O Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre decretou greve geral dos ônibus da Capital no final da tarde desta terça-feira. Reunida com empresários, Ministério Público, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e Justiça no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a categoria havia dito que ia cumprir a determinação judicial de colocar 70% da frota nas ruas durante o horário de pico (das 5h30min às 8h30min e das 17h30min às 20h30min). Pressionada pelos sindicalistas, porém, voltou atrás:
– Sinto muito, quem decide são os trabalhadores e nós acatamos. Não é uma afronta à coitada da juíza. O trabalhador decidiu e temos de atacar – afirmou o presidente do sindicato, Júlio Gamaliel.
Na tarde de hoje, a magistrada Ana Luiza Heineck Kruse decretou que 70% da frota deveria estar nas ruas durante os horários de pico, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A medida, em caráter liminar, atendia a uma solicitação da prefeitura da Capital. Júlio Gamaliel disse não ver problemas quanto à penalidade:
– Depois nós veremos como pagar.
Na audiência realizada no TRT, os membros do sindicato ouviram da desembargadora que a decisão é "para ser cumprida, não cabe lado".
– Eu estou determinando que assim será, não cabe lado, é para ser cumprida. Ordem do juiz se cumpre – frisou ela.
A greve
Os usuários de transporte coletivo em Porto Alegre enfrentaram, nesta terça-feira, o segundo dia de greve dos rodoviários. O único alento, em relação à segunda-feira, é que a frota reduzida, com 436 coletivos, saiu mais cedo para a rua. Às 7h30min, 30% da dos ônibus estava na rua.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o prefeito José Fortunati voltou a leventar suspeitas a respeito da mobilização pacífica realizada pelos rodoviários, que "no primeiro dia sequer mobilizaram piquetem em frente às empresas". Devido à falta de negociação entre trabalhadores e empresas de ônibus, a paralisação da categoria deve continuar por tempo indeterminado.
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