A prefeitura de Curitiba anunciou nesta terça-feira (7) que pretende mudar o projeto do metrô da capital paranaense. A intenção é fazer uma convocação às empresas do ramo para que novos projetos sejam apresentados em 90 dias. A tentativa do Executivo Municipal é que as propostas sejam feitas por meio de um mecanismo chamado Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). O PMI é uma espécie de licitação de projetos que não tem custos para a prefeitura, e foi anunciada pelo secretário de Planejamento e Gestão, Fábio Scatolin.
O PMI prevê que as empresas que têm interesse em construir o novo transporte público façam os projetos com recursos próprios. Deve constar nesse documento detalhamento técnico, econômico, de impacto social e de viabilidade do metrô. A melhor proposta será adotada pela prefeitura integral ou parcialmente e a empresa vencedora vai assumir as obras. Não foi informado se a prefeitura será responsável por uma parte específica do empreendimento, mas a intenção inicial é executar o projeto na modalidade de Parceira Público Privada (PPP).
O recurso da PMI, conforme a prefeitura, tem a intenção de acelerar a elaboração do projeto. O prazo para inclusão dos recursos federais de R$ 1 bilhão na Lei Orçamentária Anual (LOA) do ano que vem termina no dia 30 de agosto. Caso não seja apresentada a proposta até esta data, a verba para a intervenção no novo transporte coletivo da capital não ficará disponível aos cofres do município de Curitiba.
Durante a entrevista coletiva concedida para fazer o anúncio, Scatolin criticou o projeto anterior do metrô. Segundo ele, a demanda de passageiros foi superestimada e o projeto de engenharia tem falhas. Ele disse ainda que o fato de a obra ter sido dividia em duas partes pode representar uma instabilidade jurídica e a estimativa dos custos feita está abaixo da realidade do mercado.
Scatolin relatou que a prefeitura mexeu também em algumas modalidades construtivas do metrô. No projeto inicial estava prevista a construção do metrô por elevação, Cut and Over (cortar e cobrir) e construção de túnel. No novo estudo técnico, a prefeitura quer agora que se considere a modalidade Shield (conhecida como tatuzão). “Apesar de ser mais cara, essa última modalidade tem menos impacto ambiental e social durante o período de construção”, disse Scatolin.
Segundo ele, a técnica de Cut and Over teria 7,5 km e teria um impacto financeiro e social difícil de se lidar. Durante todo o período de construção, o trecho ficaria impossibilitado de ser utilizado pelos biarticulados, além de ter um impacto considerável sobre o comércio da região afetada. Segundo Scatolin, a modalidade de cortar e cobrir está praticamente descartada, assim como a modalidade de túnel – esta última pela demora, já que avançaria apenas de 2 a 3 metros por dia.
Por ANTONIO SENKOVSKI, COM INFORMAÇÕES DE FELIPPE ANÍBAL
Informações: Gazeta do Povo
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