Ainda correndo contra o tempo para concluir as obras atrasadas do BRT (sigla para transporte rápido por ônibus) até o fim deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou, ontem, que estuda a implantação de duas novas linhas do transporte na cidade. A primeira será construída pela extensão da avenida Amazonas até a divisa com Contagem, na região metropolitana. A outra, chamada de BRT Metropolitano, deverá fazer a ligação da rodoviária da capital a Betim, na mesma região.
Os estudos, anunciados ontem durante o 3º Congresso da Associação Latino Americana de Sistemas Integrados e BRT, começaram em abril. Não há data ainda para o início das obras, mas a previsão é de que os estudos de viabilidade sejam finalizados em até 18 meses, segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans).
Linhas.
Na avenida Amazonas, o BRT será construído ao longo dos 9 km de extensão da via, a partir da ligação com o BRT da avenida Paraná, no centro da capital, até o bairro Vila São José, no liminte com Contagem, pouco antes da via se transformar na BR–381.
Com 60 mil veículos circulando por dia na avenida, a BHTrans acredita que o fluxo pode ser reduzido em 40% no local, a mesma estimativa para as outras linhas do BRT na capital. “Na Amazonas, faltam só confirmações técnicas”, frisou o diretor de planejamento da BHTrans, Célio Freitas. A estimativa de custos é de R$ 300 milhões. Serão 121 ônibus de 33 linhas da capital e 88 metropolitanas. Devem ser 20 estações e 340 mil usuários.
Em Contagem, a previsão da Autarquia de Trânsito e Transporte de Contagem (Transcon) é de que o BRT desafogue em 50% o tráfego em toda a cidade.
O BRT Metropolitano ainda não é consenso entre as prefeituras envolvidas e está em estágio mais inicial. Enquanto a BHTrans planeja uma rota para ligar a rodoviária da capital até Betim, passando pela Via Expressa e pela avenida Tereza Cristina, por onde circulam cem mil veículos diariamente, a Prefeitura de Betim estuda implementar o monotrilho para melhorar a mobilidade.
“Nós também estamos estudando o projeto de 24 km de monotrilho para ligar Contagem ao centro de Betim, e parece viável. Mas vamos esperar as análises do BRT”, disse o presidente da Transcon, Agostinho Silveira.
O engenheiro Juan Carlos Horta Gutiérrez, da UFMG, afirma que o BRT não deve ser suficiente para solucionar o problema do trânsito na capital. “Ele é um transporte que alivia o trânsito. Mas, a longo prazo, as vias movimentadas em que ele é implementado podem sofrer de novo com congestionamentos”.
Por Lucas Simões
Informações: O Tempo
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