Em janeiro deste ano, a engenheira química Andressa Bonavigo, 25 anos, já lamentava os incômodos causados no trânsito pela obra do viaduto da Avenida Bento Gonçalves com a Avenida Aparício Borges: acúmulo de veículos, muitos desvios e corredor de ônibus fechado para outra obra, a pavimentação para o sistema BRT (bus rapid transit).
Quase três meses depois, no feriado da Sexta-feira Santa, as reclamações continuavam as mesmas. Hoje, tudo o que Andressa quer é o fim das obras, o quanto antes. Só que uma agilização implicaria altos custos à prefeitura.
Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS |
— Depois do Carnaval, quando eu via gente trabalhando todo dia, a obra parou, não vejo mais ninguém lá — diz.
Desapropriação de área do Exército pode causar atraso
O secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, explicou que a obra na Bento não parou, mas encontrou um obstáculo. A desapropriação de uma área do Exército não tem progredido. O problema gera certa preocupação, tanto que o governo federal foi chamado para intervir.
Caso o percalço não seja superado até o final de abril, cogita-se que a obra atrase. Para evitar o problema, uma solução seria criar novos turnos de trabalho, inclusive em fins de semana e feriados. Andressa gostaria que esse reforço já estivesse em andamento hoje. Porém, o custo é muito alto, o que não vale a pena se a obra está dentro do cronograma, segundo o engenheiro Rogério Baú, coordenador técnico da secretaria de Gestão.
— É um caso de legislação. São trabalhadores contratados pela CLT e qualquer turno extra, em feriado, por exemplo, acarreta um custo para a obra. Nossos recursos são finitos — afirmou.
Corredores não liberados irritam os motoristas
Quilômetros de concreto novo em folha, aparentemente pronto para ser utilizado nos corredores de ônibus do sistema BRT, e os coletivos continuam trafegando nas vias laterais, ao lado dos demais veículos. O possível desperdício de tempo e espaço é citado por condutores em momentos de impaciência no trânsito. Só que eles terão de esperar ainda mais. As grossas placas de concreto precisam de uma espécie de maturação que pode durar mais de 30 dias.
— Os corredores parecem que estão prontos, mas o trânsito pesado dos ônibus poderia danificá-los se fossem abertos antes do tempo de maturação do concreto. Portanto, eles precisam ficar fechados mais um tempo — disse o secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt.
Informações: ZERO HORA
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