São Paulo e Rio de Janeiro concentram 90% do transporte de metrô e trens urbanos do país, o que indica a necessidade urgente de expansão desses sistemas para outras regiões, avaliaram nesta quinta-feira analistas que participam até amanhã em São Paulo de um evento do setor. "Essa realidade interfere no desenvolvimento das políticas integradas de transporte", disse à Agência Efe José Geraldo Baião, presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos do Metrô (Aeamesp), que participa da 19ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, no centro de convenções Frei Caneca.
Os sistemas de metrô e trens urbanos devem ser vistos no Brasil vinculados à "mobilidade" e não como uma questão de infraestrutura. "O governo estimula muito o transporte individual através de incentivos à indústria automotiva, por exemplo, e não cumpre com o discurso de prioridade do transporte público", indicou Baião.
Depois dos escândalos de corrupção nas licitações das obras do metrô em São Paulo, o atual debate preocupa o setor porque mais de 7,5 milhões de pessoas se movimentam diariamente em São Paulo por esse meio de transporte. Estabelecer e cumprir um "plano diretor" para cada linha do metrô é um dos principais desafios do sistema de metrô e trens em São Paulo até 2015, quando as cidades brasileiras devem se adequar a Lei de Mobilidade Urbana, apontaram os especialistas.
A ideia de um novo sistema de transporte para um maior número de passageiros, operando em longas distâncias, é outras das necessidades brasileiras, e já está em estudo a construção de uma linha de alta velocidade que ligue São Paulo e Rio de Janeiro. "Infelizmente, o transporte no Brasil não é visto como eixo das políticas públicas, mas como fonte de lucro na gestão pública", criticou o professor e analista de políticas públicas de transporte, Sergio Gadini.
O especialista citou como exemplos os projetos de menor custo e com impacto ambiental mais reduzido existentes em outros países, como o monotrilho e os veículo leve sobre trilhos. EFE ic/cd
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