Os rodoviários aceitaram a proposta formulada em reunião do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps) com representantes da Secretaria Municipal de Urbanismo e Transportes, na manhã desta quarta-feira (28), e decidiram encerrar a greve iniciada na tarde de segunda-feira (26).
"Agora estamos ligando para todas as empresas para que a vida da cidade volte ao normal. Faço convocação para os motoristas que voltem para as garagens. Vamos tentar colocar 100% dos ônibus nas ruas ainda hoje", disse o secretário municipal de Transportes e Urbanismo, Fábio Mota. O secretário também garantiu que o acordo não resultará no aumento no preço da passagem, que é de R$ 2,80 atualmente.
A categoria aceitou o reajuste salarial de 9%, o pagamento de R$ 14 para tíquete alimentação, e a redução na jornada de trabalho para 6h40 e 20min de descanso, totalizando 7h. A Prefeitura também assumiu o pagamento da gratificação do Carnaval. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, a partir de janeiro, haverá o fim da contrapartida de 5% no tíquete para o trabalhador e a implementação da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR).
O diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps), Jorge Castro, confirmou os pontos do acordo.
Inicialmente, a categoria pleiteava um aumento salarial de 15%. Em nova reunião, os trabalhadores fixaram o pedido de aumento em 12%. Eles também exigiam tíquete alimentação de R$ 17, sendo que o pedido inicial era de R$ 20, contra os R$ 12 pagos atualmente.
Pela manhã, apenas 101 ônibus, que representam 4% da frota regular, circularam pela cidade. As empresas com maior número de veículos nas ruas foram Expresso Vitória e Rio Vermelho. Os motoristas deixaram as garagens em comboio e escoltados por policiais militares da Tropa de Choque e da Rondesp. Outros 300 micro-ônibus do transporte complementar reforçaram o transporte.
Oficiais da Justiça do Trabalho realizaram diligências durante a manhã para verificar se foi cumprida a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 5ª Região de que fosse mantida em 70% a parcela da frota dos ônibus em circulação nos horários de pico (das 8h30 às 4h30 e das 17h às 20h) e em 50% nos outros horários. A multa pelo descumprimento foi estabelecida em R$ 100 mil/dia.
Na terça-feira (27), a desembargadora do TRT-BA Débora Machado determinou o bloqueio de R$ 500 mil da conta bancária do Sindicato dos Rodoviários, como forma de garantir o pagamento de multa pelo não cumprimento de liminar que determinou a circulação mínima de ônibus durante a greve da categoria.
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