O sistema de bondes que a prefeitura quer ver operando no Centro do Rio antes dos Jogos Olímpicos de 2016 tem potencial para gerar uma economia de até R$ 410 milhões ao ano para o bolso dos cariocas e para os cofres públicos. Os números são resultado de um cálculo financeiro que leva em conta o tempo de deslocamento nos transportes público e individual, o gasto com combustíveis, as emissões de carbono dos veículos que deixarão de circular na região, a redução do número de acidentes de trânsito e até mesmo gastos com a saúde da população. Os dados fazem parte do estudo da viabilidade técnico-econômica do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) encomendado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) para o edital de licitação do sistema, publicado em dezembro.
— O objetivo era avaliar o VLT nos aspectos técnicos, operacionais, econômicos e financeiros. Nesse contexto, o estudo detalhou os impactos na economia. A aposta da prefeitura é que o VLT vai racionalizar o transporte. No fim, o ganho será dos passageiros, que ficarão menos tempo na rua e gastarão menos combustível, e do poder público, que gastará menos com a conservação de ruas e com despesas em saúde — explica o presidente da Cdurp, Alberto Silva.
Como se propõe a tirar o maior número possível de ônibus e veículos particulares das ruas, o VLT ajudaria a enxugar o tempo de deslocamento de quem circula no Centro. Essa economia, segundo a Cdurp, seria de R$ 235 milhões ao ano.
209 mil veículos por dia
Já a economia com combustíveis seria de R$ 108 milhões ao ano. Dinheiro que deixaria de ser gasto pelo carioca preso no trânsito e pelas empresas de ônibus e transporte de carga e de serviços nas vias mais disputadas e congestionadas da cidade. Dados da CET-Rio mostram que a Avenida Presidente Vargas recebe entre 50 mil a 209 mil veículos por dia, dependendo do trecho. Cerca de 104 mil veículos por dia disputam espaço na congestionada Avenida Francisco Bicalho, que fica na área de influência do VLT. Coração do Centro, a Rio Branco recebe quase 37 mil veículos diariamente.
Os passageiros, por sua vez, esperam que a reorganização do transporte no Centro traga também mais qualidade para o serviço. Evitando, por exemplo, situações como de Magali Jordão, funcionária da Transpetro que anda com um rolo de fita adesiva na bolsa para se proteger das saídas de ar-condicionado dos ônibus que pega para chegar em casa.
— Não é só uma questão do tempo de viagem, que pode chegar a três horas. Os ônibus são velhos. As saídas de ar não têm mais a proteção que direciona o vento. Aí é preciso tapar com fita, que fica permanentemente na minha bolsa. Os ônibus também não respeitam horário — diz Magali, ao embarcar num coletivo.
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