A Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop) divulgou, nesta sexta-feira (22), a abertura de concorrência do tipo “técnica e preço” para a contratação de empresa de consultoria para o gerenciamento, supervisão e apoio técnico à elaboração dos projeto para implantação do Bus Rapid Transit, o BRT, para a região metropolitana da Grande Vitória. Segundo ato publicado no Diário Oficial, a licitação será para regime de empreitada por preço unitário, no valor de R$ 11.770 milhões.
O modelo dos corredores exclusivos para ônibus, o BRT, que será implantado na Grande Vitória, vem sendo apontado pela Setop como o modelo ideal para a região metropolitana por funcionar basicamente como um metrô, porém com custo mais baixo, menor tempo de implantação e com garantia de maior agilidade e segurança para o cidadão.
Os ônibus deverão circular em faixas exclusivas, sendo retirados do trânsito comum. Já os pedestres terão calçadas livres de pontos de ônibus, os chamados portais de embarque e desembarque construídos em corredores centrais.
“A faixa da direita já costuma ser usada mais pelos ônibus do que pelos outros carros. Com o BRT isso vai deixar de acontecer, melhorando o trânsito e simplificando as conversões à direita”, afirma o secretário, Fábio Damasceno.
O BRT, ainda sem prazo estimado, comtemplará em sua primeira etapa 32 km de vias com faixas exclusivas para o tráfego dos coletivos da Grande Vitória e custará R$ 740 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, investidos em infraestrutura (ruas, túneis, viadutos e terminais), em tecnologias e na operacionalidade do sistema.
O financiamento da obra pelo BNDES será pago pelo Estado nos próximos 15 anos a juros baixos.
A primeira etapa dos corredores exclusivos para ônibus vai interligar os terminais da Serra, a começar por Carapina, até os de Vila Velha e Cariacica. Além da Avenida Carlos Lindenberg, a via sobre o Canal Bigossi já estão em obra para implantação do BRT.
O projeto executivo que será elaborado contempla a ampliação em duas faixas do cruzamento entre a Avenida Nossa Senhora da Penha e a Rua Desembargador Santos Neves.
Impactos urbanos
Enquanto o Governo comemora a implantação do BRT na região metropolitana, algumas comunidades de Vitória não parecem muito satisfeitas, nem com o debate feito sobre o tema, nem com o resultado que o projeto poderá gerar na cidade.
Entre os líderes comunitários, o Centro de Vitória é apontado como uma das áreas que mais serão impactadas pelo barulho e à ocupação dos espaços públicos que já são reduzidos.
Para a população, o mais importante não foi discutido com tanta ênfase, que é a mobilidade dos pedestres. Já os ciclistas ressaltam que todas as soluções para acomodar os veículos automotores vêm sendo pensada, mas os pedestres e ciclistas não estão sendo contemplados da mesma forma em relação à mobilidade.
Classificado como um “mal necessário”, o BRT é visto, sobretudo, como algo ainda distante. A população cobra mais detalhamento sobre suas obras e instalação do sistema.
Em 2011, o professor Vinícius Simões, presidente da Amacentro (Associação dos Moradores e Amigos do Centro de Vitória), também se mostrou preocupado com o tema. Na ocasião, ele afirmou que é favor da implantação do corredor exclusivo para ônibus ou BRT , no sentido de estabelecer critérios para melhorar o trânsito, mas espera que não seja mais uma promessa, assim como o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) ou metrô de superfície.
Na mesma ocasião ele ressaltou não entender por que uma cidade como Vitória, geograficamente caracterizada como uma ilha, não possui um sistema de transporte público aquaviário, projeto que continua em discussão, mas que ainda não saiu do papel.
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