A responsabilidade de deslocar com segurança todos esses usuários cabe a homens e até mesmo mulheres que gostam e estão satisfeitos com o que fazem, cada vez mais presentes na vida dos passageiros, pois quem nunca programou um compromisso levando em conta quantos minutos passará dentro de um ônibus?
Para estes funcionários o serviço feito durante o transporte de passageiros é também um local para fazer amizades, como é o caso da dona de casa Maria dos Santos, que trabalha como cozinheira há 30 anos em um quiosque do Mercado Central e todos os dias utiliza a mesma condução às seis horas manhã.
“Após pegar tantas vezes o mesmo ônibus no mesmo horário, fiquei amiga do motorista e do cobrador, ao ponto de todos os dias levar uma garrafa de café para eles tomarem quando chegassem no ponto final, e quando eles voltam para fazer o percurso novamente devolvem a garrafa para minha filha. Mesmo quando acontecia o rodízio e eles tinham que mudar de linha, eu sempre deixava na banca de bombom que tenho a garrafa de café e minha filha entregava para eles. Fico triste quando o motorista ou cobrador de quem gosto mudam de linha e passam a trabalhar em outro bairro”, conta Maria dos Santos.
Em alguns casos a relação entre funcionário da empresa de ônibus e passageiro vai além da amizade. Foi o que aconteceu com o motorista José Altamir, que segundo ele conheceu o amor da sua vida durante o percurso que fazia diariamente na linha de ônibus para o bairro Santa Maria da Codipi, da empresa Emvipi, na zona norte de Teresina.
“Ela trabalhava como professora bolsista numa escola e todos os dias ela pegava o ônibus no mesmo horário. Sempre quando entrava, dava bom dia e passava na catraca, ficávamos depois trocando olhares pelo retrovisor, até que um dia trocamos o número de telefones e marcamos um encontro e desde esse dia estamos juntos. Temos dois filhos e me sinto muito feliz por conviver há 17 anos com minha esposa, Janaina Shirlei”, declarou o motorista.
“Com os estudantes é mais fácil acontecer uma paixão, quando os dois estudam em colégios distintos e trocam olhares dentro do ônibus, também há casos em que sempre nos perguntam onde determinada pessoa pega o ônibus, se conhecemos, e às vezes damos uma de cúpido e formamos os casais”, afirmou o cobrador Abrão da Silva.
“Algumas pessoas que ao entrar no ônibus nos cumprimentam, perguntam como foi a noite, nos tratam muito bem, mas há ainda os passageiros que já sabemos que quando o ônibus atrasa três minutos, vão entrar reclamando e dizendo que está atrasado para o trabalho”, relata o cobrador.
“Joaquim entrou no nosso ônibus no bairro Saci e se sentou no fundo do veículo. Quando estávamos próximos ao Centro Administrativo, começou uma gritaria e pediram para eu parar o ônibus porque havia um senhor passando mal. Estacionei e todos desceram ajudando a carregar o homem, mas já era tarde demais. Foi tudo muito rápido. Ele sofreu um ataque fulminante", lamenta Francisco Miguel, que hoje trabalha na linha Teresina – Timon Conjunto Boa Vista via Ponte Nova, da empresa Dois Irmãos.
Fonte: TV Canal 13