Superlotação e longo tempo de espera são as principais reclamações dos usuários do terminal de ônibus da Vila Luzita, em Santo André. A estação tem apenas duas plataformas de embarque e desembarque, o que aumenta a concentração de passageiros, principalmente nos horários de pico. O equipamento entrou em funcionamento em setembro de 2001 e é administrado pela concessionária Expresso Guarará, que também opera as 16 linhas municipais que atendem o local.
“A população da Vila Luzita cresceu muito nos últimos anos. O bairro virou praticamente um segundo Centro. Este terminal ficou pequeno e já não dá mais conta de atender a toda demanda”, opina a fotógrafa Jaqueline Silva dos Reis, 24 anos, que mora na região desde 1997.
A passageira relata que o aperto não ocorre somente nas plataformas, mas também no interior dos coletivos. “Nós vamos prensados dentro do ônibus. Principalmente de manhã.” A moradora observa também que há falhas na sinalização. “Em São Paulo, os terminais têm painéis eletrônicos que mostram o tempo de espera. Aqui, os funcionários sempre dizem que está chegando, mas é comum termos de aguardar mais meia hora, pelo menos”, lamenta.
Além da superlotação, a balconista Célia Ferraz da Silva, 27, classifica como desconfortável a área para espera dos veículos. “Não tem onde sentar. Os idosos são os que mais sofrem com isso, ainda mais que, quando tem algum lugar vago, ninguém respeita”, critica. Pelas duas plataformas estão espalhados 11 bancos, cada um com capacidade para quatro pessoas, totalizando 44 espaços.
A porteira Roseli Aparecida de Oliveira, 45, avalia que os sanitários foram colocados em posição que prejudica os usuários. “Os banheiros estão antes das catracas. Se alguém que já embarcou precisar usar o toalete, terá de sair e pagar outra passagem para retornar”, denuncia.
A equipe do Diário esteve no terminal no fim da tarde de ontem. O espaço de maneira geral é bem conservado, mas apresenta problemas. Um deles é a passagem em nível de uma plataforma para a outra. O acesso, que deveria ser utilizado apenas por idosos e deficientes, estava liberado para todos os passageiros, gerando risco de atropelamento ao atravessar a pista. A travessia deveria ser feita por um dos túneis disponíveis.
Empresa admite excesso de demanda
Responsável pela administração do Terminal da Vila Luzita, a Expresso Guarará reconhece o excesso de demanda na estação. O diretor da empresa, Francesco Tripicchio, afirma, entretanto, que qualquer mudança na quantidade de veículos destinada a atender à demanda da região necessita de autorização da SATrans, autarquia que gerencia o Transporte em Santo André.
“Nós trabalhamos com base na ordem de serviço operacional. A frota é definida de acordo com a mudança. É necessário estudo para que as alterações possam ser feitas”, explica o diretor. Ele afirma, no entanto, que o intervalo entre os veículos no horário de pico da manhã chega a quatro minutos nas linhas troncais – os itinerários que vão do bairro até o Centro.
Tripicchio salienta que a melhoria no sistema depende da fluidez nas faixas exclusivas para ônibus na região central, pois, sem congestionamento nesses espaços, os coletivos retornariam para o terminal em tempo menor, gerando menos transtornos.
por Fábio Munhoz
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