Após protestos, discussões e desavenças envolvendo os rodoviários de Porto Alegre, o acordo salarial da categoria foi assinado ontem junto à patronal. Com a previsão de dissídio de 5,5%, o aumento em alguns benefícios e o encarecimento de materiais necessários para o serviço, como o combustível, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) estima que o valor da passagem de ônibus na Capital será acrescido em R$ 0,30, passando de R$ 3,75 para R$ 4,05.
Segundo o diretor-presidente da EPTC, Marcelo Soletti, a prefeitura está aguardando o recebimento oficial do teor do acordo, pois, além do reajuste de 5,5%, há outras cláusulas sociais e econômicas envolvidas e é preciso avaliar a sua repercussão no custo do transporte público. "Ao receber a proposta, vamos calcular uma tarifa técnica e propor um valor. Deve ficar em cerca de R$ 4,05, pois a simulação que fizemos foi com a perspectiva de índice inflacionário de 5,15%, então o percentual ficou próximo", explica.
Após calcular a tarifa técnica, a EPTC enviará a proposta de novo preço da passagem para o Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu), que, por sua vez, terá um prazo mínimo de sete dias para analisar e votar. Soletti espera encaminhar o novo valor ao conselho até o final desta semana e já ter a tarifa reajustada em vigor em até duas semanas, aproximadamente no dia 18 de março. O reajuste, assinado com o sindicato, prevê aumento de 5,5% no salário, pagamento de R$ 25,00 de vale-alimentação (hoje, o valor é R$ 23,48) diariamente, inclusive nas férias, e manutenção do passe livre para rodoviários afastados.
Além disso, está previsto subsídio de 87% do custo do plano de saúde familiar da categoria por parte do contratante, contra 13% pagos pelos próprios funcionários (antes, 82% eram pagos pela empresa, e 18%, pelos trabalhadores). Mesmo assim, devido ao aumento da mensalidade do plano do Centro Clínico Gaúcho, serão descontados mensalmente R$ 45,00 do rodoviário.
O valor anterior era de R$ 30,00. Também ficou acertada a garantia de permanência por pelo menos mais três anos da função de cobrador. A assembleia na qual foi discutida a contraproposta da patronal foi realizada no dia 22 de fevereiro, quando a nova oferta foi lida. A votação ocorreu na sexta-feira, dia 24. Conforme o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Adair da Silva, foram 2.975 votos a favor e 1.325 contra.
"Basicamente, quem votou contra foram os servidores da Carris, que não tiveram seu plano de saúde cortado. Com o atraso no pagamento dos planos de saúde, os funcionários do restante das empresas estavam sem o serviço, mas isso já está normalizado desde sexta-feira", garante.
Informações: Jornal do Comércio
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