Nesta segunda-feira (2/7), a empregada doméstica Isabel Cristina Ferreira de Camargo chegou às 7 horas da manhã na parada de ônibus Washington Luis – situada no corredor da Av. Cupecê/Vicente Rao, na zona sul da capital paulistana. Eram 8h30 quando a reportagem da Rede Nossa São Paulo chegou ao local e ela ainda estava lá, sem conseguir entrar nos superlotados coletivos municipais que passavam pela via. Grande parte dos veículos sequer parava e nos que paravam não havia como entrar.
“Aqui é um corredor de ônibus e o transporte deveria ser melhor. O que falta são mais ônibus”, reclamou Isabel, que esperava veículos das linhas Terminal Bandeira ou Princesa Isabel para ir ao trabalho, próximo da Igreja de Moema. “Hoje estou para lá de atrasada”, lamentou ela, acrescentando: “Todos os dias são assim, para conseguir pegar o ônibus menos vazio, tenho que chegar aqui antes das 7 horas da manhã”.
Revoltada com a situação, Isabel criticou a falta de fiscalização por parte da SP Trans e sentenciou: “O transporte público está uma droga”.
Outras pessoas ouvidas pela reportagem apresentaram reclamações semelhantes. Raphael Lins Alves, estagiário de marketing, relatou que aguardava o ônibus há cerca de 20 minutos. Como trabalha próximo à Av. Santo Amaro, poderia utilizar diversas linhas que servem o local. Entretanto, três veículos já tinham passado e ele não conseguiu embarcar. “Normalmente, nem param [de tão lotados]”, registrou.
Alves relata que diariamente pega o ônibus ali e sempre se depara com a mesma situação. “Quando consigo entrar, vou naquele aperto. Prendi o pé na porta uma vez”, detalha. Questionado se o corredor de ônibus funciona, ele responde: “Não vejo nenhum problema no corredor, mas deveria aumentar a frota de ônibus”.
A assistente comercial Gisele Santos concorda que “todo dia é a mesma dificuldade”. Segundo ela, para não chegar atrasada no trabalho, teria que sair muito mais cedo de casa.
Gisele também trabalha próximo da Av. Santo Amaro e não estava conseguindo entrar nos ônibus que poderiam lhe servir.
Se ônibus intermunicipais aceitassem o Bilhete Único, já ajudaria
Outro usuário que vivencia o mesmo problema é Caio Toschi, estagiário da área jurídica. “Até agora passaram quatro ônibus e não consegui entrar.” Ele explica que mesmo quando consegue embarcar no coletivo, vai para o trabalho apertado e “sem conforto nenhum”.
Toschi reforça a opinião dos usuários do sistema de transporte coletivo da região, de que tem poucos ônibus municipais que servem o corredor da Av. Cupecê. “Segunda e sexta são os piores dias”, informa.
Como utiliza a linha Shopping Morumbi – onde há uma interligação com os trens da Linha 9 Esmeralda da CPTM –, ele lamenta o fato de não poder utilizar o Bilhete Único nos ônibus intermunicipais originários da região do ABC, que são mais confortáveis, em maior número e fazem o mesmo trajeto até o seu destino. “Se eu pudesse usar [o Bilhete Único], ajudaria”, afirma o estagiário, ecoando umas das demandas dos moradores da região.
Eram 9 horas quando a reportagem da Rede Nossa São Paulo deixou o local e a cidadã Isabel Cristina Ferreira de Camargo – aquela que chegou ao ponto de ônibus às 7 horas da manhã – ainda não havia conseguido embarcar em um coletivo rumo ao seu trabalho.
Fonte: Portal Nossa São Paulo
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