisadora, somente algumas estações do metrô oferecem esses espaços. Nesta sexta-feira (23), ela apresentou os resultados preliminares do documento em um seminário no campus da UFRJ, no Ilha do Fundão, no subúrbio do Rio, que reuniu especialistas internacionais da área de transporte. Os dois locais analisados por Flávia e sua equipe são Santa Cruz, na Zona Oeste, e Colégio, no subúrbio do Rio.
Santa Cruz tem maior número de ciclistas no Rio
De acordo com o estudo, Santa Cruz tem o maior índice de bicicletas da cidade: 12% da população usam o veículo, enquanto que a média no Rio é de 2%, ou seja, são seis vezes mais ciclistas naquela região.
O documento aponta dois estacionamentos privados na região, que, em horário de pico, não dão conta da demanda e recebem cerca de 600 bicicletas em um dia. De acordo com Flávia, a maioria dos usuários de trem da Supervia reclama da falta de segurança, do alto preço do bicicletário pago e da distância do estacionamento para a estação.
Em Colégio, foi constatado que os ciclistas usuários do metrô param os veículos no entorno da estação, já o estacionamento oferecido não suporta a demanda. A pesquisadora sugere, além de melhoria da malha cicloviária da cidade, que é precária, o financiamento da bicicleta para a população de baixa renda. “Para quem pega dois ônibus por dia, utilizar a bicicleta em um dos trechos gera uma economia de quase R$ 5 por dia, o que chega a R$ 100 no fim do mês”, exemplificou ela. Um dos objetivos da pesquisadora, que pretende terminar o trabalho dentro de um ano e meio, é levar os resultados do documento para autoridades públicas.
Conscientização
Flávia acredita que o Rio de Janeiro tem potencial para aumentar o número de ciclistas. “O carioca não tem tanto preconceito, não vê a bicicleta como 'transporte de pobre', como acontece em outras regiões. Acho que podem ser feitas promoções com artistas, por exemplo, para quebrar aqueles que ainda têm o estigma. A bicicleta tem que ser vista como um transporte ‘cool’ e acho que isso já está na veia do carioca, basta incentivo”, diz.
Enquanto a Secretaria de Transporte afirma que o Rio possui o título de ser o estado com a segunda maior rede de ciclovias da América Latina, Flávia ressalta que o que existe são apenas ciclovias.
“O que temos não é malha cicloviária, são ciclovias. Malha é um sistema integrado. Ter a segunda ciclovia da América Latina já é alguma coisa sim, mas você perceba que essas vias estão próximas à praia ou na Lagoa, ou seja, está associado ao lazer, não é para bicicleta como meio de transporte do dia-a-dia”.
Para a ela, o sistema de aluguel de bicicletas, que foi inaugurado no Rio em janeiro de 2009, é uma medida importante, mas ainda é falho.
Teresina - Mais que um cobrador de ônibus, um amigo.Francisco das Chagas de Melo, 30 anos, é um exemplo de como pode existir amizade entre estes profissionais e os passageiros do transporte público de Teresina. A rotina estressante do dia-a-dia, que muitas vezes provoca desentendimentos, dá lugar a verdadeiras amizades. Na linha em que ele trabalha, Chagas, como é conhecido, é quase uma unanimidade. “Ele é tudo. É nosso amigo, conselheiro e até mesmo um cupido. Sempre que percebe que estamos paquerando alguém que viaja na mesma linha, ele logo se propõe a ‘arrumar o esquema’, e consegue até os telefones do rapaz”, declara a estudante de Biologia da UFPI, Lara. Trabalhando há três anos como cobrador na empresa Cidade Verde, Chagas garante que já fez muitos amigos verdadeiros nas suas viagens. Sejam adolescentes, jovens, adultos ou idosos, todos garantem que ele é um amigo para ninguém botar defeito. “Depois de passar seis meses na linha do Mocambinho fui transferido. Foi então que a empresa passou a receber várias reclamações e pedidos para que eu voltasse. É gratificante saber que as pessoas sentem a sua falta”, afirma o cobrador, que já trabalhou nas linhas Saci–Miguel Rosa, Mocambinho–Promorar e, atualmente, encontra-se na linha Saci–Universidade.
