A chegada do Corredor Leste-Oeste a Camaragibe, prevista para o início do ano, promete transformar a cara do Centro da cidade metropolitana. O corredor exclusivo de ônibus, que começa na Praça do Derby, área central do Recife, e segue pela Avenida Caxangá, será prolongado até a Avenida Doutor Belmino Correia (PE-05). A principal via de Camaragibe ganhará cinco estações elevadas de embarque e desembarque de passageiros. Como a obra foi idealizada para facilitar o percurso entre a capital e a Arena da Copa, em São Lourenço da Mata, haverá ligação entre a quinta estação do corredor na Belmino Correia com o Ramal da Cidade da Copa, importante acesso para os jogos do mundial.
Para viabilizar a obra, será necessário desapropriar 86 imóveis localizados à margem da avenida, no sentido Camaragibe–Recife. É para esse lado que a avenida será alargada para a construção do corredor. A Procuradoria-Geral do Estado ficou encarregada das negociações com os proprietários das edificações. A maioria funciona com atividade comercial. “Já tivemos a primeira reunião com os donos dos imóveis para explicar o projeto e o funcionamento do processo de desapropriação. Agora, estamos preparando os laudos, que devem ficar prontos em dezembro. Depois disso, haverá uma apresentação mais detalhada e vamos negociar os valores com os proprietários”, afirma o procurador-geral do Estado, Thiago Norões.
As 22 estações de ônibus do Corredor Leste-Oeste, incluindo as cinco que ficarão em Camaragibe, foram pensadas para o modelo BRT (Bus Rapid Transit). Serão fechadas, climatizadas e elevadas para facilitar o transbordo e com serviço de pagamento antecipado das passagens.
A Belmino Correia tem quatro faixas: duas no sentido Recife, duas no sentido São Lourenço da Mata. “Durante o período de obras, acho que vai ficar complicado. O desmantelo que está na Caxangá vai chegar a Camaragibe. Mas quando o serviço for concluído, acredito que a cidade vai mudar para melhor”, opina a técnica em enfermagem Kátia Regina de Castro, usuária de ônibus. “A Caxangá está muito travada por causa das obras. Antes, levava 25 minutos entre o Centro de Camaragibe e o Hospital Getúlio Vargas (Cordeiro, Zona Oeste do Recife). Agora, a viagem demora até 1h30”, relata.
A expectativa é maior para quem tem comércio no lado da via que vai sofrer mais impacto das obras, por causa do alargamento. “A gente ainda não sabe o valor das desapropriações. Já vieram medir a loja, mas as informações ainda são pouco claras. É um prejuízo grande para a gente porque foram anos investindo na loja. Tenho medo de não conseguir encontrar um espaço tão bom quanto esse com o preço que o Estado vai oferecer”, pondera o comerciante Luciano Miranda de Andrade, que vai se desfazer da loja de autopeças que tem na avenida para dar espaço ao Corredor Leste-Oeste.
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