Os rodoviários decidiram aceitar o acordo proposto pela Rio Ônibus durante assembleia realizada no fim da tarde desta quarta-feira (13), no Guadalupe Country Club, na Avenida Brasil. No entanto, isso ainda não significa a suspensão definitiva da greve.
Será realizada uma nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que faz a intermediação das negociações entre grevistas e empresários, para assinar o documento que firma o acordo. Ainda não há uma data definida para a assinatura.
Na segunda-feira (11) foram apresentadas as propostas de benefícios aos trabalhadores durante a primeira audiência no TRT. Os rodoviários aceitaram reajuste de 8% a partir deste mês de março e mais 2% a partir de junho.
A cesta básica aumentou de R$100 para R$ 120, mas os trabalhadores não sentirão aumento real na prática, pois há um desconto de R$20 no contra-cheque. Os motoristas júnior terão 40% aumento e os condutores dos BRTs, 30%. Já a dupla função, que obriga o motorista a atuar também como cobrador, foi mantida.
De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Estado do Rio de Janeiro (Sintraturb-RJ), a exigência inicial da categoria era de 15% de aumento, piso salarial de R$2 mil para motoristas, cesta básica de R$200 sem descontos, tíquete refeição, plano de saúde e fim da dupla função.
As negociações só começaram a avançar quando a desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo passou a intermediar o acordo através do TRT. Antes disso, os rodoviários haviam decidido manter a paralisação por tempo indeterminado.
A greve dos rodoviários começou em 1º de março, no dia do aniversário de 448 anos do Rio de Janeiro, e prosseguiu até dia 3, quando a categoria decidiu, em assembleia, pelo fim da paralisação.
No segundo dia de greve, no entanto, a classe cumpriu uma ordem judicial em favor da Rio Ônibus, colocando 80% da frota para circular, sob pena de ter que pagar multa diária de R$200 mil. No entanto, o número ainda era insuficiente para atender a demanda.
A Rio Ônibus entrou com uma ação na Justiça do Trabalho que questionou a legalidade do movimento, já que, segundo os empresários, não houve aviso de greve. De acordo com a empresa, o período de 48 horas entre o anúncio e o início da paralisação não foi respeitado, além de não ter sido estipulada a quantidade mínima da frota que deveria permanecer em operação para não prejudicar a população.
Vários veículos que tentavam sair das garagens de Santa Cruz e Campo Grande, na zona oeste, foram depredados e nove motoristas ficaram feridos devido aos ataques dos grevistas.
Por Jessica Lima
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