“Ele levanta nossa auto-estima, nos faz elogios educados, e melhora nosso humor, além de segurar nossos cadernos, pedir parada quando estamos com as mãos ocupadas”, continua a estudante Lara.
Histórias para contar é o que não falta. O cobrador lembra de um fato marcante no trabalho e confessa que abusa do humor, simplesmente para poder animar o dia de alguém. No condomínio Mediterrâneo, por exemplo, mora um casal de idosos que só pega ônibus se o cobrador estiver fazendo a linha. “Os dois possuem meu número de telefone pessoal e sempre que precisam de condução ligam pra saber em que ponto do percurso estou, e quando entram no ônibus, se irritam se não houver uma cadeira perto de mim para os dois sentarem e conversar comigo. Eles são uma simpatia”, comenta. Chagas sabe da importância de tratar bem o passageiro, principalmente os estudantes, seu público alvo. “Eles são o futuro do nosso país, então é importante que sempre estejamos elevando a auto estima deles”, declara. O cobrador é uma exceção? Nem tanto! As 13 empresas que fazem o transporte da capital investem alto na qualificação e reciclagem de seus profissionais. Vários cursos são oferecidos pelo próprio SETUT (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina), em parcerias com diversos órgãos. Segundo o presidente do SETUT, Herbert Miura, a capacitação dos quase três mil profissionais em atividade no sistema é rotina entre as empresas. “O último curso que houve foi para orientar sobre o uso da rampa de acesso para deficientes. Mais de mil motoristas participaram. Agora vamos refazer o curso com participação de membros da Associação dos Cadeirantes de Teresina para aproximar o nosso funcionário ainda mais da realidade”, destaca.
Trânsito livre para os 85 mil motoristas que passam diariamente na Avenida Antônio Carlos. Seis viadutos e três pistas do corredor viário serão liberados nesta terça-feira, às 9h30, em solenidade de entrega da segunda etapa de duplicação da via. As intervenções estão num trecho de 2,2 quilômetros, entre o Complexo da Lagoinha e a Rua Operários, no Bairro Cachoeirinha, na Região Nordeste.
Com a liberação das obras, simulações da Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop) calculam uma redução de 20 minutos entre o Anel Rodoviário e o Complexo da Lagoinha.Ainda falta terminar as vias de acesso ao viaduto na Rua Formiga, em frente ao Conjunto IAPI, que interligará os bairros São Cristóvão e Bom Jesus.
A expectativa da Setop é concluí-lo em 45 dias. Apesar do trecho continuar em obras, a secretaria assegura que o trânsito fluirá sem desvios. A segunda etapa da duplicação teve início em fevereiro de 2009 e consumiram R$ 250 milhões, recursos do governo do estado e da prefeitura. A maior parte dos recursos, R$ 111 milhões, foram usados em 290 desapropriações.
A nova Antônio Carlos passa a ter duas pistas com quatro faixas, além de uma terceira com duas faixas exclusiva para ônibus (busway). A largura da avenida subiu de 25 para 52 metros. Além do alargamento, a duplicação incluiu a construção de sete viadutos, com duas faixas por sentido. Na Rua dos Operários, dois viadutos vão permitir retornos para o Centro e Pampulha e entrada para bairros adjacentes.
De mão dupla, o viaduto da Rua Araribá facilitará o acesso ao Hospital Belo Horizonte e acabará com a interseção da Antônio Carlos feita pela Rua Jequitaí. Por fim, uma alça na Rua Rio Novo, vai complementar o Complexo da Lagoinha, facilitando o acesso ao Centro e a interligação com a Avenida Pedro II. O corredor viário também recebeu passarela para pedestres em três pontos e travessias ao longo da avenida. Além disso, 1,5 mil árvores foram plantadas ao longo da via.
Depois da inauguração das novas pistas, no fim de semana, os motoristas ainda não estão entendendo os novos caminhos da Marginal Tietê. Antonio começou a semana a pé. Com o trânsito carregado da marginal Tietê, ele desistiu de esperar pelo ônibus. “Não tem condições de ir de ônibus, está tudo parado”, diz. Reclamação também dos motoristas que seguiam no sentido Castello Branco, tanto pela via expressa quanto pela local. “Não tem acesso à pista nova, por isso está tudo parado.
