A decisão de criar a faixa reversível foi tomada após uma reunião na quinta-feira passada entre técnico da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da São Paulo Transportes (SPTrans). A medida foi publicada no Diário Oficial da Cidade. Dependendo do resultado, a medida vai ser implantada em outros pontos da capital, segundo a Secretaria Municipal dos Transportes.
A faixa reversível do corredor M"Boi Mirim vai funcionar no sentido centro-bairro de segunda a sexta-feira, das 6 às 8 horas. Os ônibus ganharam um espaço exclusivo de circulação na Estrada do M"Boi Mirim, entre a Rua José de Barros Magaldi e a Rua Amaro Velho. No total, a via segregada terá 1,5 quilômetro de extensão - tachões e grandes cilindros vão fazer a separação dos demais veículos.
Acessos. Será necessário construir dois acessos para que os ônibus cruzem o canteiro central, um para entrar na faixa e outro na saída. A SMT estima que 176 ônibus por hora utilizem a faixa reversível, enquanto outros 300 vão trafegar pelo corredor já existente neste trecho.
"Tudo que vem para melhorar o desempenho do transporte público é bem-vindo", diz o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Jaime Waisman. Ele afirma que as faixas reversíveis melhoram o desempenho dos ônibus e eventualmente pioram o tráfego dos demais veículos, que perdem uma faixa de circulação. Segundo o professor, essa situação pode trazer novos usuários para os coletivos.
No entanto, Waisman diz que a criação de faixas reversíveis se trata de uma medida paliativa e que os benefícios se esgotam rapidamente. "A Prefeitura precisa retomar a política de corredores de ônibus, porque são as grandes extensões em faixa segregada que trazem rapidez e conforto aos usuários e estimulam o uso do transporte coletivo."
No caso de M"Boi Mirim, a faixa reversível vai servir como um auxílio a um corredor que já está sobrecarregado. Próxima ao Terminal Guarapiranga, um grande gargalo se forma nos pontos, sendo que os ônibus não conseguem desenvolver um ritmo constante e os passageiros não conseguem entrar nos coletivos, superlotados. Na última quarta-feira, um protesto de cerca de 200 pessoas fechou a Estrada de M"Boi Mirim por melhorias no transporte.
Fonte: Estadão.com