O primeiro dia de funcionamento do Terminal da Zona Oeste, em Londrina, foi de adequação, tanto para os usuários quanto para os funcionários das empresas do transporte coletivo. Enquanto alguns moradores elogiaram as mudanças, outros criticaram.
A expectativa da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) é de que mais de 25 mil passageiros utilizem diariamente as 15 linhas que operam no Terminal da Zona Oeste.
Algumas linhas, como a 309, a 312 e a 313, tiveram o itinerário alterado e não circulam mais pelo terminal central. Por conta dessa e de outras mudanças, agentes da CMTU orientavam os usuários no novo terminal ontem pela manhã.
Umas das usuárias que recorreu a essa orientação foi a aposentada Divina Jacomeli Fonseca, 76 anos, que esperava pelo ônibus que a levasse de volta para casa, no Jardim Leonor, zona oeste. “Para a gente que é de mais idade, tem de pedir ajuda, senão fica perdido mesmo”, disse.
Para a chapeira Rosângela Carolino, o novo terminal traz vantagens. “Gosto muito de andar de ônibus e, agora, vamos ter mais uma opção de integração com outras linhas, vai ficar mais rápido.”
A avaliação da zeladora Maria Aparecida dos Santos não é tão positiva. Moradora do Conjunto Milton Gavetti, ela precisava de apenas um ônibus para chegar ao trabalho, na Avenida Arthur Thomas. Agora, com as mudanças provocadas pelo novo terminal, o trajeto ficou mais longo.
“Tive de pegar três ônibus: um no Gavetti para este terminal [da zona oeste], outro daqui para o terminal central e outro de lá para o trabalho. Demorava uns 40 minutos, mas, hoje, levou uma hora a mais. Isso virou um caos”, reclamou Maria Aparecida.
A estudante Mariana Paschoal também se queixou das mudanças. Ela, que mora na Avenida JK, pegava o ônibus 304 na Rua Quintino Bocaiúva para chegar à Universidade Estadual de Londrina (UEL). Agora, ela precisa ir até o Terminal Central e disputar uma vaga nos carros das linhas 305, 307 ou 315 para chegar ao destino.
“Estudo à noite e, na volta, terei de parar na [Avenida] Higienópolis, perto da esquina com a [Rua] Sergipe e descer umas sete, oito quadras. Além de mais longe, para mim ficou mais perigoso”, avaliou a acadêmica.
Descentralização
Os terminais de bairro, como o recém-inaugurado, têm o objetivo de descentralizar o transporte coletivo no Município, de acordo com a CMTU. A ideia de um único terminal, na região central, reflete um trajeto passado, quando as pessoas tinham de vir para o centro para fazer compras, pagar contas etc.
“Com shoppings na zona norte e na zona leste e com uma grande empresa de call center na zona oeste, por exemplo, a tendência é de que haja um maior movimento para fora do centro”, avaliou o gerente de Transportes da CMTU, Wilson de Jesus.
Para ele, mesmo as linhas com apenas um ônibus serão beneficiadas com as mudanças provocadas pelo Terminal da Zona Oeste. “Como o trajeto é menor, a frequência aumenta. Com menos tempo entre os ônibus, as viagens ficam mais rápidas.”
Por Fábio Calsavara
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