A tarifa técnica do transporte coletivo de Curitiba (valor que é repassado às empresas por passageiro pagante) foi fixada pela Urbs em R$ 3,21 – abaixo, portanto, dos R$ 3,40 solicitados na Justiça pelos concessionários. Para definir a nova tarifa, a Urbs descontou o valor que seria pago às empresas pela amortização dos cerca de 180 ônibus com vida útil vencida, uma vez que, contrariando o que determina o contrato de operação, eles não foram substituídos. A tarifa do usuário não muda.
O reajuste representa cerca de R$ 5,2 milhões a mais por mês e será pago às empresas retroativamente a 26 de fevereiro deste ano. Do total a ser pago retroativamente às empresas, serão descontados os quase R$ 30 milhões já repassados a elas desde maio para pagamento de salários dos trabalhadores, por meio de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) junto ao Ministério Público. A Urbs também retoma de imediato o desconto, já autorizado pela Justiça, dos valores retroativos dos indicadores de qualidade não atingidos pelas empresas.
Usuário
A tarifa do usuário permanece sem alterações, em R$ 3,30. Isso permitirá manter a saúde financeira do sistema, levando em conta especialmente o risco de a tarifa técnica passar a R$ 3,40, como pedido judicialmente pelos empresários. Outro fator importante é que no fim do ano a tarifa técnica terá que subir mais dez centavos em função do aumento da alíquota da contribuição previdenciária sobre receita bruta, que foi definido pelo governo federal e passará a vigorar em dezembro.
Além disso, em Curitiba os créditos de transporte têm validade de cinco anos, o que significa que, embora a tarifa do usuário seja de R$ 3,30, ainda há passagens sendo pagas em valores antigos. Assim, a receita média via usuários fica em torno de R$ 3,00, exigindo complementação.
Além de suportar essa diferença, o Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) também financiou pendência financeira devida pelo governo do Estado, que chegou a R$ 16,5 milhões, relativa ao sistema de transporte metropolitano em 2014.
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