Os usuários do transporte coletivo de Ribeirão Preto (SP) reclamaram nesta segunda-feira (3) da falta de ônibus no município. A greve dos motoristas por aumento salarial de 17% afetou cerca de 100 mil pessoas, que sem opção de transporte público tiveram que recorrer a caronas, táxis e mototáxis. Com a demanda, o preço da corrida dos mototáxis inflacionou. Segundo trabalhadores, a demanda fez com que mototaxistas cobrassem até R$ 45 por corridas que normalmente custam R$ 10.
Em meio à falta de ônibus na cidade, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou no final da tarde a volta da circulação de 50% da frota dos ônibus a partir da manhã de terça-feira (4) - no mesmo dia está prevista, pela manhã, a votação de uma nova proposta de reajuste e, à tarde, uma audiência entre empregadores e empregados.
Os pontos de ônibus do Centro estavam praticamente vazios no início da noite desta segunda-feira. Algumas pessoas, no entanto, circulavam pelo local na esperança de que algum ônibus aparecesse. "Hoje de manhã fiquei duas horas no ponto de ônibus. O mototáxi estava cobrando um absurdo para vir para o Centro, por volta de R$ 30. Tive que vir de carona, senão eu não teria conseguido chegar ao trabalho. Agora não sei como vou fazer para voltar para casa. (...) As impressões que estou tendo sobre a cidade são as piores", afirmou o atendente de crédito Jhonathan Silva Xavier, que é de São Luis (MA) e mora em Ribeirão há um mês.
Liminar
No final da tarde desta segunda-feira, o TRT da 15ª Região concedeu uma liminar que obriga as empresas integrantes do Consórcio Pró-Urbano a retomar a circulação de 50% da frota dos ônibus do município. A multa diária para cada empresa que descumprir a determinação é de R$ 10 mil. O Tribunal designou ainda uma audiência de tentativa de conciliação entre as empresas e os empregados para a tarde desta terça-feira (4), às 15h30, em Campinas (SP).
Mas antes da audiência os trabalhadores votarão, em assembleia marcada para as 5h30, uma nova contraproposta apresentada pelo consórcio após uma reunião com representantes da Prefeitura e do sindicato dos motoristas na noite de segunda.
As empresas propuseram um aumento de 9% no piso salarial e nos benefícios, 2% a mais do que foi oferecido inicialmente, antes da confirmação da greve. Porém, a categoria exige reajuste de 17% - 7% referente à inflação do último ano mais 10% de aumento real -, além de prêmio de R$ 500 pelo acúmulo de função de cobrador e aumento no vale refeição de R$ 500 para R$ 600.
Informações: G1 Ribeirão Preto
0 comentários:
Postar um comentário