De lá para cá eu estou há 40 minutos”, reclama o motorista. A chiadeira dos motoristas vem logo no primeiro dia útil, depois da ampliação da marginal Tietê. Foram feitos vinte e três quilômetros de pistas em cada sentido, o que significa que os carros contam com mais três faixas de cada lado. Em alguns pontos, a marginal chega a ter agora catorze faixas. A construção da pista central começou em junho do ano passado.
O primeiro trecho foi entregue em outubro. Os mais recentes, no último sábado. Prefeitura e governo do Estado prometem entregar até outubro mais quatro pontes e três viadutos. A expectativa da CET é que a velocidade média dos carros aumente 35% na marginal, agora que as novas pistas foram liberadas. O que deu para perceber é que os motoristas estão se atrapalhando para usar a nova pista.
Perto da Ponte das Bandeiras, a dificuldade é acompanhar o traçado das faixas. Perto da Ponte do Piqueri, no sentido Castello Branco, o motorista do ônibus, confuso, decidiu voltar de ré. Outros motoristas nem ligaram para os cones e passaram assim mesmo, da pista local para as novas faixas. Muita gente escolheu este caminho proibido, até a CET aparecer.
Quem precisou pegar ônibus na marginal, perto da Ponte Cruzeiro do Sul, também reclamou. “Ficou pior do que estava, porque ali era mais perto”, reclama a senhora. A Dersa informa que a sinalização da Marginal Tietê que existe hoje vai ser substituída. A definitiva só vai ficar toda pronta no fim de abril.
Em 14 de março, foi inaugurado em Niterói o primeiro corredor viário do Rio, com uma faixa exclusiva para ônibus. O trânsito ficou congestionado durante todo o dia, causando transtornos.
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Copa do Mundo e a implantação pela primeira vez de sistemas de transporte público na África do Sul estão impulsionando as vendas de ônibus feitos no Brasil para o país. Outras empresas, apesar de multinacionais, optam por montar ônibus no Brasil ou desenvolvem os veículos em território brasileiro para montagem lá. Segundo as empresas, a experiência delas no Brasil com grandes projetos que envolvem transporte com corredores de ônibus, como os de Curitiba e de São Paulo, ajuda na hora de vencer licitações no país africano.
“O transporte público na África do Sul era desregulado, feito principalmente por vans usadas importadas do Japão e da China. Gradativamente as cidades estão se organizando”, diz Maurício Cunha, diretor industrial da brasileira Caio Induscar. A empresa tem um parceiro na África do Sul que faz a montagem e distribuição local das carrocerias de ônibus, fabricadas no Brasil. A empresa monta cerca de 300 ônibus por ano no país do tipo “commuter”, uma mistura de ônibus intermunicipal e ônibus de fretamento, segundo Cunha. Além disso, a Caio exportou recentemente para o país 110 ônibus urbanos para corredores que alimentam os sistemas de metrô de cidades sul-africanas.
A também brasileira Marcopolo opera de forma semelhante, com uma fábrica na África do Sul que termina de montar os ônibus brasileiros. “Os ônibus rodoviários mandamos daqui entre 80% e 90% pronto. Já os ônibus urbanos são entre 50% e 60% feitos na África do Sul”, diz Paulo Andrade, diretor comercial da empresa para o exterior, que explica que o projeto e a engenharia dos ônibus são feitos no Brasil.
Expansão e concorrência A Marcopolo vendeu recentemente 300 ônibus urbanos para projetos de trânsito rápido (conhecidos como BRT ou corredores exclusivos para ônibus) e outros 476 ônibus rodoviários que serão usados pelas delegações da Fifa durante a Copa do Mundo. “Esperamos vender entre 400 e 500 unidades por ano para BRTs na África do Sul”, diz Andrade.
Segundo Cunha, a Caio exporta a partir da África do Sul para outros países do continente, como Moçambique, Botsuana e Zimbábue. “O Brasil é um dos maiores mercados de ônibus do mundo. Temos produtos de boa qualidade e bom custo-benefício”, diz o diretor da Caio Induscar. Os ônibus brasileiros enfrentam no país africano a concorrência de veículos de fabricantes europeus, chineses e indianos, segundo Andrade.
