A partir do ano que vem Salvador começa a implantar o novo sistema de transporte de massa, a Rede Integrada de Transporte – RIT, que pretende mudar o fluxo de mobilidade da cidade, tendo em vista a Copa de 2014. A implantação completa do projeto está orçada em R$ 881 milhões.
Segundo a arquiteta Marisa Oliveira, coordenadora em Planejamento de Transporte Público da Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura (Setin), o sistema é inspirado na Rede Transmillenium de Bogotá, e tem como foco o transporte de massa, em veículos de alta mobilidade. Nas diretrizes do projeto a implantação será iniciada à partir de 2010 e concluída em 2013. A área prioritária para início das obras é a avenida Paralela, através de um corredor central que ligaria o Aeroporto Internacional Luiz Eduardo Magalhães à Estação da Lapa, principal estação de transbordo da cidade e vizinha ao Estádio da Fonte Nova.
Segundo ela, as vantagens do sistema é que a implantação pode ser modulada, exige um baixo custo e curto prazo para implantação, estimados em apenas dois anos. “Efetuada em etapas distintas, com prioridades para algumas áreas mais emergentes, a construção do sistema exigirá, no entanto, uma mudança em toda a engenharia e arquitetura de transporte coletivo de Salvador”, afirma.
O novo perfil de mobilidade junto ao grande aumento do número da frota de automóveis trouxe a necessidade de projetos para melhoria da circulação e maior fluidez do tráfego. “Os estudos realizados pela prefeitura apontam para criação de corredores exclusivos para ônibus com maior capacidade que vão circular nas principais vias da cidade, como as avenidas Paralela, Juracy Magalhães, ACM, Vasco da Gama, Mário Leal Ferreira, entre outras”, explica a arquiteta.
O novo sistema não traz muitas novidades, apenas integra os já existentes, ônibus, trens e o futuro metrô. As principais inovações são os ônibus conjugados, de grande velocidade, alta capacidade em números de passageiros transportados e trafego em corredores exclusivos.
Todas estas características, velhas conhecidas dos soteropolitanos, já que a capital baiana teve um sistema similar na década de 80. Segundo Lídia Santana, assessora estratégica de gestão da Setin, e responsável pelos projetos de trânsito para a Copa, o sistema de fato não traz soluções inovadoras, porém é o aproveitamento integral e atualizado de um antigo projeto que foi aplicado parcialmente e interrompido nas antigas gestões municipais por questões políticas.
A assessora aponta os inúmeros benefícios do projeto para a mobilidade na capital baiana. “O sistema terá capacidade de transportar cerca de 80 mil passageiros por hora, reduzindo o tempo de espera nos pontos de ônibus, de 18 para 3 minutos e o tempo médio de percurso de 35 para 22 minutos”, apontou Santana.