Em greve há 12 dias, os rodoviários de Porto Alegre começaram a dar sinais de divisão ontem, com parte deles demonstrando que está disposta a voltar ao trabalho. Na zona sul da cidade, motoristas e cobradores chegaram a colocar em circulação 20 ônibus, mas voltaram às garagens depois de uma pedrada quebrar o vidro de um veículo e ferir o condutor. Outro motorista foi ameaçado por dois motociclistas. A frota tem 1,7 mil ônibus.
Em diversas garagens, os profissionais mobilizados para trabalhar já formam grupos maiores que o dos piquetes montados à porta para impedir a circulação dos ônibus com apoio de manifestantes do Bloco de Lutas. Motoristas e cobradores interessados em voltar às operações demonstram preocupação com o corte do salário equivalente ao dias parados, permitido desde que a Justiça decretou a ilegalidade da greve, em 29 de janeiro, e com a perspectiva de fecharem o mês sem renda.
Em entrevista coletiva, dirigentes do Sindicato dos Rodoviários ligados à Força Sindical indicaram que preferem assegurar o reajuste de 7,5% no salário, de 18,75% no vale-alimentação - que iria de R$ 16 para R$ 19 - e manutenção do plano de saúde a custo zero para a categoria, oferecidos pelas empresas na última reunião de conciliação, do que esperar pelo julgamento do dissídio coletivo pela Justiça, previsto para o dia 17 de fevereiro.
“A categoria só perde com o ajuizamento do dissídio”, disse o diretor da Força Sindical Claudio Correa, que tem acompanhado as negociações do Sindicato dos Rodoviários. “Não podemos abrir mão dos direitos adquiridos até agora.”
Sindicalistas de outras centrais, que também participam da comissão de negociação, estão menos flexíveis e entendem que a greve total deve ser mantida. A reivindicação inicial era de aumento salarial de 14%. As posições serão levadas à assembleia da categoria na noite de segunda-feira. A oferta inicial dos empresários era de 5,5%.
De posse de um relatório aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), a prefeitura vai elaborar um novo sistema de cálculo das tarifas e publicar um decreto com a metodologia durante a semana que vem.
Informações: Agência Estado
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