O diretor da Marcopolo explica que a empresa participa de licitações na África do Sul, como as para compras de ônibus urbanos por cidades em parceria com fabricantes de chassis, como MAN, Scania e Mercedes-Benz. Esta última, por exemplo, fechou contrato em dezembro para fornecer 460 ônibus rodoviários a uma empresa de Pretória, para uso durante a Copa do Mundo. Os chassis, fabricados no Brasil, serão montados em fábrica na África do Sul e entregues com carroceria da Marcopolo.
A crise económica, o aumento do preço dos combustíveis, assim como o tarifário dos parquímetros no centro de Lisboa estão a levar mais pessoas a utilizar os transportes públicos para se deslocarem dentro da cidade, em detrimento do automóvel particular. O facto é revelado pelas principais transportadoras, mas o cenário já é bem diferente nas carreiras que ligam a Margem Sul do Tejo à capital. Aqui, o aspecto principal tem que ver com o decréscimo de passageiros nos transportes (ver caixa) devido ao aumento do desemprego e à redução das viagens de lazer, explicaram ao DN os operadores. O Metropolitano de Lisboa, que já estava a perder passageiros desde 2005, começou a recuperar em 2008, e praticamente estabilizou em 2009. Dados fornecidos pela empresa pública referem que, em 2007, o comboio subterrâneo registou 162,7 milhões de utentes, número que no ano seguinte saltou para 165,8 milhões. Em 2009, diminuiu para 165,2 milhões. Em fase de grande recuperação estão os autocarros e eléctricos da Carris, que têm vindo a registar sucessivos acréscimos de passageiros nos últimos três anos, invertendo assim a tendência de redução que se verificava há dez anos. Os 337 milhões de utentes transportados pela Carris, em 1999, foram diminuindo ano após ano, até atingirem apenas os 226 milhões, em 2006. A recuperação começou em 2007, com 227 milhões de utilizadores, que aumentaram para 228 milhões, em 2008. Durante o ano passado, esse número subiu para 233 milhões, representando um acréscimo de 2,2%. Questionada sobre todas estas oscilações na procura do transporte público, fonte da Carris explicou ao DN que "a retracção na sua utilização entre 1999 e 2006 deveu-se, em grande parte, a factores externos à empresa, como o aumento da venda de automóveis - decorrente da melhoria significativa do nível de vida dos cidadãos nas últimas décadas -, melhores condições de penetração e circulação na cidade devido à construção de novas vias na região de Lisboa e a expansão da rede do Metropolitano". Para a recuperação do número de passageiros, registada desde 2007, "contribuiu a melhoria da qualidade dos serviços da empresa, como a renovação da frota de veículos, o aumento da oferta com o lançamento da Rede 7 e a criação das modalidades de estudante (dos 4-18 e sub23) em todos os tipos de passe", disse a fonte da Carris. Nas ligações à Margem Sul, o denominado comboio da Ponte 25 de Abril, da empresa Fertagus, sofreu no ano passado uma ligeira descida, depois de ter estado sempre a aumentar o número de passageiros desde que entrou ao serviço, no Verão de 1999. Cristina Dourado, administradora-delegada da Fertagus, revelou ao DN que, pela primeira vez, se registou uma diminuição - de 22,58 milhões de utentes em 2008 para 22,51 milhões em 2009 -, "principalmente na venda de bilhetes a passageiros ocasionais, o que poderá significar uma diminuição nas viagens de lazer, como deslocações ao cinema ou ao centro comercial ou para visitar outras pessoas, devido à crise financeira". "O aumento do desemprego também fez diminuir o número de passageiros, porque essas pessoas deixaram de se deslocar para o trabalho", esclareceu a mesma responsável, frisando que a utilização da viatura própria "também baixou 1% nas travessias da Ponte 25 de Abril, entre 2008 e 2009". O comboio que circula no tabuleiro da ponte registou 11,47 milhões de utentes em 2000, subindo para 14,65 milhões, em 2001, e para 17,45, em 2002. No ano seguinte, serviu 17,77 milhões, passando para 19 milhões, em 2004, e para 20,56 milhões, em 2005. Voltou a subir em 2006 para 21,41 milhões e para 21,97 milhões em 2007.