O aumento de R$ 2,80 para R$ 3 na tarifa de ônibus de Araraquara (SP), em vigor desde domingo (20), gerou reclamações dos passageiros que questionam o reajuste de 7,14% em relação à qualidade do transporte coletivo oferecido na cidade. A alta no preço ocorre no momento em que a Prefeitura tenta terceirizar o serviço.
Foto: Wilson Aiello/EPTV |
Quem depende da condução, pede melhorias urgentes. “A qualidade do transporte está péssima. Faltam ônibus nas linhas, os veículos são antigos e há atraso no horário. Nada justifica esse aumento absurdo”, disse o vigilante Dalvo Marques.
O trabalhador que pega dois ônibus de segunda a sexta-feira agora vai pagar no fim do mês R$ 120. “Isso dificulta muito a vida porque o salário não acompanha”, comparou a ajudante de cozinha Maria Izilda. Já a repositora Maria Helena Pelegrino afirmou que vai mudar a rotina. “Não moro tão longe, então vou ter que começar ir e voltar do Centro da cidade a pé, porque está muito caro”.
Inflação
De acordo com a Prefeitura, o reajuste é compatível com a inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses.
Em nota oficial, o poder público justificou que as empresas CTA (Companhia Tróleibus Araraquara) e Viação Paraty solicitaram um preço maior, de R$ 3,20, baseado em planilhas de custos, mas houve autorização apenas para a reposição da inflação.
Para os estudantes, o valor da tarifa passa para R$ 1,50, o mesmo valor cobrado aos passageiros que utilizam os cartões comuns da CTA e Viação Paraty da bilhetagem eletrônica, aos domingos.
O último reajuste da tarifa de Araraquara foi realizado em fevereiro do ano passado, elevando o preço a R$ 2,90. Em junho, no entanto, o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) decidiu reduzir o valor em R$ 0,10. Alegou que a medida era possível graças à isenção do PIS/Cofins dada pelo governo federal às empresas de transporte.
Crise e Terceirização
A decisão de terceirizar o serviço de transporte coletivo foi tomada pela Prefeitura por conta de uma crise na CTA. A empresa, que possui 28 linhas próprias e emprega mais de 500 funcionários, não tem condições de quitar as dívidas.
Há mais de um ano não é feito o repasse para a empresa que já opera algumas linhas adicionais. Além disso, a CTA possui outras dívidas, como INSS, por causa de ações movidas por funcionários, e o rombo chega a R$ 11 milhões.
O intuito da Prefeitura é transformar a empresa em uma agência reguladora. No último dia 11, a audiência pública marcada para debater a terceirização da CTA foi cancelada após uma manifestação na Biblioteca Municipal. Durante meia hora houve protestos e, com o tumulto, o equipamento de som foi desligado. Os manifestantes, com faixas e cartazes, tomaram o palco onde estavam os presidentes e representantes da CTA. Ainda não há uma data para a nova sessão.
Informações: G1 São Carlos e Araraquara
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