A Urbs vai testar a utilização de novos materiais para redução de calor e melhoria da sensação térmica no interior das estações tubo. O projeto piloto, que será implantado até o fim de outubro, prevê a utilização de forro interno de fibra de vidro e a aplicação de uma manta térmica, produzida a partir de garrafas PET, entre este forro e a placa de aço inox da estação.
Também será utilizado vidro especial com um material (KNT) que reduz a incidência dos raios solares UV em até 99% e dos raios solares IV em 40%. Os raios IV são responsáveis pelo aquecimento. Para proteger melhor o cobrador da incidência solar, os vidros do posto de trabalho receberão, além do vidro KNT uma proteção extra com uma pintura pontilhada (serigrafia), que deverá proteger sem tirar totalmente a transparência do vidro. Nesta estação também serão instalados, para avaliação, ventiladores elétricos para melhorar a renovação do ar no interior das estações.
Se os resultados se mostrarem compensadores, a Urbs vai elaborar projeto para instalação destes materiais em todas as estações-tubo. A previsão dos técnicos é que os efeitos dos novos materiais possam ser medidos em duas semanas, com a comparação do calor registrado na estação onde o projeto será testado e nas estações próximas.
No começo deste ano foi testada a instalação de uma manta térmica na estação Osternack, no Sítio Cercado, que reduziu o calor interno. A avaliação, no entanto, é de que será necessária a adoção de outras medidas para chegar a uma condição mais satisfatória. Para ser testado com mais eficiência, o projeto-piloto precisa ser implantado em período de calor.
Criadas em 1991, quando a Rede Integrada de Transporte (RIT) só atendia Curitiba, as estações-tubo são estruturas tubulares, revestidas em vidro. As mudanças climáticas, com aumento do número de dias de calor, e o crescimento da RIT - que hoje atende outros 13 municípios – mudaram a realidade das estações tubo que ainda hoje são um ícone da cidade e um dos equipamentos públicos mais fotografados por turistas.
Desde o ano passado a Urbs vem intensificando os estudos para melhoria do conforto nas estações. Na Linha Verde, por exemplo, as estações já existentes, e as que serão implantadas no trecho Norte, têm um desenho diferenciado, são mais amplas e climatizadas. A climatização é feita por um processo de aquecimento (limpeza) e resfriamento do ar que, captado em canos, passa por um fosso aquecido por uma lâmpada e um fosso de água fria. A cada 90 segundos entra ar puro e resfriado na estação.
Também faz parte desse projeto a ampliação de estações. No ano passado, a Estação Osternack, no Sítio Cercado, passou de 10 para 40 metros quadrados de área interna. Outra que ficará maior é a estação PUC, que terá seu tamanho duplicado e onde também serão utilizados novos materiais, buscando redução do calor interno.
Em fase de implantação - na confluência da Rua Imaculada Conceição com Avenida Salgado Filho – a nova estação PUC será formada por tubos acoplados e terá ajardinamento no entorno. A cobertura terá manta térmica, vidros revestidos e breeze metálico reduzindo a incidência dos raios solares.
No ano passado foram testados os chamados sistemas evaporativos, uma espécie de exaustor para saída do ar quente, o que se mostrou pouco eficaz em função da baixa altura das estações. Também já foi tentada a colocação de aparelhos de ar condicionado, o que não deu resultado em função do desenho das estações, que têm aberturas laterais e pouca altura para circulação do ar.
Pelas catracas das estações-tubo passam, em média, 360 mil pessoas por dia. São 359 estações por onde passam 193 ônibus biarticulados, das oito linhas do Expresso; e 397 Ligeirinhos, do sistema Linha Direta. A Rede Integrada de Transporte tem, no total, 1.945 ônibus e transporta por dia 2,3 milhões de passageiros.
Informações: URBS
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