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Transporte coletivo deve ser financiado por quem não é passageiro

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

"O custo com o transporte coletivo atualmente no Brasil recai quase que integralmente nos ombros da população mais pobre das cidades", a afirmação é do pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Carlos Henrique Carvalho. Para ele, esta realidade precisa ser modificada e diversas outras categorias da sociedade beneficiadas com o transporte público devem contribuir de forma direta com o financiamento das operações. 

“O beneficiado não é só o usuário do transporte coletivo. Quem é proprietário de residências e comércio próximo de estações de trem e metrô têm seus imóveis valorizados, os usuários de transporte individual conseguem ter melhor fluidez do trânsito graças ao número de pessoas que vão para o trabalho de ônibus e outros transportes e até mesmo as empresas saem no lucro, pois seus profissionais conseguem se locomover de casa para o trabalho graças a estas operações”, explica.

Na visão de Carvalho, o conceito de regressividade na tarifa deveria ser aplicado ao transporte coletivo para que a conta seja dividida entre aqueles que se beneficiam direta ou indiretamente da mobilidade urbana. “No geral, a população de baixa renda é quem faz uso do transporte público. No atual modelo de negócio das cidades brasileiras, apenas o financiador das operações é quem paga a tarifa. Precisamos implementar práticas que façam com que essa conta desonere os mais pobres sem que haja uma bitributação. É preciso um estudo de impacto em cada cidade para que as classes média e alta passem também a contribuir”. O assunto será tema de palestra do pesquisador no 2º Fórum Movecidades, que acontece de 2 a 4 de dezembro, em São Paulo.

Por Mariana Benjamim

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