Todos trabalhando para evitar a greve de ônibus, programada para começar a partir da zero hora da próxima quarta-feira. Foi com esse propósito que, pelo menos nos bastidores, os líderes dos motoristas, cobradores e fiscais e do setor empresarial passaram esta sexta-feira e deverão continuar durante o fim de semana. O objetivo é, por bem ou por mal, evitar a paralisação, aprovada por unanimidade logo após fracassar a quarta rodada de negociações entre rodoviários e donos das empresas, na noite de quinta-feira (28/6).
Patrício Magalhães, presidente do Sindicato dos Rodoviários, afirmou que muitos motoristas têm ligado para a entidade buscando entender o que a categoria pode ganhar e perder com a greve. “Temos explicado que, se formos para o dissídio coletivo, a conta será zerada, ou seja, perderemos todas as cláusulas sociais que conquistamos até agora. Também temos dito que a perspectiva é de que só consigamos 5% de reajuste, que é menos do que os 7,5% proposto durante mediação da Superintendência do Trabalho. Temos que respeitar a vontade da categoria, mas estamos abertos para negociar”, disse.
Os empresários não quiseram falar, mas extra-oficialmente a informação que circula é que eles estão se articulando para evitar a greve de qualquer forma. Uma contraproposta não seria feita, mas os donos das empresas de ônibus estariam se preparando para dar entrada no dissídio coletivo, o que levaria a negociação para ser decidida pela Justiça do Trabalho. A outra alternativa dos empresários é contar que até a próxima terça-feira, quando está prevista uma assembleia da categoria antes do movimento começar, motoristas, cobradores e fiscais sejam convencidos de que aceitar os 7,5% é a melhor opção.
Os rodoviários começaram a rodada de negociação pedindo 30% de reajuste e os empresários ofereceram apenas 4,5%. Com a interferência do mediador da SRTE Mário César se chegou ao percentual de 7,5%. Caso fosse acatada pela categoria, o salário do motorista subiria de R$ 1.395 para R$ 1.500, o do cobrador de R$ 643 para R$ 690 e o do fiscal de R$ 903 para R$ 970. O tíquete refeição teria reajuste de 14%, passando de R$ 140 para R$ 160.
ESQUEMA
De qualquer forma, o Grande Recife Consórcio de Transporte e o metrô do Recife já anunciaram que vão fazer um esquema especial para tentar minimizar o impacto da greve. O metrô ampliará o seu horário de pico, segurando um número maior de trens, e o Grande Recife pretende deslocar veículos de linhas com menos demanda para as que têm maior procura pelos passageiros.
Postado por Roberta Soares | JC Online
Siga o Blog Meu Transporte pelo Facebook
0 comentários:
Postar um comentário