Campinas (SP) é a primeira cidade brasileira a colocar em operação ônibus 100% elétricos que só necessitam de uma recarga noturna da bateria para rodar durante o dia todo. Uma remessa de dez veículos importados da fabricante chinesa BYD já chegou ao Brasil. A compra foi feita pela viação Itajaí Transportes Coletivos para a linha Ouro Verde, uma das mais movimentadas do município.
O diretor de Relações Governamentais e Marketing da BYD, Adalberto Maluf, afirmou, há duas semanas, que cinco unidades já estavam em Campinas e que todas deveriam estar funcionando até o fim deste mês. Cada ônibus custou R$ 1,4 milhão (cerca de R$ 420 mil do veículo, pagos à vista, e R$ 1 milhão da bateria, parcelada em dez anos). O modelo foi apresentado durante a feira Transpúblico, promovida em São Paulo pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
De acordo com Adalberto, as vantagens do ônibus elétrico em relação ao convencional, a diesel, são a emissão zero de poluentes, 50% a menos de ruídos (ouve-se apenas o som do ar-condicionado), acessibilidade universal e menor custo de manutenção.
“A operação é muito mais confortável, a aceleração é mais suave e é melhor o custo de manutenção para o operador. Em um ônibus convencional, o operador tem que trocar a pastilha de freio a cada dois mil quilômetros rodados. No elétrico, precisa trocar a cada 10 mil quilômetros, porque quem freia é o sistema de tração e não a pastilha de freio”, explica.
Os ônibus elétricos de Campinas têm capacidade para 80 passageiros (20 sentados) e autonomia para circular de 250 a 300 quilômetros por dia com apenas uma recarga noturna, na garagem, de duas horas. “Isso é o suficiente para rodar 95% das linhas de ônibus urbanas”, afirma Maluf.
A diferença dos veículos novos de Campinas para os elétricos que circulam em São Paulo é que os da capital precisam ficar parados por cinco minutos nos pontos de ônibus, em algumas ocasiões, para recarga da bateria. “Esses saem carregados da garagem e circulam o dia inteiro”, conta o representante da BYD.
Ainda segundo Adalberto Maluf, o valor pago pela Itajaí Transportes na mensalidade da bateria será compensado pela economia de diesel. “O preço do veículo é praticamente igual a um convencional. O R$ 1 milhão da bateria é pago com juros em dez anos. Em vez de a empresa pagar R$ 7 mil de diesel, gasta R$ 1 mil de eletricidade e mais R$ 6 mil por um leasing da bateria. A maior vantagem é a preservação do meio ambiente”, ressalta Maluf.
No Rio, a Fetranspor testou na linha convencional 249 (Água Santa-Carioca) o ônibus elétrico a baterias da fabricante chinesa BYD em abril e maio de 2014. A entidade aprovou o desempenho, mas avaliou que o negócio ainda é inviável economicamente.
Informações: O Dia
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