Cabe apenas aos motoristas de ônibus decidirem se o ribeirão-pretano ficará nesta quarta-feira (5) pelo terceiro dia seguido sem transporte coletivo.
Após descumprir a decisão judicial que exigia ao menos o retorno de metade da frota nesta terça-feira (4), o sindicato foi a Campinas nesta terça para uma tentativa de reconciliação com as empresas mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho.
Foram três horas de reunião, que terminaram em uma proposta de consenso, com 9% de aumento sobre o salário.
Mas a principal vantagem para os trabalhadores foi a manutenção da gratificação pela cobrança da passagem até maio de 2014, mesmo que o passe em dinheiro seja extinto nos próximos meses.
Em contrapartida, os motoristas terão que compensar as empresas de alguma forma pelo tempo em que ficaram de braços cruzados.
“Foi o máximo que conseguimos extrair das empresas”, assume João Henrique Bueno, presidente do sindicato dos motoristas.
Apesar de contar com o aval da entidade, Bueno deixa claro que a proposta só pode ser oficialmente aceita após ser analisada por todos os motoristas.
Uma assembleia está marcada para esta quarta, às 6h. Por conta do horário, independente da decisão os ônibus irão demorar para ir às ruas nesta quarta.
Caso a proposta não seja aceita pela maioria dos 650 motoristas, Bueno diz que, desta vez, o sindicato cumprirá a decisão judicial para manter metade da frota.
Otimismo
“O encontro foi produtivo, agora está na mão dos motoristas”, afirmou Luis Gustavo Vianna, representante do consórcio PróUrbano, que agrega as quatro empresas que atuam no município. Segundo ele, essa foi a melhor proposta feita esse ano pela entidade.
A greve foi deflagrada porque o Pró-Urbano oferecia reajuste salarial zero até semana passada.
Depois cogitou dar 7% de aumento com a incorporação da gratificação pela cobrança. Na segunda-feira (3), havia aceito sugestão da prefeita Dárcy Vera (PSD) e oferecido 9% de reajuste, mas sem a incorporação do bônus.
O presidente da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano), Wiliiam Latuf, também participou do encontro em Campinas e compartilhou o otimismo pelo fim da greve.
Terça-feira foi dia de novo caos para usuários
Os ribeirão-pretanos que esperavam encontrar nesta terça ao menos metade da frota de ônibus se depararam com o mesmo cenário idêntico ao de segunda-feira: nenhum veículo de transporte coletivo na rua.
Em assembleia realizada na madrugada, os motoristas rejeitaram a proposta das empresas e decidiram descumprir a decisão judicial que exigia ao menos 50% dos ônibus nas ruas. Pelo descumprimento, o sindicato pode ter que pagar R$ 10 mil de multa.
Valor considerado baixo pelos 80 mil usuários que foram novamente prejudicados nesta terça.
Quem não conseguiu carona com amigos ou parentes teve que encarar mais um dia de preços abusivos dos mototaxistas.
“Preciso trabalhar e sou obrigada a pagar o preço que eles pedem”, reclama a vendedora Roseli Xavier, que pagou R$ 15 para ver da Vila Virgínia até o Centro
Por Jucimara de Pauda
Informações: Jornal A Cidade
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