A BHTrans reconhece os tropeços na implantação de ciclovias na capital, revê os rumos do Pedala BH e promete chegar, sem mais atropelos, a 100 quilômetros de pistas exclusivas para bicicletas, o dobro do que existe hoje, até o fim do ano. Depois de críticas severas ao projeto, a empresa que administra o trânsito na cidade convidou ciclistas para formar um grupo de trabalho e vai construir novas faixas somente com o aval deles. Outro compromisso é readequar as pistas recém-implantadas das ruas Fernandes Tourinho, Rio de Janeiro e São Paulo, que estão fora do padrão recomendado pelo Ministério das Cidades. O trabalho será refeito quando as ruas forem recapeadas.
A construção das três pistas, todas na Região Centro-Sul, no fim do ano passado, desencadeou uma avalanche de críticas ao projeto das ciclovias. Como o Estado de Minas mostrou em novembro, as ciclofaixas, que totalizam 1,4 quilômetro, foram construídas entre o fluxo de veículos e o estacionamento. No trecho da Fernandes Tourinho, na Savassi, a pista é de mão dupla e à esquerda da via, apesar de o ministério estabelecer ciclofaixas à direita e de mão única – a exceção são vias com tráfego abaixo de 30km/h.
As pistas fazem parte de um contrato de R$ 4,3 milhões com uma empreiteira para implantar 69 quilômetros de ciclovias até o primeiro semestre. A BHTrans não informou o valor isolado das três pistas que serão refeitas. “Quando a Sudecap for recapear, faremos todas as readequações nessas ciclovias, que estão sob avaliação dos ciclistas. Elas estão dentro das normas do Código de Trânsito Brasileiro. Mas queremos que sejam seguras para quem usa, se tivermos que refazer para torná-las melhor, é isso que será feito”, afirma a assessora da Diretoria da BHTrans, a arquiteta Eveline Trevisan.
Ela garante que, independentemente das falhas, a sinalização das ciclofaixas teria de ser refeita com o recapeamento. As obras de readequação seguirão o cronograma da Superintendência de Obras da Capital (Sudecap). E a participação dos ciclistas não ficará restrita às ciclovias prontas. “Corrigimos os rumos do Pedala BH pelas críticas que o projeto estava sofrendo dos próprios ciclistas. Agora, são eles que avaliarão os projetos, e a ordem de serviço só será dada com a aprovação deles”, informou Eveline.
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