O Sindicato dos Rodoviários divulgou nesta quarta-feira (22) uma nota informando que a categoria rejeitou em assembleia a contraproposta dos empresários, de 3,21% de reajuste salarial, e que decidiram também autorizar a diretoria a adotar os trâmites jurídicos necessários para ser decretado o estado de greve. Os rodoviários fizeram uma assembleia na manhã e outra à tarde, que se encerrou por volta das 17h.
"Não estamos em estado de greve ainda, mas a greve é uma possibilidade concreta caso os empresários não apresentem, na próxima rodada, uma proposta que contemple a categoria", diz o presidente do sindicato Hélio Ferreira. "Já estamos nos preparando caso a greve possa chegar à Justiça. Para legalizar nosso direito de greve. Estamos nos preparando, para o caso, depois do dia 28, da consequência for de levar à greve. A gente já está preparado juridicamente e a categoria já está mobilizada", explica Hélio ao Correio24horas.
Até o dia 28, quando acontece a negociação, no entanto, os rodoviários dizem que não devem fazer paralisações.
Quando no estado de greve, os rodoviários podem decretar greve a qualquer momento. Os trabalhadores também podem se organizar para realizar operações tartaruga (quando os ônibus andam um atrás do outro para dificultar o fluxo do trânsito).
Uma nova rodada de negociação entre as partes está marcada para terça-feira (28). Segundo Hélio, a proposta dos empresários já havia sido discutida nas reuniões de garagem na última semana, mas nem todos os rodoviários estiveram presentes. "Resolvemos fazer uma assembleia geral fixa para conversar com todos os trabalhadores".
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 15%, redução da jornada para 6h sem redução de salário, ticket de R$15,00 trinta dias por mês e nas férias, assistência médica e odontológica para titulares e dependentes paga pelos patrões, gratificação de Carnaval, fim da cobrança de avarias, das terceirizações e da dupla função.
Reivindicações
No que considera uma reunião de "pauta enxuta", o diretor de imprensa Daniel Mota afirma que outras reivindicações também não atingiram um consenso após esta, que é a nona rodada de discussão após 2 meses de encontros com o patronato. Uma das demandas é o cumprimento da Lei Federal do Descanso (nº 12.519/2012), que estabelece que para cada carga-horária de 7h cumprida pelos motoristas, estes devem descansar uma hora.
O problema, segundo Daniel Mota, é que a maioria das estações não possui a infraestrutura necessária para que os motoristas estacionem os ônibus e realizem o descanso. De acordo com ele, somente a Lapa e a estação Pirajá são adequadas para isso.
A categoria também rejeitou a proposta de flexibilização dos horários apresentada pelos empresários, alegando que isso obrigaria os rodoviários a trabalhar um número maior de domingos no mês.
Na próxima terça-feira (28), terá início uma nova rodada de negociações com os empresários, na qual os representantes do sindicato irão repassar as posições dos trabalhadores deliberadas hoje. Caso não haja acordo, é sindicato considera a possibilidade de decretar greve geral.
Informações: Correio 24 Horas
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