Os rodoviários de Pelotas decidiram retornar ao trabalho à zero-hora desta terça-feira (18), após cinco dias em greve. A categoria se reuniu em assembleia geral à noite e optou por aceitar a proposta da desembargadora Rosana Casa Nova, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mesmo que não tenha mudado o índice de reajuste, que foi o mesmo oferecido pelos empresários e até então rejeitado.
A reunião em Porto Alegre durou mais de duas horas na tarde desta segunda-feira (17), quando os rodoviários receberam a mesma proposta apresentada anteriormente pelo Sindicato das Empresas dos Transportes Rodoviários: 8% de reajuste salarial e R$ 25,00 de plano de saúde, caso ocorra o complemento tarifário previsto no decreto municipal que concedeu a passagem de R$ 2,75.
O TRT decidiu descontar da categoria três dos cinco dias parados. Quanto à multa diária pelo descumprimento da ordem judicial, até então estabelecida em R$ 10 mil, por não manterem 30% do serviço e 60% nos horários de pico durante a greve, não houve decisão nesta segunda.
Ao sair da reunião, o procurador jurídico do Sindicato, Aires Martins, disse que se os empregados não retornassem ao trabalho iria denunciar o fato ao TRT, para que arquem com a multa. Lembrou que em requerimento anterior já havia solicitado aumento do valor estabelecido. Conforme Martins, os trabalhadores reconheceram ter desrespeitado a decisão judicial.
Prejuízo para uns, lucro para outros
Se para os usuários do transporte coletivo urbano a greve significa um pesadelo, para mototaxistas e outras pessoas que transformam seus veículos em lotações, é lucro. Mesmo não trabalhando o dia inteiro, o funcionário público Carlos Eduardo Pires Rangel, de 48 anos, teve um ganho extra de R$ 130,00 a R$ 150,00 durante suas férias, transformando seu carro em lotação. “É um reforço”, disse. O mototaxista Marcelo Ferraz, de 38 anos, contou que a procura aumentou pelo serviço 80%. “Não paro”, relatou. Ele contabilizou entre R$ 200,00 e R$ 250,00 por dia.
A auxiliar de cozinha Simone Torres, de 37 anos, mora no fim do Lindoia e greve para ela é um tormento. São R$ 10,00 por dia gastos em condução - isso porque almoça no serviço. Também auxiliar de cozinha, Teresa Dias Costa, de 35 anos, teve mais sorte. A patroa lhe deu R$ 14,00 por dia para seu deslocamento. Já o desempregado Tarcísio Oliveira, 34, residente no Navegantes, precisa ir ao Centro para as sessões de fisioterapia. Desde a greve foram despendidos R$ 20,00 a cada dia com deslocamento.
1 comentários:
por favor creditos da foto samuel pereira obrigado .
Postar um comentário